Escola Bíblica Dominical - Lição de 03 de março 2013*


Lição 9 - Música na Bíblia, 2
Texto Bíblico: Lucas 1.46-55

Introdução
Na lição anterior, estudamos sobre a música no Antigo Testamento, destacando nele, também, o entendimento da expressão “louvor e adoração”, além do destaque para os Salmos. Continuaremos na mesma temática, agora, com ênfase no Novo Testamento.

1. Música no Novo Testamento
Ao ler o Novo Testamento, continuamos a ser advertidos sobre a importância da música na adoração.
Lucas registrou que as milícias celestiais surgiram no firmamento com o seu “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama” (2.14). Fala também que “os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora falado” (2.20). Simeão, já com a idade avançada, louvou entusiasticamente a Deus, ao ter Jesus em seus braços (2.28).
O próprio Jesus, enquanto realizava o seu ministério terreno, foi visto constantemente no Templo, participando dos cultos solenes de adoração, e não há registro algum de que Ele proferiu palavras de reprovação às músicas entoadas para o louvor do Pai celestial. Na noite em que foi traído, inclusive, Jesus realizou a ceia com os discípulos e cantou com eles (Mateus 26.30). Estudiosos registram que foram cantados no fim da ceia os chamados “Salmos de Hallel” (hallel significa “louvor”).
O apóstolo Paulo exortou, em suas cartas, ao ensino com cânticos (Efésios 5.19; Colossenses 3.16). Na prisão, ele e Silas, à meia-noite, cantaram hinos de louvor a Deus e fizeram orações (Atos 16.25).
João, o último dos doze, quando estava no exílio na Ilha de Patmos, ouviu e escreveu sobre uma música jamais ouvida pela humanidade, antes e depois daquele tempo: “Ouvi um som do céu, como o barulho de um grande temporal e o estrondo de um grande trovão. O som que ouvi era como o de harpistas que tocavam suas harpas” (Apocalipse 14.2).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a música tem lugar na celebração a Deus.

2. Louvor e Adoração no Novo Testamento
Diferentemente do Antigo, o Novo Testamento não fornece tantos detalhes acerca do culto, da liturgia ou do canto no culto.
No evangelho de Lucas, capítulos 1 e 2, são encontrados os chamados “cânticos de infância”: o de Maria, conhecido como Magnificat (1.46-55); o de Zacarias, conhecido como Benedictus (1.68-79); o dos anjos, que ficou conhecido como Gloria in Excelsis Deo (2.14); o de Simeão, também denominado Nunc dimittis, que equivale a “podes despedir em paz o teu servo” (2.29-32). Todos esses cânticos registrados por Lucas foram entoados quando do nascimento de Jesus, baseados em textos do Antigo Testamento.
O texto que narra o encontro de Jesus com a mulher samaritana é um dos primeiros que fala sobre louvor e adoração no Novo Testamento. Ela tinha dúvida sobre o local em que se deveria adorar a Deus. Jesus a esclareceu com um conceito novo até para os judeus (João 4.23), pois Ele falava sobre a espiritualidade do culto: “adoração em espírito e em verdade”, que é muito mais importante do que hora e lugar.
Na igreja primitiva, louvor e adoração foi considerado atividade diária (Atos 2.42-47). Paulo também se referiu à entrega da vida como ato de culto em Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
O autor da carta aos Hebreus falou sobre o valor da reunião como igreja de Cristo: “Não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25).
Apocalipse, último livro da Bíblia, é recheado de referências acerca da igreja e do seu futuro, quando adorará a Deus para sempre (19.1-8). Fato interessantíssimo é que no fim da visão, João assim registra: “Eu, João, ouvi e vi todas essas coisas. Quando as vi e ouvi, prostei-me aos pés do anjo que as mostrava a mim, para adorá-lo. Mas ele me disse: olha, não faças isso, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus” (22.8,9).
Uma coisa é totalmente enfatizada em toda a Bíblia: Deus é o único que deve receber a nossa adoração.

3. Considerações
A Bíblia dá ênfase à música no culto, mas nem tudo no culto é música. Noutras palavras, o culto não é só música. Outro cuidado que devemos ter é não considerarmos a música como preparação para o culto, pois a música faz parte do próprio culto e deve proclamar a Palavra de Deus com a mesma seriedade e profundidade do sermão. De forma alguma a música no culto deve ser vista como intervalo entre alguma coisa e outra, como descanso para a congregação ou como tempo para a acomodação das pessoas no templo.
Graças a Deus, superamos as antigas insistências de que determinados instrumentos não devem ser usados no culto (o piano e a bateria, por exemplo, em épocas diferentes, foram vítimas desses argumentos). Sabemos que o Novo Testamento traz poucas referências a instrumentos, mas não podemos desconsiderar o fato de que no tempo do Novo Testamento as congregações não podiam gastar muito dinheiro com instrumentos caros, como faziam no tempo do Antigo Testamento. A maior parte das igrejas do Novo Testamento, devido à perseguição, mudava-se e, portanto, dispunha de pouco ou de nenhum tempo para desenvolver a música ou capacitar seus músicos. Não devemos esquecer, também, que as igrejas do Novo Testamento, em seus primeiros passos, usaram, tanto quanto possível, o mesmo programa dos tempos do Antigo Testamento, pois a maioria dos cristãos era constituída de judeus.
A música, além de ser uma bênção no culto coletivo, também deve ser usada como expressão de sentimento devocional do nosso coração e de consagração ao nosso Salvador. A música também deve ser empregada no lugar secreto de nossas devoções particulares, quando temos comunhão com Deus e nos derramamos em sua presença.
Não devemos menosprezar o valor didático da música. Regra geral, ela fica mais na mente do que o sermão. A música é um meio eficiente para a pregação do evangelho. Certa ocasião, André Fletcher disse: “Dai-me o direito de compor as canções de uma nação e eu não me preocuparei com quem faz as suas leis”. A música tem grande poder de influência. Devemos utilizá-la com sabedoria.
A música, ou qualquer outro assunto, não deveria causar divisões na igreja. Tudo tem o seu tempo e qualquer fato novo tende a ser rejeitado de início. É comum e lamentável ouvir de divisões por questões culturais. A igreja é uma comunidade e, como tal, deve ser trabalhada para o equilíbrio. Para que alcancemos esse equilíbrio, não é a cabeça de um e de outro que decidirá por todos. Pelo contrário, a comunidade deve ser ouvida e respeitada.

Para pensar e agir
Num dos cultos na Primeira Igreja Batista no Bairro São João, onde tenho a alegria de servir, juntamente com a minha esposa, fui profundamente tocado quando entoávamos a canção “Jesus, Essência do Louvor” (1ª IB Curitiba). Transcrevo parte da letra, que, certamente, nos provocará à reflexão e ação:

Quando o som se vai tudo se desfaz,
eu me achego a ti para dar-te, ó Deus,
algo de valor, que alegre a ti.
Dar-te hei mais que uma canção,
pois a música em si não é o que queres de mim.
Tu sondas meu interior, sabes tudo que sou
e queres meu coração.
Quero adorar-te com minha alma,
és o meu Salvador, a essência do meu louvor.
Perdão, Senhor, é o que mais quero.
És o meu Redentor, a essência do meu louvor.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 97, 98 e 99
Terça: Salmos 100, 101 e 102
Quarta: Salmos 103 e 104
Quinta: Salmo 105
Sexta: Salmo 106
Sábado: Salmo 107
Domingo: Salmos 108 e 109

*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

O contexto histórico em que Jesus nasceu - Final


   Prof. José Francisco de Moura
   Doutor em História

Depois de tudo que vimos nos escritos anteriores fica mais fácil compreender porque Jesus foi morto.

Jesus desagradou todos os grupos organizados judeus de seu tempo. Não foi aceito entre os essênios, foi desprezado pelos zelotes por não ser um líder militar, irritou os saduceus com a desobediência à Torá e provocou a ira dos fariseus ao chama-los de hipócritas, sepulcros caiados e outras ofensas.


Mas Jesus tinha seguidores e não eram poucos. Mesmo entre os fariseus. Sua pregação era forte e atingiu os corações sensíveis. Seus milagres atraíram milhares de pessoas. Ele começava a retirar a atenção do Templo para si. Os sacerdotes perdiam poder e prestígio a cada dia. A continuar naquela toada, em breve milhares de judeus não mais pagariam os dízimos ou fariam sacrifícios. A gota d’água da audácia de Jesus tinha sido a confusão criada no Templo, quando espancou os comerciantes de pombas e os que faziam câmbio. Era necessário mata-lo, mas sem sujar as mãos, pois seus seguidores poderiam se revoltar.

Parece não haver dúvidas de que a elite sacerdotal judia forçou a condenação de Jesus por Roma ao acusá-lo de se proclamar Rei dos Judeus, o que para Roma seria uma coisa grave, já que seria um desafio à sua autoridade. Mas mesmo para os romanos Jesus parecia inofensivo. A demora de Pilatos em condenar Jesus é um exemplo disso. Pilatos, que tinha um histórico de crueldades em seu currículo, não conseguia ver naquele homem brando perigo algum. Afinal, até alguns centuriões romanos tinham ficado empolgados com Jesus.

Parte da tradição afirma ainda que sua esposa Cláudia tinha ouvido Jesus falar e se encantando com Ele. Ela também teria tido sonhos reveladores sobre quem Ele era e teria avisado ao marido. Não se sabe se isso tem fundamento, mas várias evidências indicam que Pilatos condenou Jesus contra a sua própria vontade, apenas para fazer política com os fariseus, aliados dos romanos.

Com a condenação de Jesus pelos romanos os fariseus e os saduceus livravam-se da responsabilidade de terem que enfrentar os seguidores de Jesus, que segundo muitos estudiosos, já ultrapassaria a casa dos cem mil em toda a Palestina.

De tudo isso, fica uma lição que parece que muitos cristãos posteriores não aprenderam. Jesus preferiu a filosofia racionalista dos gregos à Lei. Em vida, Jesus deu uma aula de tolerância para com os diferentes e combateu os intolerantes religiosos do seu próprio povo ao invés dos deuses de outras nações. Jesus preferiu o universalismo e o politeísmo greco-romano que respeitava todas as crenças aos fanáticos judeus que seguiam o Velho Testamento.

Por fim, um recado. Você, cristão,  que fica com a bíblia debaixo do braço buscando condenar gays, espíritas ou ateus usando citações da Bíblia: saiba que você, espiritualmente falando, está muito mais próximo dos que mataram Jesus do que dele.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

O contexto histórico em que Jesus nasceu - V


   José Francisco de Moura
   Doutor em História

Vimos na sequencia de ontem que o período em que Herodes, o Grande, governou Judá como rei aliado dos romanos foi de relativa paz.

Mas quando Herodes morreu, imediatamente as primeiras revoltas dos tradicionalistas explodiram. Em 4 a.C, a revolta de Judas, o Zelote, foi sufocada com grande dificuldade.


Roma viu que teria dificuldades de encontrar um novo Herodes e resolveu dividir a região, entregando a Galileia para Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande, e nomeando um procurador da própria Roma para governar a Judéia: Pilatos.

Jesus nasce exatamente nesse contexto. E como Jesus vai se situar dentro dessa briga de 3 séculos entre judeus helenizantes aliados a gregos e romanos e judeus tradicionalistas ?

Jesus era da Galileia, região que tinha sido conquistada à força pelos hasmoneus mais de cem anos antes. Seus habitantes foram convertidos ao judaísmo na marra. Por conta disso, os judeus devotos desconfiavam da fidelidade de seus habitantes à Torá. Por isso eles diziam à época que nada de bom vinha da Galileia.

As influências helenizantes em Jesus são observadas nos próprios nomes de sua família. Dois de seus irmãos tinham nomes gregos e o nome Maria, de sua mãe, era uma variação do nome hebreu Mírian. O próprio nome Jesus era uma variação grega de Josué.

Tem mais. Jesus tinha sido aluno de um sábio judeu da diáspora, Hilel. Ele tinha profundo desprezo pela Torá. Dizia que todo ensinamento religioso resumia-se a não fazer ao seu inimigo o que não gostaríamos de fazer a nós mesmos. Todo o resto seria invenção dos homens.

Jesus conheceu várias comunidades essênias, mas retirou delas aquilo que era de caráter mais humano e universal, dispensando seu belicismo. Conheceu os batistas do Rio Jordão e encantou-se com João, que diferia dos demais pregadores do deserto por ser um universalista. A João, Jesus faz seu maior elogio: nenhum homem nascido de mulher teria sido melhor que ele.

Alguns zelotes se encantaram com a possibilidade de Jesus ser o Messias, mas logo se decepcionaram ao saber que ele não se propunha ser o líder militar que esperavam. A traição de Judas, que era zelote, tem que ser entendida dentro desta perspectiva.

Bom, se Jesus não agradava os essênios e os zelotes, a quem ele agradaria em termos de grupos ? Aos fariseus e saduceus ? Não. Jesus enfrentou a ambos por diversas vezes. Apenas os fariseus mais fanaticamente helenizantes gostaram dele, como Nicodemos (nome grego) e José de Arimatéia, um comerciante da diáspora. Jesus chamava saduceus e fariseus de hipócritas e cambada de víboras. Tinha desprezo pelo Templo, embora tivesse pregado ali. Mas Isaías e Jeremias também haviam pregado no templo e o desprezaram. Jesus ameaçou derrubar o Templo e espancou os vendedores de pombas de sua porta. Criticou os sacrifícios e os dízimos. Após sua morte, seu irmão Tiago e o seguidor Estevão continuaram afrontando o Templo. Estevão disse que Deus não habitava construções humanas e chamou os sacerdotes de “incircuncisos de coração e ouvidos”, uma agressão religiosa fortíssima. Terminou apedrejado.

Jesus desobedeceu dezenas de prescrições da Torá. Desprezou as regras alimentares e de higiene,  desobedeceu flagrantemente o Livro de Decretos  cessando um apedrejamento e fez milagres no sábado. Não sabia nem ao menos os 10 Mandamentos. No Novo Testamento, ele aparece citando apenas sete deles e ainda erra um. Jesus tinha uma tolerância e uma abertura com as mulheres que era absolutamente estranha ao judaísmo ortodoxo e só comum na época a quem comungava os valores gregos e romanos. Como diz o historiador judeu Paul Johnson, “quanto mais se estuda Jesus, mais chega-se a conclusão que ele tinha profundo desprezo pelo judaísmo”

Por isso tudo, não é necessário dizer que a mensagem de Jesus era universalista e suas atitudes também. A parábola do bom samaritano, a ordem para que os discípulos pregassem suas palavras pelo mundo todo e o episódio da conversão de um centurião romano deixam  evidente que o deus que Jesus vem oferecer não era o deus da guerra judeu, o mal encarado e xenófobo Jeová, embora Jesus não tenha dito o nome de outro deus.

Jesus enfrentava os fariseus aliados dos romanos, mas era condescendente com o poderio de Roma, pois ele sabia que a alternativa ao domínio romano era entregar Israel nas mãos dos fanáticos isolacionistas zelotes, dos saduceus e dos fariseus ortodoxos. A alternativa ao universalismo romano era a barbárie da ortodoxia e da Lei. Inteligente, Jesus sabia que para sua mensagem chegar ao mundo o único caminho era através da língua grega, lida e falada em todo canto, inclusive em Roma. E também que alguns dos sistemas filosóficos gregos tinham correspondência significativa com sua mensagem, sobretudo o estoicismo.

Amanhã, veremos no último capítulo como os posicionamentos de Jesus levaram a sua morte.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

Deus multiplica



            Uma multidão ouve atenta os ensinos do mestre. O dia passa e a noite se aproxima. Preocupados, os discípulos sugerem despedir o povo, pois estavam com fome. Ouvem de Jesus uma ordem muito difícil: “Daí-lhes vós de comer!”.
            Mas como? Sendo uma multidão, longe da cidade e sem dinheiro, como alimentar aquele povo? É sabido que um rapazinho tem um lanchinho (prevenido ele!). Mas, apenas cinco pães e dois peixinhos.
            Quem deu a ordem sabia a solução. Orienta-os a mandar o povo sentar. Ora. Manda distribuir os pães. Acontece o milagre. Todos se alimentam e ainda sobra. Ele manda recolher as sobras.
            Lições: Deus multiplica o pouco que dedicamos a ele. Ninguém precisa passar necessidades de pão ao nosso lado. Ninguém é tão pobre que não possa oferecer (aquele menino nunca imaginava que seria canal para abençoar tanta gente). Não desperdice o que Deus multiplica, guarda, amanhã pode fazer falta.
            Eu era um menino, não era em Barbacena, em Cardoso Moreira. Muitas dificuldades. Deus multiplicou várias vezes o pão. Amanhã, permitindo Deus, contarei uma experiência de multiplicação. Até lá!

Câmara aprova fim dos 14º e 15º salários


Garotinho acompanha a votação atrás do presidente da Câmara, 
Henrique Eduardo Alves (Foto de André Couto)

Valeu a pena o meu discurso da semana passada pressionando para votar logo o fim dos 14º e 15º salários dos deputados federais que vinha sendo protelado por pressão de muitos parlamentares. Na reunião do colégio de líderes, ontem, consegui que todos concordassem e hoje foi aprovado o fim do privilégio, afinal não seria justo com os trabalhadores brasileiros que dão duro para conseguir o 13º, e olhe lá. Alguns deputados podem até me olhar de cara feia por ter feito pressão, mas o meu compromisso é com os 700 mil eleitores que votaram em mim, num recorde na história do Rio de Janeiro e com todo o povo brasileiro.

Fonte: http://www.blogdogarotinho.com.br/

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O salmo da cruz



            Tradicionalmente é aceito que o Salmo 22 retrata o momento de Jesus na cruz do Calvário, formando com o 23 e o 24 uma trilogia em que se completa o tempo no túmulo e sua ressurreição.
            Uma das bases para sustentar tal ideia a respeito do Salmo 22 é o seu primeiro verso: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?”. A mesma angústia se revelou na cruz.
            Por que foi preciso que Ele morresse na cruz em meu lugar? Resposta difícil de ser respondida. Mas não impossível de ser entendida. Mesmo não sabendo o porquê, sei que foi por amor. Aquela cruz era minha, era sua, era da humanidade.
            Mas a humanidade caída não poderia assumi-la, pois o pecador simplesmente pagaria o preço do seu pecado. Ele, não. Ele se fez pecado por nós. E foi nesse momento que se observa uma espécie de abandono de Deus a seu Filho. O Pai, que não pode ver o mal, sofreu com o Filho, que assumiu o nosso mal.
            Se o seu clamor é este: “Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego”, confie em Jesus, que clamou por você na cruz.

Cabofriense rumo à 1ª divisão


O time de nossa cidade estreia no próximo sábado na Segunda Divisão do futebol carioca.
O jogo é contra o São João da Barra, no campo do adversário.
O horário é 15 horas.
A CABOFRIENSE está no grupo A e a caminhada até à primeira divisão é muito longa.
São 21 clubes que lutarão com unhas e dentes, além de chutes e cabeçadas, ataques e defesas, para chegar à elite do futebol carioca.
O primeiro turno é grupo contra grupo.
Aqui, você acompanhará todas as informações sobre o campeonato e, permitindo Deus, o sucesso de nossa equipe. Vamos lá, CABOFRIENSE!

Veja os grupos:


GRUPO A
América de Três Rios
Americano
Barra da Tijuca
Barra Mansa
Bonsucesso
Cabofriense
Ceres
Mesquita
Serra Macaense
Tigres do Brasil

GRUPO B
America RJ
Angra dos Reis
Artsul
Goytacaz
Imperial
Juventus
Paduano
Portuguesa
Rio Branco
Sampaio Correa
São João da Barra

O contexto histórico em que Jesus nasceu - IV

   Prof. José Francisco de Moura
   Doutor em História

Continuamos nossos escritos sobre o contexto histórico em que Jesus nasceu.
O colapso do reino Hasmoneu se deu após a morte da esposa do rei Alexandre, que tinha assumido o trono por breve período. Uma luta intestina entre seus filhos fez com que um deles chamasse Roma e, em conjunto com ela, um Idumeu helenizado para assumir o trono. Era Herodes, o Grande.

Herodes era de uma família riquíssima, um daqueles que tinha sido transformadas em judeus à força durante o processo de expansão hasmoneu. Ou seja, na tentativa de transformar os vizinhos em judeus ortodoxos, os hasmoneus cavaram sua própria sepultura.

Herodes era amante da cultura grega e aliado de Roma, e assim que assumiu o trono, separou o Templo do governo. Voltou-se contra os descendentes dos hasmoneus, perseguindo-os. Um deles, porém, conseguiu apoio dos Partos (persas) e invadiu Jerusalém. Herodes fugiu para Roma e voltou com 30 mil romanos, massacrando os tradicionalistas. A região virava assim uma província de Roma, e Herodes, o Grandes, o seu representante.

Herodes governou com sabedoria. Ele atraiu milhares de judeus helenizados para seu lado, e auxiliou milhares deles que viviam fora da Palestina. Calcula-se que este número já era 3 vezes maior que o de judeus residentes. Usou de sua amizade com Roma e com as elites gregas para beneficiar os judeus da diáspora. Ele também induziu os judeus que viviam fora da Palestina a ajudarem-se mutuamente.

Encantado com o universalismo romano, que na verdade havia sido herdado dos gregos, Herodes criou o mais impressionante plano de obras já visto na Palestina. Investiu pesadamente em ginásios, teatros, ágoras e liceus. Refez Samaria, assolada pelos hasmoneus. Mas também investiu pesadamente no Templo, satisfazendo os religiosos ortodoxos.

Herodes, o Grande (37-4 a.C.)

Na política interna, Herodes procurou não se meter nos negócios do Templo, o que fez com que a situação se acalmasse na região. Quando algum grupo ortodoxo o contestava, ele era de uma crueldade impressionante. Chegou a matar 6 mil deles de uma só vez. Os fariseus moderados tornaram-se seus aliados. Os tradicionalistas insatisfeitos foram para as montanhas e para o deserto, de onde buscaram se reorganizar para expulsar Roma e seus representantes.  É nesse contexto que surgem os Zelotes, os que, como o nome diz, buscavam zelar pela aplicação da lei, que consistia basicamente em não aceitar a dominação estrangeira e o que ela trazia consigo em termos de mudanças culturais.

Os zelotes serão os novos macabeus da época romana e junto com os essênios, formavam aquilo que de mais retrógrado e reacionário havia na religião judaica. Eram nacionalistas ferrenhos e viviam do saque às caravanas comerciais que se dirigiam para a Palestina. Esperavam um Messias que os livrasse do domínio romano. Durante o reino de Herodes eles não se mostravam ainda fortes o suficiente para perturbar o poder, o que só ocorrerá mais tarde.

Jesus nasceu no fim do governo de Herodes, em cerca de 4 a.C.. Jesus irá viver em um mundo dividido entre os judeus aliados dos romanos que governavam a Palestina e os tradicionalistas que esperavam apenas um momento para retomar o poder.

A partir de amanhã vamos ver como Jesus se inseriu nessa briga e como acabou se tornando vítima dela.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

Velório e Sepultamento de Aroldo Duarte dos Santos

Faleceu hoje, às 15 horas, AROLDO DUARTE DOS SANTOS.
Ele é irmão dos pastores Aécio, Ceza, Amilton e Milton, todos líderes na Convenção Batista Fluminense.

O velório acontece na 
Capela do Cemitério Memorial Parque Nycteroy.
Acontecerá um culto de Gratidão por sua vida amanhã, dia 27 de fevereiro, às 11 horas, no mesmo local.

Endereço do Cemitério:
Rodovia Amaral Peixoto, km 16, RJ 104
A 100 m do Viaduto de Santa Luzia

Veja como chegar em:
http://www.memorialnit.com.br/

Dormir em paz



            Não sei a razão, mas um dia, ao me deitar, fiquei preocupado com a possibilidade de não acordar no outro dia. Por segundos este sentimento tomou conta de minha mente, imediatamente expulso ao me lembrar de “eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou” - Salmo 3.5.
            Davi experimentava uma fuga causada pelo próprio filho. Era um momento de dor, de sofrimento, de tristeza. Mas sua convicção era fundamentada: “Tu, Senhor, és um escudo para mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça” - 3.3.
Dormindo ou acordado, quem cuida de nós é o pai eterno. Ele tem o controle de nossa vida e nada acontece sem que Ele esteja no controle. Roncando ou com sono silencioso, quem está do nosso lado é o bondoso pai e cada segundo da fria noite é partilhado com Ele.
            Um dia, deitaremos e acordaremos em outro lugar. Mas não estaremos sozinhos, estaremos com Ele. Em seus braços nos acolherá.
            A noite está fria? O inimigo é feroz? Confie em Deus, Ele cuida de nós e nos sustenta.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O contexto Histórico em que Jesus nasceu - III


   Prof. José Francisco de Moura
   Doutor em História

Segue aqui a terceira parte de meus escritos sobre o contexto histórico em que Jesus nasceu.

Como vimos ontem, os macabeus, como representantes de uma facção de judeus tradicionalistas, não aceitaram as atitudes ecumênicas de fundir as religiões e os estados gregos e hebreus em um só e se revoltaram.

Juntaram grande número de seguidores e atacaram as guarnições selêucidas e os judeus simpáticos aos gregos.  Os macabeus, pasmem, pediram ajuda aos romanos nesta luta. Roma era um poder crescente na Europa e já afrontava o domínio grego. A resposta dos gregos e judeus helenizados foi violenta, mas aos poucos os Macabeus foram se impondo e acabaram expulsando –os de Jerusalem. Cercaram os últimos judeus helenizados e os gregos resistentes em Acra durante quase dois anos, quando esses últimos se renderam. Era o fim do domínio grego na região.
Assim, os judeus recuperaram sua independência depois de séculos de dominação estrangeira. A dinastia dos Hasmoneus (134-63 a.C) governará a região durante os próximos 80 anos.
Território judeu sob os Hasmoneus (134-63 a.C)


Esta dinastia incluía os primeiros Macabeus e seus descendentes. Na cabeça dos conquistadores tradicionalistas eles se sentiam na época das conquistas militares de Josué e pleiteavam recuperar a extensão territorial dos tempos de David e Salomão. Para isso, resolveram expandir suas conquistas à força, atacando os povos vizinhos e forçando-os a se converterem ao judaísmo. Também atacaram algumas cidades gregas e converteram seus habitantes à força.

Esta tentativa expansionista dos hasmoneus irritou os ptolomeus, dinastia grega que governava o Egito, e depois os próprios romanos. Os ptolomeus, aliados a judeus derrotados pelos macabeus, por diversas vezes atacaram a Judéia.

No plano interno, os hasmoneus não vão governar em paz, já que entre os tradicionalistas começaram a ocorrer uma série de divisões.  A dinastia dos hamoneus que governou Judá nesse período assumiu o controle do governo e do Templo. Ocorre que eles não eram descendentes do rei Daví, o que gerou logo insatisfações dentre os judeus mais ortodoxos. Era também extremamente difícil para os governantes hasmoneus obedecer fielmente a Lei e efetuar tarefas de governo secular. Em geral, a ação de governo implicava em desobedecer sempre partes de uma tradição fincada em tempos tão antigos.

É por essa época que três grupos bem delimitados aparecem nos textos: os fariseus, os saduceus e os essênios.  Para que você, leitor, entenda esses grupos, peço que pense neles também como partidos políticos, já que entre suas demandas estava o questionamento do controle do governo pelos hasmoneus e o estabelecimento de seus projetos de sociedade.

Os fariseus propunham que além da lei escrita deixada por Moisés havia outras leis que foram transmitidas pela tradição oral. Era uma forma que encontraram de estar sempre atualizando a tradição em um mundo totalmente diferente daquele dos tempos imemoriais.

Já os saduceus se opunham a isso e exigiam que apenas a Lei escrita fosse seguida. Desconfiavam que a interpretação da lei escrita pelo uso da tradição oral fosse um pretexto para desobedecer os textos antigos, como os judeus reformistas tentaram fazer anos antes. Criaram então uma lista de punições, o Livro dos Decretos, no qual estabeleciam quais punições o desobediente à Lei estava sujeito, crimes passíveis de apedrejamento, estrangulamento, decapitação ou morte na fogueira.

Os essênios eram um grupo de tradicionalistas isolacionistas ainda mais radical. Achavam que Jerusalém estava absolutamente corrompida e que o Templo era um lugar de perdição. Passaram a viver no deserto pregando um purismo de vida comunitária e o apocalipse iminente, onde Jeová faria triunfar o Bem (eles) contra o Mal (todo o resto do mundo). Achavam que o corpo era o próprio templo de deus e por isso deveriam mantê-lo puro, banhando-se várias vezes em fontes sagradas e se alimentando de forma frugal. O isolamento da comunidade garantiria o isolamento contra o mal.

Esses três grupos vão ter uma relação amistosa ou conflituosa com os hasmoneus, dependendo da época ou como os hasmoneus faziam a política de seus interesses. No limite, as relações conflituosas muitas vezes terminaram em massacres bárbaros. Até porque os últimos reis hasmoneus acabaram se afastando dos tradicionalistas e adotando alguns costumes da cultura grega, passando a ter verdadeiro repúdio pelos adversários, a quem acusavam de usar a Lei por oportunismo.

Em geral, porém, o período dos hasmoneus consolidou a criação das escolas judaicas onde se aprendia a Torá, o que que possibilitou a expansão das sinagogas em todo o mundo mediterrâneo e em última instância criou o judaísmo tal como o conhecemos hoje.

Mas na verdade, afastar-se completamente da cultura grega era impossível em uma época em que a língua e a moeda grega haviam se tornado universais. Os próprios nomes dos últimos reis hasmoneus mostram que eles acabaram se curvando a este internacionalismo grego. Para que você tenha uma ideia, um dos últimos reis hasmoneus chamava-se Alexandre, contraditoriamente, o nome do conquistador da Palestina.

Para que se entenda o poder da cultura grega naquele mundo é necessário que você, leitor, o compare com o poder que a cultura americana e o capitalismo exercem hoje em nossas vidas. Sem isso, toda a leitura que você está fazendo desses escritos será em vão. Até a poderosa Roma rendeu-se à cultura grega.

Amanhã veremos o colapso do reino hasmoneu com a chegada dos romanos na região.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

Nota de Falecimento

Com pesar, comunicamos o falecimento do Dc. Djalma Vicente da Costa, membro de nossa Igreja, pai da Drª Marizete e sogro do pr. Washington Rodrigues (ex-pastor da PIB do Méier e atual pastor da Igreja Batista Carioca, no Méier).
Seu corpo será velado na Igreja Batista do Braga a partir das 8h desta segunda-feira.

O programa envolvendo as despedidas será:
15 h - Culto de Gratidão ao Senhor.
16h 30min - Sepultamento em Cabo Frio (Cemitério ainda a definir).

Endereço da Igreja:
Rua Omar Fontoura, 117 - Braga - C. Frio - RJ.
(Em frente à Central de Marcação de Consultas).
Em Cristo.
Pr. Neemias Lima

Graça, misericórdia e paz



             É uma preciosidade o verso três da segunda epístola de João: “Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor”.
            Graça, favor que não é merecido.
            Misericórdia, capacidade de sofrer a dor do outro. Etmologicamente, “miseri” - sofrimento e “cordis” - coração. É colocar o coração na dor do outro.
            Paz, atitude quieta mesmo que tudo em volta esteja em desarmonia.
            Do Senhor, recebemos a salvação sem merecimento. É tudo graça. Por que não somos graciosos (cheio de graça) com os outros?
            O Senhor foi capaz de colocar o seu coração na nossa dor. Se ele colocasse somente a razão, estaríamos perdidos. Por que nos relacionamentos queremos colocar mais a razão e menos o coração?
            No Senhor, encontramos paz capaz de nos deixar tranqüilos no meio da tempestade. Por que não desfrutamos de paz se Ele é a doce paz?
            Neste dia, desejo que a graça, a misericórdia e a paz sejam o telhado de sua vida. Deseje o mesmo para o seu semelhante. Ah, e se for preciso, façamos algo para que isso se concretize.

O remédio para o pecado



            Ao longo da história tenta-se resolver o problema do pecado de várias maneiras. Há quem deseje negá-lo, argumentando ser uma criação de certa cultura para escravizar o homem. Outros tentam ignorá-lo com os argumentos hedonistas, ou seja, se algo lhe traz prazer não é pecado. Há quem acredite ser possível realizar algo em troca de um pecado cometido.
            O apóstolo João, que conviveu com Jesus, dá o remédio: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” - I João 1.9.
            Confessar é, em grego, “ὁμολογέω”, significando dizer a mesma coisa que outro. Quando se confessa ao Senhor, estamos falando a mesma linguagem d’Ele. Estamos de acordo com sua vontade. Estaremos livres e poderemos nos aproximar d’Ele com alegria. A confissão é um dos maiores bens que temos. Limpa a área para que fiquemos livres de qualquer mal.
            O pecado nos aflige e é difícil viver sem pecar? Fiquemos tranquilos, pois o remédio é capaz de nos fazer saudável. Mas não brinquemos com ele, é perigoso.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O contexto histórico em que Jesus nasceu - II


   Prof. José Francisco Moura
   Doutor em História

Continuamos a série de escritos sobre o contexto histórico encontrado por Jesus na Palestina. 

Como escrevemos ontem, após a dominação grega na Palestina dois grupos se formaram: um de judeus helenizados simpáticos à cultura grega e outro de judeus tradicionalistas radicais que odiavam a dominação feita pelos reis macedônios e tudo que ela trazia consigo em termos de mudanças culturais.


Rei Antíoco Epifânio IV (175 -164 a.C)

No início do século II a.C., um grupo de judeus helenizados quis acelerar a fusão da cultura grega com a judaica em evidente prejuízo a esta última. Unidos ao rei Antíocos Epifanio IV, combatiam a Lei, achando-a retrógrada e invenção dos homens. Consideravam a crença judaica cheia de superstições e lendas e propunham atualizar e modernizar sua religião, incorporando os estrangeiros e adotando suas ideias, sobretudo a de um deus universal, o que achavam útil à vida hebraica.

Para isso, instalaram um teatro perto do monte do templo e fizeram alterações nos sacrifícios que acabaram destinados não tanto ao custeio do serviço do templo, mas para alimentar os próprios gastos com as reformas, o que levava inclusive a bancar a máquina de guerra do rei.  A gota d’água deste processo foi a tentativa de fusão da religião grega com a hebraica, representada pela instalação de uma estátua de Zeus dentro do templo de Jeová, atitude sempre narrada na Bíblia com a expressão “abominação da desolação”.

Conhecemos muito pouco sobre este grupo de judeus helenizados reformistas, pois aquilo que nos chegou são de seus inimigos ortodoxos. Mas é certo afirmarmos que essas medidas assustaram muitos judeus helenizados moderados, que as acharam ofensivas à cultura e a religião judaica. A instalação dentro do Templo de uma estátua de um deus com rosto grego, sem camisa, segurando um raio e sentado em um trono de quatro metros era uma ofensa sem tamanho a um povo que via na adoração de imagens a “deuses estrangeiros” o pior dos pecados terrenos. Esta imagem negativa de Zeus ficou tão fortemente marcada no imaginário judeu e posteriormente cristão que foi associada com a própria imagem do diabo, tantas vezes representado desta forma nos séculos posteriores.

Além de criar uma divisão entre os judeus helenizantes ,  nem seria preciso dizer que essas medidas irritaram sobremaneira os judeus tradicionalistas. Os primeiros protestos foram reprimidos com extrema violência pelo rei e por seus aliados judeus, gerando mártires que seriam usados como bodes expiatórios na luta contra a opressão estrangeira. O processo culminou na revolta dos irmãos Macabeus contra o domínio grego estabelecido, revolta esta narrada de forma magistral pela Bíblia.

Os irmãos Macabeus e seu grupo de guerreiros das montanhas eram o que havia de mais atrasado dentre os tradicionalistas. Eram nacionalistas fanáticos, isolacionistas que tinham uma visão restrita de seu deus como protetor apenas do povo judeu. Odiavam qualquer questionamento à Lei. Abominavam qualquer inovação cultural ou mesmo tecnológica. Achavam a cultura grega extremamente ofensiva a seus costumes e pleiteavam a expulsão imediata de todos os gregos e seus simpatizantes de Israel.

Os desdobramentos deste conflito para a região nós veremos a partir de amanhã.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

Saudades de minha mãe



Que ela nos deixou,
Hoje, faz um mês,
Sabemos, com certeza,
foi Deus mesmo quem fez.

Não fez agindo,
Fez permitindo,
e tudo que ele faz é bom
Mesmo que na hora seja dor,
A seguir, e ao mudar o tom,
transforma-se numa flor.

"É... já não mais poderemos ficar juntos,
E orar e pedir ao Senhor
que nos ponha no peito mais uma canção,
Uma canção".

"É... já não mais cantaremos até em Cristo,
Revelar-se entre nuvens a nos ajuntar,
Sinceramente eu tenho saudades,
Dos dias que o Pai nos ofertou".

Por um lado,
a saudade diminui,
por outro, aumenta demais.
A bênção é que desfrutamos
de doce, doce e confortante paz.

Dela, e dele, papai,
recebemos uma rica herança,
que no terrível temporal é capaz
de nos trazer a bonança, doce bonança.
E em cada partilhada lembrança
Que a memória nos traz,
Desfrutamos de doce e confortante paz.

Ah, um dia, um dia, nos encontraremos,
É a nossa esperança
Receberemos, do Senhor,
A rica  e intocável herança,
Que ela, e ele, nos legaram,
Com amor, com amor, com amor.

Cabo Frio, 22 de fevereiro de 2013.
Poema escrito no dia em que lembramos 1 mês da partida de mamãe.
As 3ª e 4ª estrofes são uma adaptação da poesia "In memorian", de Paulo Cézar, do Grupo Logos.

A finalidade dos privilégios



            “Mas vocês são a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anunciem as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” - I Pedro 2.9.
            Veja os privilégios:
Geração eleita.
Sacerdócio real.
Nação santa.
Povo adquirido.
            Com tantos privilégios, vamos nos deitar na rede e esperar o Senhor nos chamar. Nã, nã, nim, nã, não...
            Há um “para que”: anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
            E há uma razão motivadora: “Nós, que em outro tempo não éramos povo, mas agora somos povo de Deus; que não tínhamos alcançado misericórdia, mas agora alcançamos misericórdia”.
            Anunciar as boas novas de salvação não é uma imposição religiosa. Não é um programa planejado. Não é um evento periódico. É uma experiência passada naturalmente. Vivíamos nas trevas, agora, na luz. Estávamos longe de Deus, agora, estamos próximos. Tudo pela graça d’Ele.
            Você tem esta experiência? As pessoas do seu lado saberão! Você nem precisa abrir a boca. Mas abra para anunciar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O contexto histórico em que Jesus nasceu - I


   Prof. José Francisco Moura
   Doutor em História

Um dos grandes problemas que opõe historiadores e religiosos em geral é que esses últimos desconhecem completamente o contexto histórico em que Jesus nasceu. Hoje começarei uma série de colunas tentando resumir de forma didática o que foi que Jesus encontrou em termos políticos, sociais, econômicos e religiosos quando chegou ao mundo.


Os gregos dominaram o mundo a partir de cerca de 323 a.C, quando Alexandre o Grande terminou seu processo de expansão. Mas após a morte do grande líder, seu império foi dividido entre seus generais. A Palestina ficou dominada primeiramente pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, duas dinastias gregas.

Os judeus já conheciam os gregos, pois muitos haviam lutado como mercenários junto deles. Sabiam do poderio de sua falange de guerra, de seus aparelhos para destruir e cercar cidades, parte deles descritos no livro de Daniel.

Ao se estabelecerem em toda região, que ia do Egito à Mesopotâmia, os gregos impuseram sua cultura aos povos dominados. Construíram dezenas de cidades. Nas mesmas, criaram as ágoras, que eram praças onde o comércio era realizado, abriram ginásios para exercícios, fundaram liceus para o ensino da filosofia. Estabeleceram templos de seus diversos deuses. A religião grega, porém, era meramente ritualística, sem livros sagrados e sem grandes elaborações teológicas, apenas de cunho sacrificial. Seus deuses tinham forma e sentimentos humanos.

Os gregos também impuseram sua moeda e sua língua aos povos dominados. A moeda e a língua grega viraram populares e universais, fundamentais para você fazer o comércio e se comunicar.

Bom, e como os judeus receberam tudo isso ? De duas maneiras. Os judeus mais ricos e instruídos adotaram rapidamente a cultura grega. Muitos passaram inclusive a ter nomes gregos. Passaram a frequentar os mesmos locais das elites gregas. Surgiram até filósofos judeus, como Filo de Alexandria, por exemplo. 

Ao aprenderem filosofia, esses judeus simpáticos aos gregos aprendiam a questionar suas próprias tradições e a usar a razão para negócios do estado. Passaram a ter visão de Homem universal que os gregos traziam com eles. A bíblia foi traduzida para o grego – a Septuagina. Comungar dos valores gregos passou a ser sinônimo de ser “civilizado”. Muitos conseguiram bons empregos na burocracia imperial grega.

Mal comparando, este grupo fazia o que a nossa classe média faz hoje: fala inglês, adora shoppings, vai a Disney, vê filmes americanos, trabalha em multinacionais, ou seja, comunga de valores que o capitalismo e os americanos, principalmente, disseminaram pelo mundo. 

Ocorre que grande parte da população da Palestina era formada por camponeses ignorantes que viviam em isoladas propriedades rurais nas montanhas, como em Judá, principalmente. Eles não sabiam ler nem mesmo seu idioma. Viviam a espera de um Messias que os tirassem da miséria. Cultuavam um deus da guerra (Jeová) que tinha ensinado a odiar tudo que fosse estrangeiro. E viviam no limite extremo da pobreza. Eram extremamente tradicionalistas, odiando novidades. Queriam congelar o tempo, vivendo como na época de seus antepassados. Eram isolacionistas e achavam que só os judeus seriam salvos.

Por conta disso, eram alvos fáceis de todos os tipos de falsos profetas e falsos messias, que apareciam aos montes prevendo o fim iminente e acusando os gregos de serem os representantes de tudo de ruim existia no mundo. Esses falsos profetas e falsos messias convocavam os camponeses a viverem no deserto, a se afastarem das cidades, onde, segundo eles, habitava o mal e o pecado. Eram rudes e guerreiros ao extremo.

Não foi à toa que as primeiras comunidades no deserto de Qmram surgiram nesta época, pregando o apocalipse e a vitória do deus de Israel sobre todos os inimigos caso os judeus se mantivessem dentro das tradições.  

Os judeus de classe média, os ricos e os cultos que simpatizavam com a cultura grega odiavam essa gente, a qual achavam pessoas atrasadas e ignorantes, dominadas pela superstição e pela crendice.
  
Bom, amigos, vocês podem imaginar no que esta rivalidade entre esses dois grupos poderia dar ? E isso nós veremos amanhã, na continuação deste texto.

Fonte: http://josefranciscoartigos.blogspot.com.br/

Dinheiro é bom desde que...



       Uma inverdade que tem se instalado em nosso meio e assumido contornos de verdade é que dinheiro é algo ruim, sujo e que não traz felicidade.
           Possivelmente, uma das fundamentações para tal atitude encontra-se em I Timóteo 6.10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Esquece-se que não há condenação ao dinheiro em si, mas ao amor que se pode dedicar a ele.
            Dinheiro é bom desde que sejamos seus senhores e não ele nosso.
           Dinheiro é bom desde que não devotemos a ele amor que só se devota a Deus e ao próximo.
            Dinheiro é bom desde que o usemos para a glória de Deus e o bem comum.
            Dinheiro é bom desde que seja um meio e não um fim.
         Dinheiro é bom desde que o usemos para ajudar o necessitado e não omitamos porque pretendemos comprar algo supérfluo.
            Dinheiro é bom desde que eu saiba que quando morrer não levarei um centavo sequer.
            Aprendamos a lidar com o dinheiro, pois, através dele, milhões de pessoas tem ouvido a respeito de Jesus através da obra missionária.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 24 de fevereiro 2013*

Lição 8 - Música na Bíblia, 1
Texto Bíblico: Êxodo 15.1-18

Introdução
A música, embora tão admirada, ainda tende a ser um assunto controvertido no culto, lamentavelmente. O problema não está na preferência de determinado estilo musical, mas na intolerância com os outros estilos musicais.
Entre nós, batistas, a inclusão da música no culto não foi um assunto fácil. Benjamim Keach foi quem introduziu o canto nas igrejas batistas inglesas. Keach conseguiu, em 1673, que a igreja em Horsleydown cantasse um hino no fim da ceia, permitindo que os contrários se retirassem antes de ser cantado .
Nesta e quaisquer outras questões, a Bíblia é quem define, até porque nos é valioso demais o princípio da autoridade da Bíblia como única regra de fé e prática.
Por isso, vamos caminhar, de forma bem resumida, pelas páginas bíblicas, com a finalidade de extrair o que a Palavra diz sobre a música na prática coletiva de culto.

1. Música no Antigo Testamento
Os judeus tinham músicas para diversas ocasiões. Quando o povo passou pelo mar Vermelho, entoou com Moisés o hino que lemos como texto de referência nesta lição (Êxodo 15.1-18).
É um primitivo cântico religioso lindíssimo, acompanhado de instrumentos e de uma responsiva antífona, dirigida por Miriã, irmã de Moisés: “Cantai ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro” (v. 21).
Moisés, no fim do seu ministério, podemos assim dizer, deixou um hino para Israel (Deuteronômio 32.1-43), introduzido no capítulo 31: “Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico, enquanto toda a assembleia de Israel o ouvia” (v. 30). Após o cântico, o verso 44 arremata: “Então Moisés veio e proferiu todas as palavras deste cântico na presença do povo, ele e Oseias, filho de Num”. Antes de morrer, Moisés deixou uma música para o seu povo!
Davi é outro exemplo de líder que dava à música um lugar de destaque. Foi com música que ele levou a arca do concerto para o tabernáculo. “Davi ordenou que os chefes dos levitas escolhessem alguns músicos, dentre seus parentes, para tocarem instrumentos musicais, com lira, harpas e címbalos, e cantarem com alegria” (1Crônicas 15.16). O verso 28 volta a falar dessa ordem, agora cumprida: “Assim, todo Israel levou a arca da aliança do Senhor, com júbilo, ao som de cornetas, trombetas e címbalos, acompanhado de liras e harpas.”
Em 2 Crônicas 5, encontramos a música sendo utilizada na dedicação do Templo construído por Salomão. Interessante, também, é o fato do maior livro da Bíblia – Salmos – ser um hinário .

2. Louvor e Adoração no Antigo Testamento
A expressão “louvor e adoração” tem sido muito comum nas celebrações para designar o momento em que a congregação, conduzida por uma equipe de músicos, entoa cânticos avulsos. O perigo está em confundir o momento de cânticos espirituais como único momento de louvor e adoração no culto. Os cânticos são uma das expressões possíveis de louvor e adoração.
Philip Yancey afirmou que “adorar a Deus hoje significa preencher aos brados todo e qualquer silêncio” e, ainda, falou sobre um autor de várias canções que se disse preocupado com a música de adoração que está pondo o foco nos músicos e não em Deus . Temos de fugir desse erro!
G. Wainwright disse que “o louvor público é também testemunho diante do mundo. Deve ter Deus como seu propósito (...). Um hino cuja intenção não seja o louvor a Deus de alguma forma deveria ser considerado uma idolatria” .
O verdadeiro ambiente de adoração, conforme a visão de Isaías 6.1-8, é aquele que conduz o adorador à consciência dos seus pecados e à necessidade de se buscar a santidade de Deus, que sempre nos impulsiona ao cumprimento da missão e ao serviço.
As referências de culto no Gênesis falam de Abraão, Isaque e Jacó (12.9, 13.4, 26.25 e 33.20). Eram pequenas cerimônias litúrgicas.
Nos mandamentos, conforme Êxodo 20.1-6, Deus orienta Moisés e o povo judeu sobre como deveria ser a adoração. A ordem de abandonar outros deuses foi clara. São vários os textos no Antigo Testamento que mostram a correção divina face à adoração corrompida e idólatra. Isso nos ajuda a entender que, para Deus, não importa o estilo de música no culto e, sim, a vida dos adoradores. O que Deus pede para que o culto seja aceito é santidade: “Eu detesto e desprezo as vossas festas; não me agrado das vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais sacrifícios com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem olharei para as ofertas pacíficas de vossos animais de engorda. Afastai de mim o som dos vossos cânticos, porque não ouvirei as melodias das vossas liras. Corra porém a justiça como águas, como o ribeiro perene” (Amós 5.21-24). Há outros textos que reforçam a mesma ideia, como 2Crônicas 26.26-20 e Isaías 1.11-17.

3. Louvor e Adoração nos Salmos
Embora o Antigo Testamento tenha sido comentado no tópico anterior, daremos um destaque aos Salmos, por se tratar do hinário do povo judeu.
Os salmos evidenciam expressões de louvor e adoração de todos os povos (22.27; 66.4; 89.9; 96.6). É um tema bem abordado na coletânea.
Davi, embora seja o autor da maioria dos salmos, não foi o único. Os filhos de Coré, Asafe, Moisés e até Salomão também compuseram salmos.
O livro é dividido em cinco partes, tornando-o semelhante às leis judaicas – Torá – que também estão contidas em cinco livros.
Os quatro primeiros livros terminam com a expressão “bendito seja o nome do Senhor”. O último, com “todo ser que respira louve o Senhor”.

DIVISÃO DOS SALMOS
Livro I 1 a 41
Livro II 42 a 72
Livro III 73 a 89
Livro IV 90 a 106
Livro V 107 a 150

Apresentaremos a classificação dos salmos elaborada pelo estudioso Hans-Joachim Kraus:

Salmos de louvor. São aqueles que começam com uma expressão hebraica que foi traduzida por “canção de louvor”. Estão arrolados nesta categoria, por exemplo, todos os salmos que contêm a expressão “Louvai ao Senhor” ou “Aleluia” (Exemplo: Salmo 146).

Cantos de oração. Aqui estão elencados os salmos para oração individual, nos quais o pronome pessoal “eu” é usado. “Salve-me, ó Deus”, por exemplo (Salmo 54).

Salmos de ação de graças. “Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai seus feitos entre os povos” (Salmo 105.1).

Salmos “reais”. São aqueles que falam acerca de reis. Contêm elementos também encontrados na literatura do Oriente Próximo, como oráculo e prosperidade para o rei (Exemplo: Salmo 72.15).
Cantos de Sião. Como diz o nome, são os que citam essa cidadela, conforme o Salmo 125.1.

Salmos didáticos. Apresentam expressões hebraicas equivalentes à sabedoria e entendimento. São ainda colocados nessa mesma classificação aqueles que trazem sabedoria proverbial (Exemplos: Salmos 90, 127 e 133).

Salmos que falam de adoração. Kraus afirma que é necessário ter cautela, pois não é tarefa fácil dizer com exatidão onde são encontrados os cultos no Antigo Testamento. Aponta três salmos: 50, 81 e 95.
       
Para pensar e agir
Deus requer de nós santidade. Nós, humanos, pelas limitações peculiares, nos limitamos, na maioria das vezes, à aparência. Como Deus nos conhece perfeitamente, Ele é o único que tem o poder de reconhecer a verdadeira adoração.
O melhor caminho para nós é buscar a santificação e deixar os assuntos de menor importância como secundários. Podemos trocar ideias sobre estilos musicais, mas sem descuidar do estilo de vida que estamos vivendo, diante de Deus (adoração), principalmente, e diante da sociedade (testemunho).
Uma boa disciplina espiritual para o crescimento em santidade é a oração e a leitura da Palavra. Aproveito para relembrar o desafio deste trimestre: a leitura de todo o livro dos Salmos, conforme as orientações das leituras diárias.
Na próxima lição, continuaremos no mesmo tema, com ênfase no Novo Testamento.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 86 e 87
Terça: Salmo 88
Quarta: Salmo 89
Quinta: Salmos 90 e 91
Sexta: Salmos 92 e 93
Sábado: Salmos 94 e 95
Domingo: Salmo 96



*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.