terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Renúncia do Papa - Opiniões - 9
Eraldo Ravasco
Graduado com especialização em Língua Portuguesa,
Bacharel em Direito e Ex-Ministro Extraordinário para a Comunhão Eucarística
A NOBREZA DE UM GESTO
Nessa segunda-feira, dia 11 de fevereiro, dia em que se comemora a instituição do Estado da Cidade do Vaticano, o Papa Bento XVI surpreendeu o mundo, especialmente os católicos, anunciando sua renúncia ao comando da Igreja. Certamente, muitas especulações serão feitas a propósito dos motivos que teriam levado Bento XVI a tomar tal atitude. Ocorre-me que qualquer tipo de especulação é sempre precária, uma vez que apenas Deus conhece o íntimo de cada ser humano. Em assim sendo, sinto-me inclinado a aceitar como causa motivadora dessa atitude aquela que ele mesmo apresentou ao mundo: o papa encontra-se fragilizado pelo peso da idade e já não se vê em condições de exercer uma função que exigiria dele as forças que já não possui. Nesse sentido, julgo ser uma atitude marcadamente nobre. Revela, da parte do Bispo de Roma, um desapego (não muito comum entre os homens) pelo poder e, ao mesmo tempo, nos mostra um senso de extrema responsabilidade. Creio que Bento XVI tenha sido suficientemente humilde para admitir a fragilidade que o passar dos anos lhe impôs. Joseph Ratzinger, um teólogo dos mais respeitados de nossa época, me mostra duas virtudes que considero fundamentais aos que procuram a união com Deus, a quem chamo Senhor do Amor: desapego pelo que é transitório e humildade.
Nota acrescentada pelo professor:
Logo após ter-lhe enviado meu pequeno texto, acessei seu blog e li os pronunciamentos ali postados. Em dois deles, há referência à denominada "infalibilidade papal". A título de esclarecimento, não há negação alguma dessa doutrina (que, obviamente, pode ser questionada por não católicos) e a decisão do papa em renunciar a seu cargo na Igreja. Isso porque a infalibilidade papal está exclusivamente relacionada àquilo que ele expõe nos documentos oficiais da Igreja referentes a questões da doutrina, e a renúncia de Bento XVI não interfere nesses documentos, como a encíclica "Deus charitas est", por ele assinados.
Grande e fraterno abraço. Paz e Bem!
É exatamente o que pensei. Ele tem doutrinas da igreja católica a seguir e defender. Os casos de pedofilia foram o que mais pesaram, visto que a igreja católica está tentando comprar as vítimas dos abusos e assim ficaria tudo bem. Isso devia está pesando na consciência dele e enfraquecendo sua saúde.
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