sexta-feira, 17 de maio de 2013
O PODER DA PICUINHA
Pr. Israel Belo de Azevedo*
Todos nós queremos ser relevantes: queremos fazer algo que torne melhores as nossas vidas e as dos outros, a partir do que nós cremos.
O sentido da relevância, que nos dá sentido para viver, está na contramão do egoísmo, logo, é algo de natureza altruísta.
Ao propor algo, para vidas melhores, enfrentamos oposições, que são SEMPRE salutares. A oposição faz com que repensemos nossa proposta e até mesmo nos leva a desistir dela, ao nos mostrar a sua inconsistência. O altruísmo nos leva a renunciar (sempre um tapa no egoísmo) e, logo depois, buscar outros caminhos. Bem-vindas as oposições, que nos ajudam a seguir em frente.
O que realmente estiola a alma é a picuinha.
A palavra parece vir do bico da ave. A provável etimologia já diz tudo. Uma bicada dói.
Você tem uma ideia, digamos, uma grande ideia. Apresenta-a. O único a fazer um comentário se refere a uma vírgula fora de lugar.
Você dirige um espetáculo, bonito, aplaudido, mas alguém vem reclamar que a sua gravata não combinava com o paletó.
Você se esforça para fazer uma palestra, com horas a fio de estudo, mas as perguntas, ao final, nada têm a ver com o tema abordado.
Com a multiplicação das picuinhas (uma só você mata no peito...), você começa a se perguntar: Para que buscar a solução para um problema? Para que preparar uma palestra ou escrever um livro? Para que ensaiar tanto para cantar ou tocar ou reger?
Com o tempo, as perguntas se tornam respostas do tipo "não vale a pena" ou "nada vale a pena" ou "custa menos deixar como está".
Quando isto acontece, o egoísmo vence o altruísmo.
E a alma se apequena.
Não podemos evitar as picuinhas, mas devemos resistir ao poder delas sobre nós, se queremos ser relevantes.
*Pastor da Igreja Batista de Itacuruçá
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