segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EXPLICAÇÕES QUE NÃO EXPLICAM

Quando precisarmos consolar, precisaremos dizer palavras que venham de Deus e não de nós mesmos, como o demonstra um episódio recente.
Viajavam dois casais de namorados num carro, conduzido por um dos rapazes, quando houve um acidente que fez sangrar corações. As duas moças morreram.
Uma das explicações foi que, no dia do acidente, Deus tinha marcado um encontro com a jovem. Outra foi que os rapazes foram poupados porque Deus tinha um plano nas suas vidas.
Então, com toda a razão, alguém protestou: "E quanto às meninas, não existia plano?"
Responder a este desabafo é um enorme desafio. Não é resposta que possa ser dada sem oração. Não é resposta que nasça apenas do nosso coração. Precisamos conhecer a Palavra de Deus e responder com esta Palavra.
Quando Jesus estava diante de uma experiência de dor, ele se envolvia e seu envolvimento não incluía a explicação. A Bíblia não explica o sofrimento. Devemos ser cuidadosos com nossas explicações, muitas vezes simplistas e muitas vezes trazendo mais culpa aos que já sofrem. Devemos ter a humildade de dizer que não sabemos porque a tragédia aconteceu e deixar as pessoas chorarem, chorando juntos, se for o caso.
Quando Jesus sentiu sua própria dor, Ele sofreu, experimentando inclusive a solidão. Até nisto Ele é nosso mestre. Ao seu lado, muitos tentaram explicar sua morte. E explicaram, embora não entendessem absolutamente nada. Bem teriam feito se se calassem.
A única explicação para a dor é a solidariedade, manifestada no silêncio e também na palavra, no gesto direto e também no gesto indireto (aquele de discreta presença).
E quando formos falar, se for necessário, venham as nossas palavras da Palavra de Deus, como esta de Paulo na segunda aos Tessalonicenses, quando o apóstolo nos abençoa assim: "Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra" (2Tessalonicenses 2.16-17).
Paremos de explicar o que não tem explicação.
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

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