Pr. Elildes Junio Macharete Fonseca |
Dono de um currículo que inclui Doutorado em Teologia pela PUC-RJ, o novo presidente tem carisma e transita em todos os setores com leveza e piedade que impressionam.
Casado com a Profª Thaís, tem duas filhas, Elisa e Luísa.
Com a simpatia, espontaneidade e rapidez, marcas de sua vida, concedeu entrevista exclusiva ao blog e que você acompanha abaixo na íntegra.
Ser presidente da CBF é uma honra e privilégio. Era seu sonho alcançar esse posto?
Com certeza, presidir a CBF é uma honra e um grande privilégio. Não há mérito em mim para isso, é unicamente fruto da bondade de Deus. Foi por Ele e é para a glória dEle. Não era um sonho, embora sempre estivesse à disposição para servir; porém, independente de cargos. Creio que a eleição foi uma consequência do envolvimento denominacional, pela vontade de Deus expressa na generosidade dos batistas fluminenses.
Os desafios que se vislumbram nesse tempo são muito grandes. O irmão está preparado para liderar o povo batista fluminense na superação desses desafios?
Tomando emprestadas as palavras do apóstolo Paulo, “no que depender de mim, estou pronto” (Romanos 1.15) para liderar os batistas fluminenses. A minha parte é estar em prontidão, sempre disponível ao Senhor. Ele me preparará para esses desafios. Eu sou simplesmente um “vaso de barro”.
Diretoria eleita para o biênio 2019/2021 |
Tenho ao meu lado uma excelente diretoria, um time de primeira grandeza. Nesta semana, inclusive, já teremos a nossa primeira reunião presencial, pois já estamos em contato desde quando fomos empossados. Estamos empolgados. O nosso povo pode esperar comprometimento, seriedade, visão, foco, ousadia, praticidade, alegria, leveza e harmonia relacionais. Esses princípios nortearão os planejamentos e, por conseguinte, as execuções. Como Neemias, estamos empenhados numa grande obra (6.3). Reconhecemos a dedicação das diretorias que nos antecederam, fazendo o melhor pela causa. Faremos a nossa parte nessa construção.
Elildes, Thaís, Elisa e Luísa, família do Presidente |
Realmente, muitos analistas afirmam que esta é a pior década da história econômica do Brasil. Seria ingenuidade achar que as igrejas não seriam, em certo sentido, afetadas. O que acontece nas igrejas locais, obviamente, reflete na Convenção. Damos graças a Deus pela competência do Pr. Amilton e sua equipe. Dependemos do Senhor em todo tempo, não seria diferente diante das crises. A primeira ação é buscar a direção do alto. Também precisamos de uma gestão séria e competente, como já foi mencionada. Como liderança denominacional, temos o dever de apresentar um trabalho relevante, porque nossas igrejas e seus pastores são grandes cooperadores. Tenho esperança de que viveremos dias melhores. O povo brasileiro merece, de igual forma, nossas igrejas e Convenção.
Momento da posse em que dirigiu as primeiras palavras aos batistas fluminenses, causando grande impacto e boas expectativas para o biênio |
Nossa diretoria ainda se reunirá para construir o planejamento, mas, posso garantir que não faltará empenho para que a próxima assembleia seja bem concorrida. Vamos trabalhar, e muito, para isso. Sonhamos que em Campos, além da aprovação dos relatórios, tenhamos uma assembleia propositiva, oferecendo encorajamento para cada mensageiro voltar para a sua igreja vibrando com a nossa denominação.
A participação da nova geração nas assembleias convencionais é inexpressiva. Há em mente alguma estratégia para rever o quadro?
Como testemunhei na palavra presidencial no dia da posse, minha primeira participação numa assembleia da CBF foi em 1999, quando tinha 17 anos de idade. Já era envolvido no trabalho regional, no campo litorâneo, mas me encantei com o que vi. Como no ano seguinte estaria ingressando no Seminário, acompanhei a Assembleia da Ordem dos Pastores. Foi muito interessante. Depois, a assembleia convencional, cujas lembranças permanecem vivas em minha memória afetiva. Mas, reconheço que, desde aquela época, a presença da juventude já era minoria. Precisamos lutar para mudar esse quadro. A juventude está envolvida e vibrante nas igrejas locais. Os congressos, como o Despertar, acontecido recentemente, estão concorridos. Está faltando a ponte entre a juventude e as assembleias. Os jovens se envolvem com projetos, com causas desafiadoras e de resultados práticos visando o bem comum. A juventude não se empolga muito com eventos que fiquem apenas “olhando o retrovisor”. Ela quer resposta e ação futura, quer participar do processo. Muitos jovens e adolescentes acham o ambiente das assembleias chato e improdutivo. Não estou dizendo que eles estão totalmente certos, mas, pensando no futuro, na continuidade, precisamos nos reinventar. A essência sempre será a mesma. A forma precisa ser adequada a tempos cujas decisões precisam ser mais rápidas e menos burocráticas. Esse é um aspecto que chama a juventude, entre outros.
Nos últimos anos surgiu na CBF um movimento chamado Coalizão Batista Conservadora que se autodeclara único detentor da fidelidade às doutrinas bíblicas. É um grupo composto de pastores sérios, mas uma das estratégias do movimento é indicar candidatos para que assumam posições importantes no seio da Convenção. Em São Gonçalo, as investidas foram frustradas. Que benefícios e prejuízos movimentos assim podem apresentar num tempo de reconstrução?
Como não faço parte do movimento, não o conheço suficientemente para emitir uma opinião sobre ele. Não tenho o que falar nesse sentido. Apenas posso afirmar que tenho amigos pastores que participam da Coalizão e que são dignos de crédito, gente comprometida. Na igreja local, na denominação ou em qualquer outro ambiente, todo movimento que promove divisão, segregação, fracionamento, é maléfico. Todo movimento que promove integração, paz, unidade, que pensa no todo em detrimento das partes, que soma pelo bem comum da causa, é benéfico. Vale a máxima, que alguns atribuem a Agostinho: “nas coisas essenciais, unidade; nas coisas não essenciais, a liberdade; em todas as coisas, o amor”.
Considerações finais:
Agradeço a oportunidade da entrevista. Reafirmo que contamos com as orações e apoio do povo batista fluminense. Contamos com as igrejas locais, a base de tudo. Contamos com as Associações, que são parceiras fundamentais na dinâmica denominacional. Contamos com as Organizações, que desenvolvem um trabalho muito importante. Contamos com os gestores, uma equipe competente, liderada pelo nosso diretor executivo. Contamos com os pastores, cuja amizade e convivência me enobrecem. Sou muito feliz por ser pastor e conviver com pastores. É bom demais fazer parte da Ordem e aprender com os vocacionados do Senhor. Contamos com a liderança em geral. Contamos com cada servo de Deus, que milita a boa milícia da fé numa igreja cooperante com a Convenção Batista Fluminense. A obra é de Deus, por isso, ela vai crescer e avançar!