Rev. Dr. Aécio Pinto Duarte |
Seu pastoreio na Quarta Igreja
Batista de Macaé é reconhecidamente abençoador, sendo instrumento de Deus para
uma transformação nas ações da Igreja em todos os sentidos. Crescimento, ações
sociais e educacionais, impactos evangelísticos, organização de novas igrejas,
formação de novos pastores e líderes tem sido marcantes na chamada Princesinha
do Atlântico.
O Reverendo Aécio Pinto Duarte
(assim é conhecido na cidade) é casado com a Prª Profª Ilka Duarte. O casal tem
duas filhas, Sara e Raquel, e mais uma “dezena” de filhos recebidos com o
coração na casa deles, destacando que todos os chamam de pai e mãe.
Revelando-se meio assustado com essa
nova realidade, ainda que muito antenado com as demandas da humanidade em todos
os tempos, o Reverendo Aécio Pinto Duarte pontua algumas questões que incomodam
a todos nesse tempo de pandemia.
Realidade das celebrações.
Neste tempo de
reclusão social muitos são os cultos, missas e outros eventos que estão sendo
transmitidos ao vivo via internet. Mirando para os cultos evangélicos, tem sido
uma experiência um tanto estranha para milhões de pregadores que se preparam,
orando, estudando, para trazerem mensagens edificadoras para as milhões de
ovelhas. É estranho para aqueles que não tem o costume de pregar apenas com a
presença dos que vão fazer as transmissões dos “cultos”.
Realidade brasileira.
Quero pensar que
a cada momento o nosso país fica cada vez mais violento e com isso milhões de
membros das Igrejas e de outros segmentos religiosos deixam de frequentar os
ambientes dos cultos, ficando recolhidos as suas residências, isto tudo antes
da pandemia do CORONAVÍRUS. Existe um forte apelo neste período para que todos
fiquemos em casa, mas torcemos para que tudo isso venha chegar ao fim.
Como os cristãos reagirão pós-pandemia?
Quando as
rotinas retornarem normais, inclusive os templos sendo reabertos, eu temo que
milhões de crentes evangélicos, após terem experimentado e gostado de estarem
nos confortos de seus lares, se ausentem dos cultos presenciais e com isso os
templos ficarem vazios. Tenho pensado na NOVA ERA ou na tendência moderna que
nós pastores iremos enfrentar.
Prª Ilka Duarte, esposa do Rev. Aécio, e Sara e Raquel, filhas do casal |
A liderança está preparada?
Essa é a
questão: será que os pastores e outros líderes estão prontos para essa nova
realidade? Um ponto crucial para isso, é que durante a pandemia em que os
templos estão fechados, até os dízimos ficaram reclusos também, muitos líderes
estão passando por momentos melindrosos em que o sofrimento é medonho, outros
não tendo como quitar com os compromissos próprios ou das suas Igrejas.
Particularmente, como você tem percebido essa possível
alteração?
Confesso que
tenho sentido um certo desassossego em razão a esta situação com templos
fechados, parece-me que existem apelos do inferno para que essa moda prolifere
ainda mais, creio que o culto pode ser prestado a Deus de variados modos, como
pela transmissão da televisão ou por sistema da internet, e Deus será honrado
com a mesma intenção como apresentadas, como se estivessem reunidos nos
templos. Uma situação séria a ser avaliada é que, caso isso ocorra, a comunhão
entre os irmãos ficará rompida e por falar sobre comunhão comprometida, o que
me parece pelo menos onde pastoreio é que até o dízimo, a oferta estão de
quarentena, estão em prisão domiciliar ou tornozeleira eletrônica, que limita o
espaço para a circulação. Pelo menos aqui, apenas uns poucos conseguem furar os
bloqueios, assim conseguem fazer suas transferências e com muita timidez
conseguem chegar ao Templo e assim entregarem os dízimos e as ofertas.
Formação dos pastores e eventos denominacionais:
Outro fator
extraordinário que provavelmente ocorrerá é que os seminários, ou como chamam
“Casas de Profetas”, também não existirão porque existe um apelo forte para os
cursos online ou EAD, não sendo obrigatória a presença, é tudo a distância, com
isso não precisa ter os famosos retiros para pastores porque eles não se relacionaram
no tempo acadêmico, eles não se conhecem, será um aglomerado de pessoas
circulando num mesmo lugar dias e noites, sem, porém, se conhecerem. Não haverá
colegas dos tempos dos estudos teológicos. Se essa moda pegar; não sei não, até
as denominações eclesiásticas ou as convenções vão deixar de existir, não
haverá mais trabalhos missionários e com isso crescerá o egoísmo, o comodismo e
o pior virá: a frieza espiritual, o povo não será confrontado pessoalmente com
a Palavra de Deus.
Mensagem
final:
Expresso o meu medo
se isso tudo algum dia vier acontecer, os nossos filhos, netos e amigos não
poderão fazer amigos físicos, apenas virtuais, pois tudo será no modo digital.
Culto de Adoração, estudos em geral, compras em supermercados e lojas, compra
nos restaurantes, lanchonetes e farmácias, serviços bancários, etc, tudo
digital. Na verdade, onde vamos parar se essa moda pegar?