sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Mapa do Coronavírus - Região dos Lagos e cidades mais próximas - 28 de agosto de 2020

Araruama - 133.000 h - 1071 casos - 55 óbitos  

Armação dos Búzios34.000 h - 98 Casos - 13 óbitos  

Arraial do Cabo30.000 h - 157 casos - 6 óbitos 

Cabo Frio220.000 h - 1975 casos - 114 óbitos 

Casimiro de Abreu40.000 h - 739 casos - 19 óbitos 

Iguaba Grande29.000 h - 494 casos - 30 óbitos 

Macaé 257.000 h - 6923 casos - 132 óbitos

Rio das Ostras151.000 h - 1655 casos - 70 óbitos

São Pedro da Aldeia 105.000 h - 1078 casos - 34 óbitos 

Saquarema90.000 h - 987 casos - 53 óbitos 


Fontes:

http://especiais.g1.globo.com/bemestar/coronavirus/mapa-coronavirus/#/ 

https://pt.wikipedia.org/

domingo, 23 de agosto de 2020

O câmbio e as pombas


Por Neemias Lima*

22 de agosto, sábado. Levantei-me cedo, enviei pelo Whatsapp mensagem diária, dilemei entre ler primeiro a Bíblia ou uma crônica (li menos esta semana do que desejava). Decidi pela crônica, ainda que no fundo sentisse-me culpado, afinal, um pastor, primeiro, deve ler a Bíblia. Peguei a companhia de Machado. Com ele, sempre vale a pena. Em alguns casos, até mais do que Salomão (deixe-me colocar o capacete para proteção das pedras, pelo menos que sejam pequenas, espero).

O câmbio e as pombas. Nova para mim, não tinha lido. Bastaria republicá-la com alterações contextuais e ninguém discutiria sua atualidade. Deve-se registrar que o próximo mês, mais precisamente dia 29, marca o 112º ano da partida de Machado de Assis. Aos intempestivos que concluem ser do momento as oscilações do câmbio, aplaudindo ou vaiando governos por sua baixa ou alta, uma excelente informação que raiará como o sol em suas mentes escurecidas.

Ah, sobre o meu dilema inicial. Após seis parágrafos, nem longos nem curtos, médios, eis o tesouro encontrado: “Não andeis cuidadosos da vossa vida, que comereis, nem para o vosso corpo, que vestireis... Olhai para as aves dos céu, que não semeiam, nem segam, nem fazem provimentos nos celeiros; e contudo, vosso pai celestial as sustenta... E por que andais vós solícitos pelo vestido? Considerai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham nem fiam... Não andeis inquietos pelo dia de amanhã. Porque o dia de amanhã a si mesmo trará o seu cuidado; aos de hoje basta a sua própria aflição”. [S. Mateus.]

Que Machado é pródigo em citações bíblicas, talvez o mais entre os famosos, é domínio público, público leitor. Minha mente viajou: logo no sétimo parágrafo! Numerologia bíblica. Sete. Perfeição. Seria intenção machadiana? Ah, divagação, penso! Voltemos às pombas, nem o câmbio interessa.

O câmbio e as pombas, 23 de agosto de 1896. As pombas, sempre dóceis, singelas e despreocupadas, inexistem. Os homens e mulheres, ansiosos, preocupados, aflitos e inseguros. A moeda, réis. O câmbio, oscilante, para baixo - bom para uns, e para cima - bom para outros. O machado, que corta, cortado foi.

Pandemia, 23 de agosto de 2020. 124 anos depois. As pombas, são outras. Mas, despreocupadas, singelas e dóceis. Os homens e mulheres, inseguros, aflitos, preocupados e ansiosos. A moeda, real. O câmbio, oscilante, para baixo e para cima. Outros Machados ocupam o lugar.

O ensino-conselho é o mesmo: não ande preocupado, olhe para as aves. O dia de amanhã, deixe para amanhã. O de hoje, viva com intensidade. Tanto o de hoje quanto o de amanhã recebem o cuidado do seu Pai. Ele criou tanto as pombas como você. Por ele, nenhum ser, ave e humano, passa fome, sente frio, se desespera. Só descansa. Seus cuidados, ternos, paternos e eternos.

E, como pombas, podemos parar, voar, pousar, alimentar-nos, descansar e continuar. O pai, no mistério do Espírito, está em nós. Como na linguagem coloquial, Ele olha e sinaliza: “tamo junto!”.

E não é que a pomba é o mais contundente e convincente símbolo do Espírito Santo! Intencionalmente, Machado? Na eternidade, se saberá! Espera-se.

*Pastor da Igreja Batista no Braga, Cabo Frio - RJ.

domingo, 16 de agosto de 2020

Brasileira residente nos Estados Unidos apresenta suas percepções sobre este dramático momento em que todos sofrem

Ela reside nos Estados Unidos desde 1998. Uma viagem que, a princípio tinha a missão de levar as sobrinhas e passear, acabou se transformando numa caminhada nova e, vinte e dois anos depois, a brasileira, que não esquece sua terra, experimenta a situação mais difícil nesse período. Várias outras crises aconteceram, mas a atual se reveste de desdobramentos muito intensos e tensos, considerando, que distante dos familiares, experimentou a perda de seu irmão por conta do COVID 19. Ele era um visionário empresário, cristão exemplar e que servia ultimamente como membro da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.

Esther Garabito teve sua caminhada cristã com início na Primeira Igreja Batista de Pendotiba, Niterói, e desde adolescente atuava na área musical, tendo sido seus pais líderes muito cooperadores na denominação batista fluminense.

Na América do Norte, Esther casou-se com um cristão adventista, teve o filho Esteban David e frequentou esta Igreja por sete anos, deixando por compreender de maneira diferente várias questões. Em Reno, no estado Nevada, administra uma empresa na área de festas e, hoje, sua vida está totalmente ligada à vida americana.

Como uma mulher brasileira está vivendo a realidade da Pandemia num país tão distante?

Quando vim para os Estados Unidos, jamais pensei em ter uma residência permanente neste país, meu objetivo era trazer minhas sobrinhas (porque minha irmã já vivia aqui) e regressar para o Brasil. Cheguei no dia 2 de junho de 1998, insistiram que eu ficasse até o Natal e fui ficando até hoje. É muito difícil viver longe do seu país, principalmente longe da sua família, pagamos um preço alto e, nestes momentos, o que mais queremos é estar perto da nossa família. É muito triste você saber que perdeu um irmão, estando distante. Penso que é algo que é muito difícil de superar.

Quais as dificuldades enfrentadas nesse tempo estando tão distante de sua terra natal?

A maior dificuldade que eu enfrento é a saudade, não sabemos o que vai passar, não sabemos o que Deus tem preparado para nós. Saio para trabalhar com muita fé e confiança que Deus é meu protetor.

Conhecendo a realidade brasileira e vivendo a realidade americana, quais as diferenças e semelhanças no enfrentamento da Pandemia?

Aqui falta pouco para chegarmos aos 4 milhões de infetados. E o Presidente Trump preocupado com a economia e com sua campanha eleitoral. Que triste saber que para muitos não importa o sofrimento das pessoas, crianças que ficaram sozinhas sem pai e mãe, que hoje estão aos cuidados do governo. Se fôssemos contar tudo, escreveríamos um livro.


Esther e seu filho Esteban Garabito

Como encararam o problema as Igrejas evangélicas americanas?

As igrejas em Reno encaram este problema com muita cautela. O que mais me impressionou é que, apesar de toda regra do distanciamento, as Igrejas não deixaram de ajudar a comunidade com comida e roupa. Existem muitas famílias com dificuldade, sem trabalho. E as Igrejas tanto, americanas como Spanish, tem ajudado muito a comunidade. Um trabalho muito bonito.

Em algum momento, você sentiu medo da realidade da Covid 19?

A princípio não senti medo, mas, depois que meu irmão veio a falecer pelo Covid19, sim passou a me dar medo.

Que lições se pode tirar desse problema para a vida de modo geral?

Muitas lições podemos tirar. Eu em particular, tenho aprendido muito. A dependência que temos que ter de Deus, penso que seremos totalmente diferentes, depois que tudo isto passar. Às vezes, nos preocupamos com tantas coisas banais e nos esquecemos que ao nosso redor existem pessoas sofrendo, necessitadas, pessoas que estão desesperadas, aflitas e angustiadas com toda esta situação e nós, como cristãos, não podemos ficar de braços cruzados. Deus está esperando algo dos seus filhos.

Considerações finais:

Quando voltarmos a nos reunir como Igreja, as coisas não podem ser iguais, devemos estar mais comprometidos com Deus, e não achar que a casa de Deus é um clube, uma reunião social. Deus espera que regressemos diferentes. Nós, como cristãos, não deveríamos estar surpresos com tudo que está passando, porque é necessário que tudo isto passe, para que venha o fim. Deus é soberano, e isto que deve estar gravado na nossa mente. Que Deus é Soberano. Estamos nas mãos de Deus. Precisamos acreditar na Estrela da manhã - Jesus.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Meu nome tá na Bíblia, rapá!

Por Neemias Lima*

Calma. Põe o pé no freio. Não é o meu nome, embora também esteja lá. Quem escolheu foi meu avô paterno, Dr. Antônio dos Santos Lima. Sim, meu avô paterno era doutor. Muitos o recomendavam assim. Farmacêutico dos bons, era como um anjo na vida de pessoas simples e sofridas no interior do estado do Rio de Janeiro. Ele, leitor voraz, acompanhava as notícias pela Voz do Brasil e lia o que de mais importante chegava àquelas plagas. Soube que ele sugeriu o nome e minha mãe, sua nora, amou. Meses depois seu irmão, meu tio, faleceu na explosão de uma foguetaria. Foi um consolo para minha mãe, que ainda cumpria o resguardo.

Deixando de lado essa divagação, afinal o nome de quem está na Bíblia, considerando que são milhares alistados no livro sagrado dos cristãos? Trata-se daquele homem que “tentou humilhar” um entregador, ofendendo-o, discutindo com ele e realçando sua condição social em comparação ao simples rapaz.

Ficou curioso com o tentou humilhar entre aspas? Na verdade, nem precisava. O verbo tentar na terceira pessoa do singular do tempo Pretérito Perfeito do modo Indicativo elucida. Sim, porque quem foi humilhado foi o próprio anfitrião. Aliás, correção: anfitrião, não. Tanto pelo significado da palavra como pela atitude. É melhor fanfarrão. Repito, a propósito: o humilhado foi o fanfarrão. Provavelmente, nunca mais fará isso. Oxalá seja assim! Ainda que pela dor! Deve-se reconhecer que ela - a dor - é pedagógica. Ressalte-se que não é a melhor pedagogia.

Informações dão conta que o deselegante cliente sofre com problemas na esfera mental. Chegou a mostrar atestado na delegacia. Sendo verdade, e esperamos que seja, isso atenua a atitude tão violenta e mesquinha. Mas, como provoca um matuto amigo meu, “ele rasga dinheiro?”. Na elucubrada conclusão do meu amigo matuto, se não, é são. Mas isso não vem ao caso. Deixemos isso com os implicados - acusadores, defensores e julgadores. Eles que são inteligentes que se entendam.

Ah, não posso me esquecer: meu nome tá na Bíblia, rapá! E não é que está mesmo! E perceba a ironia: seu nome é o mesmo nome do entregador: Mateus. Como gostaria de ver os documentos de identidades dos dois para conferir a grafia. Sim, porque já vi Mateus, Matheus e, até, Mathaws. Ah, teve um Matteus também. Sim, a curiosidade na grafia, porque, na personalidade revelada, a diferença é abissal.

O evento revela dois Mateus: um, trabalhador, educado, digno, honrado, humilde. Outro, aproveitador, mal educado, indigno, desonrado e arrogante. Com suas atitudes, um alegra a família e outro, entristece. Imagino a tristeza desta. E a alegria daquela.

Entre os apóstolos de Jesus tinha um Mateus. Um livro do Novo Testamento leva seu nome. No capítulo 23, versículo 12, lê-se: “Aquele que se exaltar, será humilhado. Aquele que se humilhar, será exaltado”. E no capítulo 15, versículo 18, tem-se: “O que sai da boca procede do coração; é isso que contamina o homem”. É o famoso “a boca fala do que está cheio o coração”.

O nome Mateus traz o significado: dom, dádiva, presente de Deus. O presente que os Mateus receberam tiveram utilidade diferente. Um, para o bem. Outro, para o mal. Não basta ter o nome na Bíblia. É preciso ter os ensinos da Bíblia no coração. Cuidemos do coração porque dois Mateus brigam dentro de nós e não é incomum o arrogante assumir o protagonismo.

Ficou curioso com o meu nome bíblico? Foi um copeiro, que se tornou governador, reconstruiu Jerusalém e significa “confortado por Deus”. Não é difícil descobrir.

*Pastor da Igreja Batista no Braga.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Capelão Brasileiro no Paraguai declara: "Nações gastaram bilhões de dólares em segurança e armamentos, mas ficaram totalmente impotentes diante deste vírus".


“O Hospital é o maior campo missionário do mundo, 
passa mais pessoas pelos hospitais do que pelas igrejas”. 

Ele foi consagrado ao ministério da palavra em janeiro de 1976, na Segunda Igreja Batista de Macaé, onde sua família fazia parte da relação dos membros fundadores. Seu primeiro ministério foi como auxiliar na Primeira Igreja Batista de Londrina, no Paraná. Foi aqui que seu chamado e a paixão ministerial de sua vida se consolidaram ao se dedicar à capelania hospitalar. Em Londrina, foi capelão do Hospital Evangélico e no Hospital do Câncer. 

Em 1978, assumiu a Capelania do SASE de Macaé, ministério compartilhado com a liderança da Igreja Batista de Rocha Leão. Em 1987, foi enviado pela Junta de Missões Mundiais para o Paraguai e foi o primeiro capelão missionário com atuação no Centro Médico Batista. Em 1991, foi a Jacksonville, Estados Unidos da América do Norte, enviado pelo hospital para fazer uma residência em Educação Clinica Pastoral no Baptist Medical Center. 

Volta ao Paraguai em 1993 e atua no Hospital Bautista no Paraguai e pastor da Iglesia Bautista Emaus. Em 2001, volta a Jacksonville, para fazer uma residência como supervisor em Educação Clínica Pastoral no Baptist Medical Center. Cursa o Mestrado em Divindade e foi pastor e organizador da Primeira Igreja Batista Brasileira de Jacksonville. Em 2006, retorna ao Brasil e seu plano é retomar o ministério de Capelania no Paraguai, mas este não é prioridade da Junta de Missões Mundiais. Em 2007, a convite do Centro Médico Bautista de Assunção, assume a capelania, com a tarefa de fazer parte da organização da Universidade Centro Médico Bautista, onde atua até a presente data. 

É casado com Eliana desde 1974, tem três filhos e oito netos, formando uma linda família. 

Estamos falando do pastor batista brasileiro Odenir Figueiredo Júnior que acredita: “Creio que o Hospital é o maior campo missionário do mundo, passa mais pessoas pelos hospitais do que pelas igrejas”. 

Como o pastor avalia a pandemia em todo o mundo? 

Creio sinceramente que estamos vivendo as dores de parto, um prenúncio da vinda de Cristo, de outro lado, essa pandemia deixa bem claro que vivemos em um mundo global sem fronteiras. Essa pandemia mostrou a vulnerabilidade da humanidade, esse vírus rompeu as barreiras daquilo que chamava o primeiro mundo. Nações gastaram bilhões de dólares em segurança e armamentos, mas ficaram totalmente impotentes diante deste vírus. Creio que esta pandemia deve levar-nos a uma reflexão e avaliação de nossos valores e prioridades. A igreja está sendo desafiada a romper paradigmas ritualistas e reinventar-se dentro de um mundo virtual. Creio que Deus tem pressa que seu evangelho seja pregado mais rapidamente e globalmente. A Igreja tem de mundanizar-se, ou seja, sair das quatro paredes e ir onde as pessoas estão. A igreja não pode ficar indiferente as necessidades de sua comunidade. Necessidades sociais e espirituais. 

Pela mídia se tem notícia que a situação no Paraguai é muito tranquila. Como vocês agiram?

Interessante que os primeiros pacientes infectados entraram em nosso Hospital, um paciente que veio do exterior, chegou no Paraguai e estava com sintomas de gripe e veio consultar, logo depois o médico que o atendeu e outro que usava o mesmo consultório, apresentaram os sintomas e foram internados. Foram feitos os primeiros testes do Corona Vírus e deram positivo, um médico foi para terapia intensiva e veio a falecer e o outro já está curado. Ao saber destes dois casos, o ministério de saúde de Paraguai, no dia 10 de marco, colocou toda população em quarentena total, fechando todas empresas e escolas. Somente os serviços essenciais ficaram aberto com um protocolo rígido de atendimento e uso obrigatório de mascaras para todos. Durante este processo o ministério fez um controle de todas pessoas que tiveram contatos com estes pacientes, realizando os testes em todos e deixando em quarentena controlada. Foi imediatamente fechada as fronteiras, e todos paraguaios que chegam do exterior, são obrigados a fazer uma quarentena de 14 dias em um abrigo ou lugar definido pelo governo. Os mesmos têm seus testes feitos na entrada e na saída. Caso depois de 14 dias estejam negativos, são permitidos ir para casa. Assim funciona até o momento. Todos casos de infecção estão controlados pelo ministério de Saúde. Temos 30 pessoas internadas, 2260 casos de infectados, 1102 recuperados e 19 falecidos em todo período de marco até agora. 

Capelão Odenir Figueiredo com a equipe do Hospital

Em algum momento, o pastor temeu por algo mais grave em sua área de atuação? 

Na verdade, os protocolos dentro dos hospitais são muito rígidos, os capelães em sua atuação de contenção ao paciente infectado, passam pelos mesmo protocolos dos médicos e enfermeiras. Nosso trabalho maior tem sido na contenção dos familiares, que em alguns casos estavam sendo discriminados pela comunidade. Na Universidade, tivemos que fazer uma reengenharia total em todos cursos, passando de presencial para virtual, um desafio para alunos e professores. Hoje já estamos mais estruturados, temos treinado nossos professores e de alguma forma está sendo uma oportunidade de crescimento através das ofertas de cursos de “pros grado online”. 

No Paraguai, como estarão os cristãos, em termos institucionais, quando terminar a Pandemia: mais fortalecidos ou enfraquecidos? 

Creio que mais fortalecidos, muitos pastores de igrejas pequenas, passaram usar as plataformas virtuais para seus cultos, conseguindo um público duas a três vezes maior que sua membresia, assim como de pessoas não crentes que estão tomando suas decisões. Agora estamos na fase de volta aos cultos, mas a verdade é que existem muitas limitações, e muitas igrejas decidiram continuar fazendo seus cultos online e na igreja PG.

Como desenvolver o ministério no Pós-Pandemia? 

Creio que esta pandemia abriu a visão da igreja para usar as redes sociais como instrumentos poderosos para discipulado e evangelização. Vamos ter que mudar nossas estratégias, reinventar nossa maneira de ministrar em um mundo global. O mundo e a igreja não serão os mesmos depois desta pandemia.

Que lições pode-se aprender para a vida com a pandemia?

A maior lição é conscientizar-nos de nossa vulnerabilidade diante da vida, aprender a ressignificar estes momentos difíceis, transformando-os em oportunidades. Entender nossa completa dependência de Deus e fazer uma reflexão profunda de nossas prioridades. 

Considerações finais. Creio que este tempo é um tempo de reflexão e de rever nossas prioridades e valores. Como digo a meus pacientes terminais, o importante é viver um dia por vez. Hoje é o dia que o Senhor nos presenteou, vivamos intensamente cada oportunidade que o Senhor nos der, usando todos os dons e habilidades dadas pelo Senhor. Sobretudo viver na dependência total de sua graça.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Presidente da Convenção Batista: “Vivenciamos tempos de aflição... inimigo invisível, notícias manipuladas politicamente, amigos e parentes partindo sem termos direito ao rito do luto”.

Rachel de Abreu Pereira (foto) é Graduada em Música - Composição - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bacharel em Música Sacra - Educação Musical - pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Pós graduada em Regência Coral pelo Conservatório Brasileiro de Música), Mestra em Práticas Interpretativas - Regência pela UFRJ, Doutoranda em Música pela UFRJ.

Sua atuação inclui professora universitária nas instituições UNICBM (Centro Universitário CBM ) e CBM (Conservatório Brasileiro de Música), professora nos cursos de Pós Graduação no Coletivo das artes e no STBSB. 

Ministra de Música há 20 anos, atualmente lidera o ministério musical na Primeira Igreja Batista da Penha, RJ. Foi presidente da Associação dos Músicos Batistas Cariocas de 2013 a 2017 e vice presidente da Convenção Batista Carioca 2017 a 2019. 

Atualmente é a presidente da Convenção Batista Carioca. Casada com Marcos Antonio Pereira e mãe de Marcos Filho (16) e João Pedro (14) é filha do pastor Eduardo Souza de Abreu e Marta Oliveira de Abreu.

Nesta entrevista, você saberá como a Ministra de Música enfrenta esse tempo de pandemia.

Como você interpreta esse tempo?

Muitos dizem que este foi um tempo preparado por Deus para julgamento da humanidade, outros dizem que foi para santificação da igreja e ouvimos ainda outras tantas hipóteses! Sei que todas as coisas estão debaixo da mão de Deus. Se acontecem por sua vontade soberana ou permissão, ainda estão subjugadas à sua voz. No meu entender, todos paramos para refletir sobre a brevidade e fragilidade da vida neste tempo. As decisões tomadas a partir desta reflexão são da responsabilidade de cada um. Uma coisa é certa, e o pregador já dizia: “Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal” - Eclesiastes 12.14.

Família da Ministra de Música
Família: esposo Marco Antônio, os filhos Marcos Filho e João Pedro

Em algum momento, você ficou apreensiva, ou até com medo, dessa situação?

Enfrentar uma circunstância nunca vivida antes traz para qualquer um certo grau de preocupação. Inimigo invisível, noticias manipuladas politicamente, amigos e parentes partindo sem termos direito ao rito do luto. Claro que vivenciamos tempos de aflição, mas nós confiamos em Deus, nosso refúgio e fortaleza, bom Pastor que nos conduz em pastos verdejantes e que também está conosco em vales de sombra e de morte. Esta doce presença traz paz ao nosso coração. Um dos textos da Palavra de Deus que me acompanha neste tempo de pandemia está em Filipenses 4.6-7: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”.

Todo planejamento foi por água abaixo com a pandemia. Como a Ministra de Música enfrenta esse tempo de pandemia?

Salomão já falava sobre isso em Provérbios 16.1: “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca”. Algo que aprendi ao longo desses 20 anos de ministério é que pessoas são mais importantes do que realizar projetos. Apesar de estarmos distantes, temos podido auxiliar cada ovelha que Deus coloca sob nosso cuidado, bem como estamos mais próximos de nossa família. Percebi como as atividades estavam roubando este tempo precioso. Novas oportunidades tem surgido para evangelização através das redes sociais. Como Igreja, aprendemos a nos aproximar, apesar do distanciamento requerido. A música sempre foi um meio de adorar a Deus, edificar o corpo de Cristo e proclamar a Boa Nova da salvação. Este tempo não frustrou nenhum deste objetivos, apenas nos desafiou a cumpri-los de maneira diversificada.

Vários municípios estão flexibilizando e as celebrações estão voltando com protocolos variados. Como será para a área da música, sobretudo o canto congregacional, marca das celebrações?  

Vários tem sido os estudos de profissionais do canto, cientistas, médicos com relação a esta questão da projeção de partículas através do canto. Acredito que neste primeiro momento, ainda prosseguiremos cantando com máscaras e quando sem, mantendo o distanciamento orientado. Creio que esta vacina tão sonhada, em breve chegará. Até lá, vamos nos adaptando ao “novo normal”. Algumas igrejas já tem realizado ensaios em ambientes abertos e com os componentes corais bem distantes (além do recomendado). Cada Igreja deve respeitar a orientação governamental e pastoral. 

Que conselhos você daria para os Ministros de Música, músicos e todos os que participam ou lideram a área musical nas Igrejas?

Faço minhas as palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” - I Coríntios 15.58. Em breve seguiremos as nossas atividades. Aproveitem o tempo para cultivar seu relacionamento  com Deus.

Coro da Associação dos Músicos Batistas Cariocas

A relação Ministro de Músico x Pastor pode enfrentar de alguma forma atritos agora com a volta em virtude de protocolos?

Acredito que aqueles que trabalham em consonância não têm atritos. Entendem que são direcionados por Deus. Trabalham em equipe. O ministério de música é um ministério auxiliar ao ministério pastoral. Segue o direcionamento de Deus e a orientação que Ele mesmo dá ao pastor da Igreja local, por mais que possam existir visões diferentes da liderança. 

Considerações finais:

Agradecemos a Deus pelo ministério que recebemos d’Ele. Privilégio sermos escolhidos por Ele. Privilégio servir aos servos do Senhor. Agradecemos a oportunidade de compartilhar, através deste canal, nossos desafios e visão. Que Deus nos ensine a sermos relevantes neste tempo. Voz afinada em meio a tantas dissonâncias.