Em junho de 2005, escrevi e publiquei o texto abaixo. Resolvi republicá-lo.
Resgato uma dívida com esta crônica. Dívida comigo mesmo. Devia ter saído há mais tempo. Como creio no que está em Eclesiastes 3, descanso que este é o tempo.
Na década de 80, lá se vão mais de 20 anos, fomos numa visita ao Lar Batista em Rio do Ouro. Aproximadamente, 10 membros da Igreja Batista de Cachoeiro de Cardoso Moreira, na Kombi da Igreja. Na volta, dois pneus furados atrasaram a viagem e o tempo para compromissos noturnos tornava-se cada vez menor. Procurando imprimir maior velocidade, numa lombada, nosso pastor com “P” maiúsculo ultrapassou um caminhão velho que se arrastava como uma tartaruga, carregado de lenha. Nenhum perigo, pois a velocidade da Kombi era bem maior. Estrategicamente estacionada, estava uma viatura policial. Kombi parada, o policial apresenta a irregularidade, informa a necessidade de multa. O pastor com “P” maiúsculo explica os motivos em função do atraso, reconhece o erro, aceita a punição, mas, surpreso, ouve do policial: “Ué, o senhor vai dar dinheiro pro estado?”. Você entende a proposta, não entende? Mais surpreso fica o policial quando nosso personagem responde com autoridade: “Sim, é o estado que paga vocês, que faz estradas, e nós não aprovamos propina, somos crentes e, quando erramos, precisamos nos arrepender e pagar pelo erro!”. Imagine a face do policial! Devolve os documentos, coloca-se à disposição para ajudar na informação, pelo rádio, aos familiares e libera o veículo, desculpando-se.
Outras histórias do pastor com “P” maiúsculo há que merecem aplauso, mas o espaço não permite. Apenas de passagem: era capaz de pregar na Congregação na zona rural e deixar, na sede, o seminarista (este era eu!), dividir sua refeição com necessitados, dar banho em doentes idosos e por aí vai. Tem muito mais, mas fiquemos com essas!
Não nego que há estreita relação entre nós. O pastor com “P” maiúsculo foi instrumento de Deus para me encaminhar ao Seminário, realizou meu casamento com Ilcimar, promoveu com a Igreja o concílio que me examinou e a conseqüente consagração, deu-me oportunidade de ser seu auxiliar (apenas 5 meses), pregou em minha posse na Batista do Braga em 1989, é meu pastor até hoje.
Seu nome: Josué Garcia Cerqueira. Casado com a profª Carmem Lúcia de Aguiar Cerqueira. Três filhos: Niander (pastor), Ana Lúcia e Josiane (casadas com vocacionados ao ministério). O significado de seu nome é o “Senhor salva” e é o mesmo nome hebraico para Jesus. Não podia ter ética diferente, podia?
Obrigado, pastorzão com “P”.
Nota: Pr. Josué Garcia Cerqueira foi para o céu no dia 10 de dezembro último.
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