Anne Lou Bagby, ao centro, com o pr. Lourenço Stélio Reggae, Pr. Sócrates de Oliveira e Pr. João Soares da Fonseca e outros líderes na Assembleia Convencional em Goiânia |
Neemias Lima*
Por onde caminhava, sua simpatia atraía todos e seu sorriso contagiava os que se aproximavam dela. Ela percorreu os corredores do Centro de Convenções de Goiânia, visitou stands de joias, folheou livros e posou para fotos com todos os que se apresentavam.
Por onde caminhava, sua simpatia atraía todos e seu sorriso contagiava os que se aproximavam dela. Ela percorreu os corredores do Centro de Convenções de Goiânia, visitou stands de joias, folheou livros e posou para fotos com todos os que se apresentavam.
Estava muito à vontade entre os
convencionais a americana brasileira ou brasileira americana, Anne Lou Bagby
ou, como gosta de ser chamada, Ana Lu. Neta de William Buck Bagby, um de nossos
pioneiros, sua presença era parte das comemorações do centenário dos batistas
goianos, já que seu pai TC Bagby foi pastor da Primeira Igreja Batista de
Goiânia e ela batizada nesta Igreja.
Com a mesma simpatia e
espontaneidade, deu entrevista exclusiva e você acompanha abaixo.
Irmã Ana Lu, como avalia e se
sente ter uma ligação tão forte com os batistas brasileiros?
Em
tenho uma herança que só Deus pode dar-me, tem sido uma bênção imensa para mim
ter nascido no Brasil e o contato desta assembleia me segue abençoando para ver
o que os batistas estão fazendo em seu tempo para a obra de Cristo.
A irmã nasceu em São Paulo...
Fale um pouco sobre isso.
Bom,
os meus pais tinham cinco filhos quando o irmão nasceu antes de mim. A Igreja
de Vila Mariana fez uma grande festa pelo nascimento dele. Eu cheguei um ano e
pouco depois, foi uma surpresa para meus pais, meu pai estava com cinquenta
anos. Sempre tive boa saúde aqui. Quatro irmãos cursavam a universidade nos
Estados Unidos. Tive o privilégio de frequentar a Igreja de Vila Mariana,
iniciada por meu pai, e frequentei o Colégio Batista, que minha avó começou em
São Paulo. As duas instituições ainda estão fortes depois de quase cem anos, a
Igreja de Vila Mariana não tem 100 anos, mas o colégio, sim.
Seu pai foi pastorear a PIB de
Goiânia e a irmã foi batizada i?
Ele
disse que Deus tinha lhe dirigido para vir para o estado de Goiás, que era o
futuro do Brasil, naquele tempo, no mapa do Brasil, só havia uma quadra dizendo
que Brasília ia existir no futuro. Por três dias, viajamos de trem, demorou
muito chegar aqui. Foi um tempo muito feliz, os jovens da Primeira Igreja eram
muito amigos meus e de meu irmão. Eu cresci em Jesus e quando me apresentei
para o batismo, eu estava com medo de dizerem que eu não merecia. Meu irmão era
bom e eu um pouquinho aventureira - rsrsrsrsrs. Fiquei muito feliz quando a
Igreja votou aceitar-me como membro.
Em que ano aconteceu seu
batismo?
Foi
mais ou menos em 1948, 49, não me lembro bem, acho que está na ata da Igreja.
No Brasil, não é comum
perguntar a idade da mulher, eu não vou perguntar sua idade...
Obrigada...
Mas poderia dizer o ano em que
nasceu?
Risos...
Não! O Senhor sabe matemática, vai descobrir fácil... rsrsrsrsrs. Eu já passei
dos oitenta...
Que isso! Está muito bem! Está
muito saudável!
Pois
é, isso é suficiente, é bom para todos sobre minha idade. Nem todo mundo é
igual, depois dos anos, Deus nos dá saúde, eu não posso dizer que minha saúde é
produzida por mim, eu tento me cuidar, meu marido aos quarenta e três anos era
médico e temos muitos médicos na família e quando preciso de alguma atenção,
eles me dão.
Há uma curiosidade sobre seu
pai adotar “TC Bagby” e não o nome completo...
Bom...
seus pais lhe deram o nome para honrar o companheiro missionário que se chamava
Taylor, mas o meu pai não gostava do nome dele, porque, em Inglês, Taylor
significa alfaiate. É um nome bonito, mas ele decidiu ser chamado, “TC”, as iniciais que ele tinha, e,
também, ele decidiu que era mais brasileiro “TC” (Tê Cê), em vez de “Ti Ci”. Em realidade, não sei se todos
sabem, ele depois dos sessenta e poucos anos decidiu que ele devia de ser
brasileiro, porque ele estava alcançando brasileiros, então ele rejeitou a
nacionalidade americana.
Ele não tinha dupla cidadania,
adotou só a cidadania brasileira?
Exatamente.
A minha mãe sempre dizia depois disso: “eu me casei com um americano”. Mas ele
deixava passar, ela era só americana. Minhas amigas brasileiras me diziam que
tinham muita admiração por meu pai porque ele escolheu ser brasileiro.
Eu soube também que ele era
meio fora da curva, não se preocupava com o que pensavam...
Ele
não se preocupava nada com que os outros pensavam, a não ser que fosse algo que
não ajudaria o seu ministério. “Ele obedecia a todas as regras de governo, de
igreja, mas escolhas pessoais ele tinha liberdade de fazer o que queria, sem preocupar-se
tanto com os outros”. Quanto aos perigos, ele dizia que a vida dele estava nas
mãos de Deus, e Deus dava liberdade para ele nadar onde quisesse, o dia dele
não havia chegado.
E ele nadava em lugares
arriscados...
E
salvava muitas vidas nadando, porque quando moravam na Ilha de Guarujá, os
visitantes vinham sem conhecer as ondas, então buscavam meu pai, o pastor, para
ele salvar o pessoal que estava afogando, ele era forte.
Como a irmã percebe hoje o
Brasil Batista, participando e sendo homenageada aqui na Assembleia?
Eu
percebo que vocês tem a força, o ânimo, a iniciativa que só vem do alto, não
vem dos americanos, vocês tem a sua própria direção, eu estou impressionada,
sinceramente, com o que estou vendo, mobiliário, literatura produzida por
brasileiros... de certa maneira, estamos precisando que alguns de vocês nos
ajudem lá na América, porque aqui é outro mundo, é outro mundo.
A realidade cristã americana
hoje é de esfriamento?
Eu
acho que sim. Nem sempre, eu estou numa Igreja firme, uma igreja que tem sido
fiel todos os anos, mas tem igrejas que estão saindo da fé da Bíblia, dos
ensinamentos da Bíblia e espero que aqui todos estejam firmes no que a Bíblia
ensina acerca de muitos assuntos.
A irmã é membro de que Igreja?
Eu
sou membro da Primeira Igreja Batista de Dallas, é muito grande, histórica, e o
meu avô, William Bagby, era amigo, companheiro de escola do pastor de lá, Pr.
Truedy. Quando ele veio aqui, meu pai viajou com ele e o traduziu por um mês.
Nós nos sentimos honrados com
a história que vocês escreveram aqui...
O
coração do brasileiro em se lembrar de me agradecer também me inspira com suas
vidas, eu estou vendo que Jesus continua trabalhando em seu meio, abençoando
vocês.
Considerações finais
Foi
um prazer conhecer você. Thank you, ops, muito, muito obrigado. Até que Ele
volte!
Nenhum comentário:
Postar um comentário