Por ocasião da morte do Pr. Osvaldo Ronis, escrevi uma crônica. Leia abaixo:
Fanini
e Osvaldo Ronis se encontram no céu
Antes de ler este texto: Especulações
teológicas devem ser esquecidas. Imaginação deve dar o tom da leitura. Personagens
são referidas com muito carinho e respeito. Temor a Deus e a sua palavra
permanecem.
Pastor Fanini acaba de sair de um
bate-papo com os pastores Belardim Pimentel, Reis Pereira, João Filson Soren e
as missionárias Beatriz Silva, Margarida Lemos Gonçalves e Myrtes Matias.
Caminha lentamente com o polegar
direito no extremo do olho direito, como que a meditar... sorri... balbucia...
cantarola mais afinado do que quando morou aqui... e, de repente, se surpreende
com uma voz: “Fanini, meu seminarista!”. Olha e não se contém de tanta alegria.
“Osvaldo Ronis, você chegou? Que
alegria!”, saúda Fanini e emenda: “Está aqui desde quando?”.
“Ah, Fanini, acabei de chegar,
fiquei surpreso com a recepção, não mereço, mas foi tanta celebração...”.
“Ah, imagino... espere aí, você
chegou agora pouco? Ouvimos o movimentar dos anjos e parecia algo especial.
Ouvi um que passou voando perto da gente e dizia que não podia perder porque
era importante e que esperou muito tempo para receber você, mais de 100 anos”.
“Fanini, você disse ‘perto da
gente’, quem?”, quis saber Ronis.
“É que estávamos agora pouco
conversando eu, Belardim, Reis Pereira, João Soren, Beatriz Silva, Margarida
Gonçalves e Myrtes Matias”, responde Fanini.
“E onde eles estão, quero estar com
eles?”, sugere Osvaldo Ronis.
“Ih, mestre, é complicado isso, aqui
é surpresa uma atrás da outra, a gente não sabe onde e quando vamos encontrar,
mas todo tempo você é surpreendido”.
“Ué, Fanini, mas aquela ilustração
que você contava ‘da casa que era construída aqui com o material que a gente
mandava da terra’, era tão emocionante...”.
“Pois é, Osvaldo, ainda não descobri
isso, nem sei se é assim mesmo, só sei que é bom demais aqui. Aquele hino
‘Tenho lido da bela cidade, construída por Cristo nos céus’ não é capaz de
descrever nem de longe o que é realmente. Mas, espere aí, o professor de
Geografia Bíblica era você, eu era evangelista, quem tem que saber localização
é você...”.
“Vamos mudar de assunto:”,
interrompe Ronis: “Lembra quando você foi seminarista da Primeira Batista da Tijuca,
Igreja que Deus me deu a bênção de pastorear?”.
“Como não me lembrar, meu pastor, eu
era cabeludo e usava lambreta para me deslocar, década de 50, a Helga era Itecista
na 1ª Batista de Ramos, Igreja pastoreada pelo Pr. Octávio Felipe Rosa”,
destacou sorrindo Fanini.
“Isso mesmo, e você, aos domingos à tarde,
ia ‘namorar’ de lambreta, aproveitava para fazer ‘ar livre’ junto com o Sebastião
Peixoto da Silva e Eurico Freitas, vocês eram bem jovens e amigos... ah, tempo
bom... as igrejas não fazem mais ‘ar livre’... a verdade é que os tempos são
outros e outras formas até mais eficientes tem surgido...”.
“Mestre, me conte aqui, como estão
os pastores, a nossa querida CBB?”, quer saber Fanini.
“Bem, Fanini, Deus é o dirigente
moral da história, mas percebo uma crise muito perigosa: pastores se envolvendo
com o pecado, a vocação tem sido vendida e a CBB... Fanini, olha quem vem ali:
‘Manoel Avelino de Souza, me dê um abração!’... que saudades”, sai correndo
Osvaldo.
“É, aqui é surpresa mesmo, ainda não
tinha encontrado o Avelino”, balbucia Fanini.
Os
três se abraçam efusivamente e são surpreendidos com uma multidão de anjos, num
lindo coral, com vestes brancas, vozes afinadíssimas, cantando: “Disse Jesus: ‘Ide
por todo o mundo e pregai o Eterno Dom’ / Da salvação que, com amor profundo,
dá o Deus gracioso e bom”. Trocam olhares, são misturados no coral e cada um
vai para um canto...
Nenhum comentário:
Postar um comentário