No início de 2008, Eike Batista era o 142º homem mais rico do mundo com R$ 6,6 bilhões. Afirmava convictamente ser fácil superar Bill Gates, fundador da Microsoft, e Carlos Slim, magnata mexicano das telecomunicações. Em 2012, era o sétimo do mundo e disse que ultrapassaria Slim “pela esquerda ou pela direita”. Planejava em 2015 ou 2016 ser o mais rico do mundo. Questionado por uma repórter ser tão pouco tempo, replicou: “Você acha rápido, é muito tempo!”.
Era o modelo de empresário brasileiro moderno. Recebido em todos os gabinetes, inclusive o presidencial, com pompa e ampla divulgação. Sem qualquer expectativa negativa, tudo ruiu e, hoje, é lembrado como exemplo de fracasso. Segundo alguns analistas, “prometer o que não se pode cumprir” foi um dos maiores defeitos de Eike Batista. Mas não precisa ficar com dó, porque está mais rico do que eu e você. Eu, com certeza. Você, suponho.
De uma entrevista ao Jô Soares, com ares pujantes, pinçamos algumas pérolas: “Não posso mais brincar de correr de lancha, porque nenhum seguro ia me cobrir... três é meu número de sorte... sou de uma geração no Brasil que ficou cansada de fazer puxadinho, estamos construindo um superporto em Açu, que será igual o de Rotterdam com a parte industrial ligada a ele... eu pretendo fazer do Glória um dos dez maiores hotéis do mundo, e vai ser... “.
Jô Soares enfatizou: Você foi a Cusco (cidade do Peru), Titicaca (lago no altiplano dos Andes, na fronteira do Peru e da Bolívia) e Machu Picchu (Peru), você foi peregrinação, seu lado místico que te levou a esses lugares?
Eike respondeu sorrindo: “Foi, foi uma vidente, eu adorava ver videntes, e uma delas disse que eu deveria estar tal hora, deitado num campo com grama, olhando para o céu, eu fui e fiz, e pelo visto funcionou”.
Jô Soares quis saber sobre o “X” no nome das empresas, ressaltando que o místico e o supersticioso se misturam um pouco. E perguntou: “Qualquer empresa que você faça agora coloca um “X” no meio?”. Ele responde: “Cada um de nós tem uma certa energia, os números e palavras falam com você, pelo menos comigo fala, tem que dar o clique”.
Algumas de suas crenças: só se senta de frente para as portas (ih, acabei de notar que sento de trás; só de pirraça, não vou mudar), dois guerreiros incas do império do ouro do Peru como amuletos e um elefante indiano.
No livro “O X da questão”, escrito em parceria com o jornalista Roberto Dávila, ensinou: “A ousadia deve ser bebida com moderação”. Parece-me que não aprendeu o que ensinou. Declarou que toda a riqueza veio de sua educação, “eu fui bem educado”.
O sobrenome de Eike nos é muito familiar, Batista. Lembrei-me dele, o Batista, o João, João Batista. Delo, nos evangelhos, destaco: “...aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar... O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu... É necessário que ele cresça e que eu diminua” - Mateus 3.11 e João 3.27,30.
E lembrei-me, também, de Salomão, o homem mais rico de todos os tempos: “Há quem se faça rico, não tendo coisa alguma; e quem se faça pobre, tendo grande riqueza” - Provérbios 13.7.
*Pastoral do dia 23 de fevereiro de 2014, Igreja Batista do Braga.
Esse é o "X" da questão! Não há riqueza naior do aquela oriunda de um trabalho contínuo. Esta não vem repentinamente.Não está condicionada a priori e à condições futuras. Ela é construida paulatinamente, tijolo por tijolo. A riqueza construida nesses moldes, é como aquele que constroi sua casa sobre a a Tsur- a rocha...
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