O navio afundou, mas ele se salvara milagrosamente. Mais morto que vivo, acabou chegando à praia de uma ilha que depois descobriria deserta.
Não tendo com quem conversar, resolveu que iria conversar com Deus. Todos os dias, orava fervorosamente, pedindo o milagre do resgate. Chegava a dormir, observando o horizonte na esperança de ajuda, mas nada acontecia, como se o tempo tivesse parado para ele.
Precisando abrigar-se, conseguiu, com muito custo, juntar folhas secas e galhos, improvisando o que seria a sua casa. O tempo foi passando, mesmo parecendo parado. Quem viu as agruras que Chuck Noland, o personagem de Tom Hanks, sofreu numa ilha no Sul do Pacífico no filme Náufrago (Cast Away), lançado no ano 2000, nem precisa imaginar.
Pois um dia, nosso personagem saiu a percorrer a área à procura de qualquer coisa para comer. E eis que, de repente, o tempo fechou. O temporal desabou. Um raio caiu e feriu com fúria uma árvore próxima e incendiou o que ele considerava a sua "casa".
O náufrago não conteve mais a sua revolta contra Deus. Dedo em riste para as alturas, desabafou:
- Por que tanta infelicidade? Não bastava o naufrágio, agora o desamparo total?
Deu socos no ar, chorou a sua miséria, e foi dormir mais incrédulo do que nunca.
Algum tempo depois, um pontinho, alguma coisa surgia no horizonte sem novidades. E foi crescendo lenta mas consistentemente. Era um navio. Um navio se aproximava da ilha.
A euforia do resgate se associou à curiosidade e quis saber como o descobriram ali:
- Vimos uma grande coluna de fumaça no céu.
Pediu perdão a Deus por reclamar. A casa incendiada fora a sua salvação.
Da próxima vez que algum "raio" destruir o que você considera tão importante nesta vida, lembre-se, pode ser um ato da providência de Deus em seu favor.
Pr. João Soares da Fonseca
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