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No ano 458 a.C., ao voltar do cativeiro da Babilônia para Jerusalém, Esdras e seu grupo de 2.000 judeus tiveram que andar cerca de 1.500 km em 4 meses (Ed 7.1,7,8). O percurso era perigosíssimo, e Esdras confessa que ficou com vergonha de pedir "proteção policial" ao rei Artaxerxes I (Ed 8.22). Sua avaliação depois foi: "...a mão do nosso Deus estava sobre nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e dos que nos armavam ciladas pelo caminho" (Ed 8.31).
John G. Paton (1824-1907), pastor presbiteriano escocês, sabia do que Esdras estava falando. Paton foi missionário nas Ilhas Novas Hébridas, do outro lado do mundo, perto da Austrália. Em 1980, as ilhas tornaram-se independentes e mudaram de nome: Vanuatu.
Quando os missionários aí chegaram, os habitantes das Ilhas eram canibais. Tanto que dois missionários, antes de Paton, foram mortos e devorados no dia 20 de novembro de 1839. Por pouco Paton não teve a mesma sina. Certa noite, a casa onde moravam foi cercada pelos canibais. A intenção dos nativos era queimar a casa e devorar os moradores. Paton e a esposa se ajoelharam e começaram a orar. Foi uma longa noite de aflição e oração. A qualquer momento, o ataque seria fatal. Pela manhã, porém, para surpresa dos missionários, tudo calmo: os canibais tinham ido embora. O que teria acontecido? Paton ficou curioso, mas não era ingênuo de sair pela área perguntando.
Um ano depois, o chefe dos canibais se converteu. Foi aí que Paton soube o que, de fato, acontecera naquela noite: os canibais ficaram com medo de atacar porque viram centenas de homens fortes, bem armados, protegendo a casa. "Aliás, quem eram eles?", quis saber o chefe convertido. Paton não tinha a menor idéia. Quer dizer, tinha.
O Deus de Esdras era o Deus de Paton. E é o nosso também. Na hora do perigo, como na hora do sossego, confiar nesse Deus é a melhor decisão. Confie em Deus!
Pastor João Soares da Fonseca