por Miria Ribeiro Neto da Silva
Não é de hoje que ouço reclamações de supostos crentes sobre o tratamento que recebem de suas igrejas. Algumas, de tão recorrentes, ganharam contornos de verdade e, em linhas gerais, podem ser ilustradas pelas seguintes frases: "Igreja é uma panelinha, ninguém ajuda por sinceridade"; "Nem notam minha presença, é assim com a maioria...."
Não é de hoje que ouço reclamações de supostos crentes sobre o tratamento que recebem de suas igrejas. Algumas, de tão recorrentes, ganharam contornos de verdade e, em linhas gerais, podem ser ilustradas pelas seguintes frases: "Igreja é uma panelinha, ninguém ajuda por sinceridade"; "Nem notam minha presença, é assim com a maioria...."
Quero dizer que minha experiência foi o contrário desses relatos. Vim de uma família simples e usufruí de oportunidades que jamais teria se não fosse minha educação evangélica. Criada num lar batista, sempre me destaquei no colégio porque tinha facilidade de me expressar por escrito, conhecia estilos literários diversos, sabia representar nas peças da escola e, ao ingressar no curso universitário, fui várias vezes solicitada para representar a turma diante dos professores pela minha suposta erudição. Tudo porque, na EBD e nas organizações missionárias fui apresentada a autores de livros de boa qualidade, aprendi a cantar, declamar, recitar, memorizar textos, defender meus pontos de vista na lição da classe e muitas outras oportunidades que me fizeram crescer cultural, espiritual e moralmente, e, acima de tudo, de forma generosa moldaram meu caráter.
Conheço muitos jovens que, como eu, jamais teriam acesso à boa música, jamais aprenderiam piano, saxofone, cantariam ou mesmo saberiam o que é um coral, se não fosse a sua igreja. Conheço, também, jovens favorecidos, economicamente, que nunca tiveram acesso ao que eu tive, porque a igreja nos oferece o que o dinheiro não pode comprar.
Por isso tudo sou grata a Deus por minha Igreja Batista, pelas suas convenções que fortaleceram meu entendimento sobre o que é cooperação e espírito democrático, mesmo quando o Brasil ainda vivia sob ditadura, pelos congressos que enriqueceram minha existência e por ela ter feito de mim um ser humano muito, mas muito melhor.
* Miria Ribeiro Neto da Silva é psicóloga e membro da PIB de Guapimirim - RJ.
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