sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Temporal no Rio: castigo de Deus?

Basta surgir evento com manifestação da natureza ou tragédia envolvendo muitas pessoas para aparecerem os profetas do apocalipse e da ira divina. O último foi o temporal que desabou na capital fluminense na última quarta-feira, deixando todos em grande aflição. A motivação para o castigo foi o Carnaval, encerrado naquele dia, mas que, para alguns, se estende até hoje.

Eu era adolescente e um pastor batista muito envolvente e empolgante, num sermão, afirmou que Deus castigara dezenas de fiéis católicos, que viajavam num ônibus para um evento, por causa da idolatria. Confesso que fiquei empolgado com a afirmativa. Passado um tempo, descobri que ônibus de evangélico, que se desloca para retiros, congressos ou trabalhos evangelísticos, também tomba e pessoas sofrem. Confesso que fiquei decepcionado.
            
Caminhar por essa estrada, a de relacionar calamidades e adversidades com aceitação ou rejeição divina à conduta humana, é infantilidade que deveria ser deixada. Parece-me que a compreensão de Paulo no texto de Atos 17.30,31 revelava maturidade modelar: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.

Enquanto se estiver por aqui, a vida humana experimentará dias de sol radiante e de espessas nuvens com temporais violentos, mares serenos e tranquilos e ondas bravias apavorantes.

A verdade predominante é: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra” - Salmos 46.1-3,10.

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