Basta surgir evento com manifestação
da natureza ou tragédia envolvendo muitas pessoas para aparecerem os profetas
do apocalipse e da ira divina. O último foi o temporal que desabou na capital
fluminense na última quarta-feira, deixando todos em grande aflição. A
motivação para o castigo foi o Carnaval, encerrado naquele dia, mas que, para
alguns, se estende até hoje.
Eu era adolescente e um pastor
batista muito envolvente e empolgante, num sermão, afirmou que Deus castigara dezenas
de fiéis católicos, que viajavam num ônibus para um evento, por causa da
idolatria. Confesso que fiquei empolgado com a afirmativa. Passado um tempo,
descobri que ônibus de evangélico, que se desloca para retiros, congressos ou
trabalhos evangelísticos, também tomba e pessoas sofrem. Confesso que fiquei
decepcionado.
Caminhar por essa estrada, a de
relacionar calamidades e adversidades com aceitação ou rejeição divina à
conduta humana, é infantilidade que deveria ser deixada. Parece-me que a
compreensão de Paulo no texto de Atos 17.30,31 revelava maturidade modelar: “Mas
Deus, não tendo em conta os tempos da
ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se
arrependam; porquanto tem determinado um
dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que
destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.
Enquanto se estiver por aqui, a vida
humana experimentará dias de sol radiante e de espessas nuvens com temporais
violentos, mares serenos e tranquilos e ondas bravias apavorantes.
A verdade predominante é: “Deus é o nosso
refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos,
ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos
mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem
pela sua braveza. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre
os gentios; serei exaltado sobre a terra” - Salmos 46.1-3,10.
Nenhum comentário:
Postar um comentário