"O mundo não acaba na semana que vem".
Disse o ex-presidente Lula, numa entrevista depois que os médicos anunciaram que seu tumor na laringe desapareceu com o tratamento (quimioterápico e radioterápico).
A frase tem a ver com o seu estilo de vida alucinado após deixar a presidência. Num curto período, disse, ele visitou 30 países. Garantiu que não vai mais fazer isto.
Suas palavras revelam que aprendeu com a experiência da dor. A maioria de nós aprende e uma maioria nesta maioria esquece o que aprendeu.
Todo dia de manhã, ao caminhar, passo por um ex-vizinho. Ele era muito gordo. Doente, teve que fazer uma cirurgia cardíaca. Ficou magrinho. Andava de manhã. Agora, não anda mais. Está gordo de novo. Parece estressado porque ele vai para o trabalho com o ticket da passagem na mão. Possivelmente esqueceu o que aprendeu com o sofrimento.
As palavras do ex-presidente, tiradas da sabedoria popular, têm a ver com o desejo de uma vida equilibrada. Se o mundo não vai acabar semana que vem, o mundo pode esperar um pouco e não precisa ditar o ritmo da nossa vida.
O ex-presidente está certo.
O ex-presidente também está errado. O mundo pode acabar hoje ou semana que vem ou no próximo milênio. O dia e a hora ninguém sabe. Neste sentido, devemos viver como se o mundo fosse acabar hoje, para que não absolutizemos o presente e façamos hoje as coisas realmente importantes, e, ao mesmo tempo, como se fosse demorar a acabar, para que não morramos antes, sufocado pelo trabalho e pelos aborrecimentos.
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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