O
clamor do sangue
É
impressionante como está no nosso imaginário a relação entre José e Jesus. E,
diga-se de passagem, boa relação. A Bíblia diz que Jesus chorou - João 11.35.
José também chorou. José era o que podemos chamar de chorão. Quando reencontrou
o pai, chorou. Quando viu Benjamim, também chorou. Quando seus irmãos inventam
aquela história com medo dele ir à forra, chora de novo. É verdade que outros
homens choraram, mas o choro de José se assemelha ao de Cristo. Registra João
11.33-36: “Jesus, pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que
com ela vinham, moveu-se muito em
espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem,
e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava”. Em Gênesis 43.30, lemos: “E José apressou-se,
porque se lhe comoveram as entranhas por
causa de seu irmão, e procurou onde chorar; e, entrando na sua câmara,
chorou ali”. Percebe-se nos dois uma sensibilidade muito aguçada, compaixão sem
igual.
José
não fica no choro. Age em favor dos seus. Providencia-lhes um banquete, em
seguida identifica-se a eles e orienta sobre a vinda do pai. Nada adianta
chorar com alguém ou por alguém e não agir em seu favor. Pode parecer lágrimas
de crocodilo. O chorar não salva, adverte o poeta. É preciso fazer alguma
coisa. Isso acontece com o reencontro de José e seus irmãos. São tratados a pão
de ló.
Lágrimas
são sempre lágrimas, mas há choros diferentes. Era o clamor da vitória, justiça
restabelecida, senhorio do Senhor, vitória do bem sobre o mal. Que o seu choro
não seja de dor, mas de alegria! Um ou outro, Jesus enxugará.
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