quinta-feira, 7 de março de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 10 de março 2013*


Lição 10 - Cristo: assunto central no culto
Texto Bíblico: I Coríntios 3.1-23

Introdução
Fanny Jane Crosby, ao compor a letra do hino 547 do Hinário Para o Culto Cristão, registrou:
“Sabeis falar de tudo que neste mundo há,
 mas não dizeis palavras de Deus que tudo dá?

“Falamos do mau tempo, do frio e do calor.
Oh, bem melhor seria falar do Salvador!”.
E prosseguiu, exortando:
“Irmãos, irmãos, falemos de nosso Salvador”.

O principal assunto da igreja é Cristo. Ele é a Boa-Nova para a humanidade (Lucas 2.10,11). Fora dele, não há igreja; pois igreja é uma comunidade de pessoas regeneradas por Cristo, biblicamente batizadas e comprometidas em segui-lo, imitando-o em pensamentos, palavras, ações e atitudes. Simplificando, igreja é um grupo de pessoas que querem ser como Cristo.

É preocupante que numa igreja outros assuntos ganhem mais evidência que Cristo. É um sinal de afastamento da missão, o que requer retorno à santidade. Qualquer voz que tente competir com a de Cristo deve ser refutada.

Em diversos momentos na história da igreja cristã surgiram falsas vozes, buscando encontrar espaço entre os servos de Cristo, promovendo ensinos daninhos à fé verdadeira: “Mas entre o povo também houve falsos profetas, assim como entre vós haverá falsos mestres. Às ocultas, introduzirão heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou e trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2Pedro 2.1).

Uma igreja ocupada com Cristo saberá discernir entre o que é bíblico e o que é vã filosofia humana (Colossenses 2.8). A recomendação divina é clara: “Já que fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas de cima e não nas que são da terra; pois morreste, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3.1-3).

O próprio Jesus, após libertar o gadareno da opressão maligna, o “ocupou” com o assunto mais importante para um cristão: “Volta para a tua casa e conta tudo o que Deus te fez. E ele foi, anunciando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe havia feito” (Lucas 8.39).

Se Cristo é assunto que não se esgota nem fica ultrapassado, que a igreja viva, pense, imite, siga e fale de Cristo. E que esse estilo de vida em Cristo ganhe visibilidade no culto, individual e coletivo.

1. Culto à personalidade
Lamentavelmente, o “culto à personalidade” não é apenas uma estratégia dos políticos em campanhas eleitorais. Numa definição simples, “o culto de personalidade ou culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes – reais e/ou supostas – do governante, bem como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são frequentemente encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias” (Fonte: Wikipédia).
Sabemos que Deus reprova cabalmente a prática da idolatria. O perigo é pensarmos em idolatria somente em relação às imagens e descuidarmos da idolatria de pessoas, até porque o conceito de idolatria não se resume aos cultos pagãos. Idolatria é toda e qualquer honraria e veneração a alguma coisa ou a alguém no lugar de Deus.
Quando Cristo deixa de ser o assunto central no culto, fatalmente a idolatria entrará em cena. Cultuar é adorar e, se Deus não é o adorado, alguém ou alguma outra coisa o será.
Temos de tomar cuidado para não competirmos com a glória que é exclusivamente de Deus. Há pessoas que se julgam tão importantes, que chegam a pensar que são indispensáveis para a qualidade do culto na sua igreja.
Há também o erro de só ir ao culto se o pastor fulano pregar, se o irmão tal cantar, etc. Será que isso não pode ser uma espécie de idolatria, de culto à personalidade?
Está na moda, mais do que nunca, o “pastor pop star”. São estrelas, artistas, hipócritas, menos pastores de verdade. São falsificadores da fé, que levam as pessoas a se curvarem diante deles, a engordarem suas contas bancárias, menos a se arrependerem dos seus pecados e confessarem a Cristo como Salvador e Senhor.
Às vezes, pensamos que isso está longe de nós e que somos inatingíveis. Pensar assim é andar à beira do precipício. Temos de nos vigiar constantemente e pedir a Deus que nos livre da assimilação do erro da autoidolatria.

2. Culto ao mercado
Assim como a idolatria, o culto ao mercado é um grande estrago para a igreja. O que queremos dizer com “culto ao mercado”? É abrirmos mão de nossos princípios para “comprar” o que está na moda, o que todo mundo faz, mesmo que seja contrário ao que cremos.
Exemplificando: uma determinada música está caindo na graça do povo, mas a sua letra contraria o que cremos e, mesmo assim, a cantamos, só para “estar na moda”, para manter o culto da igreja “atualizado” com o que está “bombando” no mercado gospel. Isso não acontece só com a música, é claro.
Não podemos esquecer a exortação bíblica: “não acompanhe a maioria para fazer o mal” (Êxodo 23.2).
Contextualizar o culto é preciso, mas isso não significa banalização de princípios em busca de sucesso e de falso crescimento. Nem tudo o que está no mercado é “produto” apropriado.
 
3. Fundamento do culto
No texto bíblico de referência para esta lição, encontramos o ensinamento paulino sobre a carnalidade, que causa divisões na igreja. Ele repreendeu os sintomas da “espiritualidade infantil” dos coríntios, que não podiam tolerar verdades espirituais mais profundas, pois ainda careciam de conhecimento dos fundamentos básicos da fé.
Os coríntios competiam entre si, tentando mostrar superioridade e exaltando determinados pregadores, aliando-se a um e a outro, criando partidos rivais. Eles pensavam que eram sábios (1Coríntios 3.18), grandes conhecedores e cheios de espiritualidade. Estavam cegos para as suas verdadeiras necessidades espirituais.
Paulo ensinou a inferioridade dos pregadores em relação a Cristo, pois são simplesmente servidores daquele que faz a obra crescer. Também deixa claro que nenhum cristão precisa “reivindicar” nada, porque Deus nos deu todas as coisas em Cristo.
A igreja é o edifício de Deus, tendo Cristo como fundamento. Paulo instrui que Cristo é o “material” exclusivo para a fundação. Noutras palavras, Cristo é o próprio fundamento, o alicerce (3.11).
Somos cooperadores na construção sobre o fundamento, que é Cristo, até porque nós mesmos estamos edificados nele. Não devemos fazer parte do grupo daqueles que tentam, frustradamente, destruir o fundamento com falsos ensinos.
O fundamento para o culto é Cristo. Qualquer celebração edificada fora dele ruirá. Se Cristo não for o foco, não for o centro, o culto será falso.

Para pensar e agir
Somos cristãos porque assumimos um compromisso com Cristo. Como casa edificada na rocha, somos igreja edificada em Cristo (Mateus 7.24-29). Não dependemos de circunstâncias para a firmeza na fé, porque a firmamos em Cristo, e Cristo não é circunstancial e temporal, como nós. Ele é eterno, suficiente e perfeito.
Partindo desse pressuposto evidenciado pela Palavra de Deus e comprovado no dia a dia da igreja, atentemos para alguns detalhes que fazem toda a diferença:
Cristo é o ponto de partida e de chegada. Lembremos que “todas as coisas são dele, por ele e para ele” (Romanos 11.36). Cristo não é pretexto para o culto, e sim o assunto principal.
Culto não é palco para lançamento de celebridades. Só há uma pessoa em evidência na celebração, e se chama Cristo Jesus. Essa afirmação não pode ser apenas retórica. Estamos todos abaixo de Jesus e em igualdade entre nós. Essa ideia de “supercrente”, de “guro espiritual” não combina com as nossas doutrinas neotestamentárias. O sacerdócio universal de todos os crentes deve ser constantemente relembrado. Noutras palavras, todos temos livre acesso a Deus por meio de Jesus, único e suficiente mediador.
Piedade e compromisso com a excelência são fundamentais. A piedade nos leva a uma postura de servo, com humildade e profundo respeito às coisas de Deus. Junto à piedade, precisa estar o compromisso com a excelência, porque ser humilde não é sinônimo de aceitar que o culto aconteça de qualquer maneira. Deus merece o melhor, sempre. A cada culto, a igreja precisa demonstrar mais qualidade. O discurso de que determinada programação não ficou boa, mas deixa assim mesmo porque é para Deus não é correto. Temos de buscar a excelência em todo o tempo.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 110 e 111
Terça: Salmos 112 e 113
Quarta: Salmos 114 e 115
Quinta: Salmos 116, 117 e 118
Sexta: Salmo 119.1-32
Sábado: Salmo 119.33-64
Domingo: Salmo 119.65-96

*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

2 comentários:

  1. "imitando-o em pensamentos, palavras, ações e atitudes." Desejo de ser como Cristo.
    Por isso Jesus diz que ele é o Caminho. E a igreja primitiva era chamada de a seita judaica dos "do caminho".

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  2. É preocupante que numa igreja outros assuntos ganhem mais evidência que Cristo. É um sinal de afastamento da missão, o que requer retorno à santidade. Qualquer voz que tente competir com a de Cristo deve ser refutada.

    Recomendo "Missão Transformadora" David Bosch Editora Sinodal.

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