Lição 8 - A vigilância com perseverança
Na intensa BATALHA ESPIRITUAL, precisamos urgentemente estar vigiando com toda a perseverança. Esse alerta feito por Paulo implica em prestarmos atenção constantemente, sem descuidamos um só instante do foco.
Um trabalhador estava desempregado e saiu em busca de uma colocação no mercado. Como não tinha qualificação profissional, conseguiu uma vaga na construção civil. Ele foi designado para ser vigia em um grande prédio que estava sendo construído num bairro nobre da cidade. O seu horário de trabalho era das 18h às 06h. Chegando ao local, o responsável deu-lhe as instruções específicas e bem claras: “O senhor será o responsável por vigiar, à noite, constantemente, todo esse material de construção que está estocado aqui”.
Foi-lhe dado vestimenta própria de vigilante e os equipamentos necessários para que ele executasse com seriedade a sua função. Deram-lhe, também, um telefone celular para solicitar ajuda de emergência. O trabalho não era difícil, mas exigia-se uma vigilância constante contra os ladrões de materiais de construção que atacavam aquela região. Ele novamente foi alertado e avisado: “Tome cuidado e vigie. Não descuide!”
O problema é que aquele trabalhador nunca havia atuado como vigia. Tinha experiências em outras áreas: balconista, entregador, ajudante de obras, auxiliar de motorista... Mas, vigia noturno, não! Tudo era muito novo para ele. Nos primeiros dez dias de trabalho, tudo correu bem, sem nenhuma intercorrência. Desde que assumiu aquele trabalho, a obra não sofreu nenhuma ameaça. Nem sequer um evento que gerasse preocupação para ele. Mas ele fazia por onde: sempre que assumia seu posto, pegava uma lanterna e vasculhava todas as áreas. Ah! Que trabalho bom!
Quando estava no vigésimo dia de trabalho, ele pensou: “Bem, até agora não aconteceu nada, o lugar é tranquilo, a obra não sofre ameaças, não houve um único incidente... Então, em vez de ficar acordado a noite toda, eu vou fazer a vigilância até a meia-noite e depois, vou tirar um cochilo. Claro que não vai haver problemas!”. E assim procedeu...
Mas, no dia seguinte, às 06h, foi acordado aos gritos pelo responsável da obra: “Acorda, rapaz, veja o que aconteceu!” Quando aquele trabalhador olhou ao redor, ladrões haviam entrado na obra e levado todo o material de construção e ainda as ferramentas. E ele ouviu solenemente: “Você está despedido por justa causa!”. Despedido antes de completar o primeiro mês de trabalho...
1. A vigilância é uma condição para a vitória.
Jesus nos exorta e alerta com a parábola da figueira: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até no dia em que Noé entrou na arca... Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.32-44). Na sequência do mesmo capítulo, o Senhor Jesus, ao narrar a parábola do bom servo e do mau, finaliza dizendo: “Se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe...” (v. 45-51).
Desejo aqui destacar a expressão “vigiai”, repetida enfaticamente por Jesus: Mt 24.42; 25.13; 26.38 e 26.41. E em Apocalipse 16.15, lemos: “Bem aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha”.
2. A vigilância deve ser associada à perseverança.
Paulo afirma: ”Vigiando com toda perseverança” (v.18). Vigiar é estar alerta, tal como um soldado em batalha precisa manter-se vigilante, para não ser apanhado de surpresa. Sem a vigilância, o soldado pode ser subitamente atingido e derrotado. Por isso, o apóstolo nos adverte, dando um tom de gravidade ao confronto: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Estamos envolvidos em uma luta desigual (“hostes espirituais do mal”) e o soldado espiritual vigia, aguardando a oportunidade de usar com eficiência “toda a ARMADURA DE DEUS”, reforçada com a oração.
O lutador cristão não pode baixar a guarda. Ele precisa conservar o espírito de alerta, com total vigilância, conforme o alerta do Senhor Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). E, novamente Paulo, um experiente estrategista militar, alerta: “Perseverai na oração, vigiando”. (Cl 4.2).
3. A vigilância sem a perseverança é falha
O apóstolo Paulo está afirmando que precisamos ser constantes, ter paciência e insistir em vigiar. E Jesus nos ajuda a entender a seriedade desse assunto, quando narra a parábola do juiz injusto e a viúva. Em seu relato, o Mestre aborda a temática da insistência usando como imagem aquela pobre mulher que insistia, pedindo: “Julga a minha causa contra o meu adversário... Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lc 18.1-8).
A batalha é contínua, constituída de uma série de intermináveis conflitos. Nenhuma vitória ou término de guerra são esperados enquanto o cristão não for libertado do corpo, mediante a morte. A perseverança é força propulsora para a oração.
4. Em que precisamos vigiar com perseverança?
4.1. Vigilância contra o materialismo e o hedonismo. Os valores do Reino foram invertidos: em vez de Deus em primeiro lugar, busca-se coisas em primeiro lugar. Paulo adverte seu filho na fé, Timóteo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis” (2 Tm 3.1). O amor, por ser um dom, muda o ser humano de forma integral. Atualmente, a subversão e a corrupção já não causam vergonha e nem mal estar.
4.2. Vigilância contra as errôneas interpretações da Bíblia. Nos arraiais evangélicos, prega-se a prosperidade, a vida material abastecida e a conquista do sucesso. Prega-se o sono eterno da alma. Prega-se que a busca pelo prazer é algo inerente ao ser humano. Há uma orquestrada rejeição ao arrebatamento da igreja. Jesus afirmou que “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo...” (Lc 21.26). Paulo escreveu: “Quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram...” (2Ts 1.10). E em 1Tessalonicenses 4.16-17, o apóstolo trata desta questão com clareza.
4.3. Rejeição a Deus e à Sua Palavra. Há uma intensa propagação da teologia antropocêntrica, onde o homem é deus e deve ser cultuado. Uma teologia em que Deus foi banido de seu conteúdo. A palavra da cruz não é anunciada. Os pecados já não são condenados. O arrependimento não é proclamado. A Bíblia é aceita como um livro, mas não como Palavra de Deus.
5. A vigilância com perseverança é a condição para sermos salvos
O Senhor Jesus afirmou que: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”” (Mt 24.12,13). Não podemos desanimar e nem desviar a nossa atenção do foco que é o próprio Jesus. Precisamos, sim, manter uma estreita relação com Deus e com a Sua palavra. A persistência nos aproxima de Deus e nos leva a alcançar resultados poderosos em nossa vida.
PARA PENSAR E AGIR
1. O que você entende por oração persistente?
2. Como podemos vigiar com persistência?
3. Por que precisamos vigiar em todo tempo?
4. Quais as implicações da não-vigilância?
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Mt. 24.42-51
Terça-feira: Mt. 25.1-13
Quarta-feira: Mt. 26. 36-41
Quinta-feira: Mc. 13.28-37
Sexta-feira: Cl. 4.2-6
Sábado: 1Ts. 5:4-10
Domingo: Lc. 21.29-36
Autor das Lições do Trimestre:
Pr. Noélio Nascimento Duarte. Teólogo, Fonoaudiólogo, Neurolinguísta, Escritor, Poeta e Cronista. Professor de Comunicação e Motivação do Programa de Pós-Graduação – MBA – da Universidade Católica de Petrópolis e do Instituto de Neolinguística Aplicada do Rio de Janeiro – INAP. Membro Titular e Capelão da Academia Evangélica de Letras do Brasil – AELB. Autor de três dezenas de livros e de duas centenas de artigos publicados. Pastor da Primeira Igreja Batista em Caramujo – Niterói,
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