Senil encontra a esposa, um dos filhos,
uma amiga e dois netos. O abraço é diferente em cada um deles. Lágrimas rolam
nos olhos. Não é um criminoso, deu bobeira com a justiça.
Adulto vê a esposa. Os dois ainda se
refazendo do susto, está preso há 1 semana, se abraçam afetuosa e longamente.
Ao se desgrudarem um pouco, os olhos estão cheios de lágrimas que rolam pelo
rosto em abundância.
Jovem pardo é o mais visitado. Uma caravana
de 7 estâo com ele: irmã, amigo, irmão, tia, 2 primas e a namorada. É mais
jovem dos cinco. Sorri, conversa e manifesta decepção com a vida que está
levando agora.
Jovem escuro também é bem visitado. 6
estão com ele. Pouco mais velho que o anterior. É mais fechado e pouco sorri.
Segundo os familiares, foi levado pelas amizades.
Jovem branco recebe uma visita apenas. É
a mamãe. Esta não falta em situação qualquer. Saem para um cantinho, sentam-se
num banquinho, a mãe no colo do filho, e que cena bonita, apesar de numa
prisão. A mão acaricia o rosto pra lá e pra cá de um e de outro. É como se
dissessem que desejavam aproveitar bastante aqueles momentos, cerca de 1 h e 30
min. É como se o filho dissesse pra mãe estar decepcionado com a situação que
foi envolvê-la.
Preciso sair mais cedo. É também um
momento deles. Vou para outras atividades, mas uma cena não me sai da cabeça: o
abraço. Cada abraço era diferente do outro. Havia o abraço do amigo, da amiga,
do irmão, da irmã, da esposa, da mãe e do avô. Um abraço demorado, celebrado,
curtido, festejado dentro do contexto. Não vi o abraço do pai no filho, mas vi
do filho no pai. Lembrei-me de um provérbio lido em algum lugar: abrace seu
filho antes que um traficante faça por você.
Cheguei à casa e, pouco depois, minha
filha vem gratuitamente, como faz constantemente, me abraçar. Abraçou-me,
beijou-me, falou nos meus ouvidos uma série de coisas e me lembrei dos abraços
que há pouco presenciara. Seu abraço tornou-se de mais valor. Abrace hoje quem
é do seu relacionamento. Pode ser que amanhã o abraço lhe custe muito mais ou
nem venha acontecer.
Um abraço especial e oferecido a todos
os humanos não teve seu clímax numa prisão, embora seu agente estivesse preso.
Seu ponto alto foi na cruz. Na cruz do calvário. E alguém sugeriu que Cristo
morrera de braços abertos para mostrar a humanidade que a todos desejava e
podia abraçar. Ali mesmo, sem se tocarem, Ele abraçou o ladrão da direita, que
a tradição chama Dimas. Entraram abraçados no céu, pois o Salvador afirmou “hoje
mesmo estarás comigo no Paraíso”.
Um
grande abraço e seja abraçado por Jesus.
* Crônica escrita em 2004 e publicada no livro "Aos Olhos do Pai", páginas 35 e 36.
E muito gostoso quando vamos a uma deleg.ou presidio vemos pessoas assim, sao varios casos q as vzs,desconhecemos o motivo mais da prazer falar com elas ouvilas compartilhar dos seus pproblemas ouvir suas queixas isto nos faz ver como valorizamos pouco a liberdade q nos e proposta por Cristo
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