segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Canção de Quem Fica


O intérprete Felipe Valente, magistralmente, interpreta uma poesia sobre o filho pródigo, mas na perspectiva do pai.

Diz assim:

Um dia olhou meus olhos e disse sem pudor
Não há prazer algum em te amar
Transpassou meu peito me dividiu em dois
Devolvendo o anel que um dia dei

Tomou o que era nosso deu as costas de vagar
Levou as roupas, mas ficou teu cheiro
No quarto, no armário
Na sala de jantar
No lençol da cama
Facilmente me deixou, mas como te deixar?

Sela teu cavalo pra correr,
Ninguém pode te prender,
Ninguém pode te prender aqui.
Corra tanto o quanto puder,
Não há como se esconder,
Não há como se esconder do meu amor

Volta a hora que você quiser,
O anel ainda é seu
E o armário ainda está vazio,
Há lugar à mesa pra você.
Como posso me esconder?
Ou me esquecer do amor que me feriu?
Que me feriu.
Que me feriu.
Quem me feriu.


Na parábola, o filho tem coração de pedra. O pai tem coração de carne.
O filho não se preocupa em causar a dor. O pai prefere sofrer o golpe.
O filho vê prisão na liberdade da casa. O pai permite liberdade na prisão que é ser livre.
O filho guarda rancor. O pai é só amor.
O filho quer voltar a ser escravo. O pai não tirou seu lugar à mesa.
O que fez o filho, não importa. O que prevalece é o que o Pai fez e faz.

É hora de voltar.

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