sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pode chover na primavera


Jesus, que perdera a conexão com o Pai, sentindo-se por Ele desamparado, agora restabelece o contato e ora.
Jesus é o mestre das histórias. Cada uma delas nos faz pensar em nossa própria vida.
Jesus é o mestre das parábolas. Cada um delas conta a nossa própria história.
Jesus é o mestre das metáforas. Nem mesmo na agonia, do Getsêmani ao Gólgota, ele abandonou as metáforas. Numa delas, ora: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46)
Na verdade, não conseguimos falar das coisas mais importantes da vida sem o uso das metáforas. Não conseguimos falar sobre Deus, o Fundamento de nossa vida, sem o uso das metáforas.
Chamar Deus de "pai" é também uma metáfora, porque Ele não é um pai no sentido biológico da palavra.
Dizer que Deus tem "mãos" é uma metáfora, filha de nossa única maneira de falar dele, antropomorficamente.
Entregar o próprio espírito a Deus é afirmar-se pronto para morrer. Trata-se de uma metáfora da rendição, uma vez que Jesus lutou para viver ("passa de mim este cálice" e "por que me abandonaste?"). Agora, ele se rende à vontade do Pai e se apresenta pronto para morrer.
Jesus enfrentou o seu Getsêmane e dele saiu, vivo.
Jesus enfrentou o seu Gólgota e dele saiu, morto.
A história segue e ele sai vitorioso.
Também passamos pelo Getsêmane, mas, como o nosso lugar não é lá, somos dele libertados na sexta-feira.
Também passaremos pelo Gólgota, mas, como o nosso lugar não é lá, dele seremos retirados no domingo. No domingo da ressurreição.



Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

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