segunda-feira, 9 de maio de 2011

NÃO É PRECISO TEMER O DRAGÃO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 8.5.11

Um dos contos do russo Liev Tolstoi versa sobre um jovem perseguido por um tigre. Em sua fuga, ele atravessou um bosque correndo, e chegou à beira de um abismo. Para lhe escapar, pendurou-se na raiz de uma árvore junto ao abismo. No fundo do precipício, um dragão esperava sua queda. Para piorar, dois roedores, um preto e um branco, roíam a raiz onde ele se agarrava. Seu destino era mesmo o fundo do abismo. Por isso se sentia desesperado.

O conto de Tolstoi é uma parábola. O bosque é a juventude, por onde o jovem passou muito depressa, evitando decisões existenciais, decisões sérias. O abismo é a velhice. A raiz era seu apego a este mundo. Os roedores eram o dia (o branco) e a noite (o negro). O tempo estava contra ele. O dragão era a morte, o fim de tudo. Por isso, seu desespero.

Quem não conhece o evangelho se assemelha a este jovem. Passa pela vida desperdiçando-a, tentando abafar a consciência e evitando encarar decisões sérias na base da festa e dos folguedos. O tempo corre, a morte o alcançará (ela alcança a todos, no final) e isso traz medo, que ele tenta abafar. Por isso tantos levam vidas agitadas. Para não pensar. Mas ninguém detém o tempo. Os roedores estão lá roendo as raízes onde nos seguramos. Vai-se um dia, vai-se uma noite, a queda no abismo está cada vez mais perto. Todos nós, cada dia, estamos mais longe do berço e mais perto da sepultura. Lúgubre? Talvez, mas é real.

Quem crê no evangelho não teme o dragão da morte. Apedrejado e prestes a morrer, Estevão teve esta experiência: “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para o céu e viu a glória de Deus. E viu também Jesus em pé, ao lado direito de Deus. Então disse: – Olhem! Eu estou vendo o céu aberto e o Filho do Homem em pé, ao lado direito de Deus”(At 7.55-56).

Estêvão cria em Jesus Cristo. Quem crê nele descobre o real sentido da vida. Tem segurança. Não a desperdiça porque a colocou em boas mãos, as mãos de Deus. Pode dizer como Paulo, no fim da vida: “Mas eu ainda tenho muita confiança, pois sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar, até aquele Dia, aquilo que ele me confiou” (2Tm 1.12).

Uma vida nas mãos de Deus é uma vida segura. É útil e rica de significado. Porque conhecer a Cristo, clímax da revelação de Deus, é viver bem, e não temer o dragão da morte. Por isso, não tema o dragão. Confie sua vida a Jesus Cristo. Pare de correr, pense, creia e não tema o abismo nem o dragão.

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