Pr. João Soares da Fonseca*
Aos 17 anos saí da casa em que morava em Colatina (ES) para vir estudar no Seminário do Sul, aqui perto de nós. Deixei meus pais, e os três irmãos menores; deixei a Igreja Batista em São Silvano, onde me converti e fui batizado, e onde Deus me deu tantos amigos. Eu sabia que nunca mais iria voltar definitivamente nem para casa nem para aquela igreja. Isso doía muito. Doía em mim e também na minha família.
Mas foi só mais de vinte anos depois, precisamente em 1995, que minha mãe me confidenciou o que lhe aconteceu:
- Meu filho, naquela noite em que você nos deixou, eu não consegui dormir. Chorei toda aquela noite, a mais longa da minha vida. Mas, logo de manhã, ouvi palmas no portão. Fui atender. Era a irmã Jovita, [uma velhinha corcunda, baixinha, fisicamente débil, muito pobre, morando sozinha, mas uma verdadeira usina de potência espiritual naquela igreja].
Dona Jovita entrou e, com sua voz fraquinha mas cheia de unção, foi direto ao assunto: "Oi, minha filha; eu vim ler com você um verso da Bíblia".
E manuseando sua Bíblia, quase aos pedaços, leu compassadamente o Salmo 30.5: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". E minha mãe abriu o berreiro de novo!
É impressionante ver como Deus usa as pessoas certas, os textos certos, para consolar quem está chorando. O Senhor supriu as nossas necessidades emocionais: durante o curso do Seminário, Ele me deu várias famílias por aqui. E aos meus familiares lá o mesmo Senhor supriu com o carinho do povo da igreja.
A promessa é clara: "...a alegria vem pela manhã". Graças a Deus, nossas noites não são eternas. Há uma manhã luminosa chegando com o sol. A aurora traz consigo a alegria que a noite nos roubou. Confiemos nessa promessa! Esperemos com paciência. A noite lacrimosa está condenada: vai passar!
Neste mês da família, oremos para que nossas famílias sejam uma bênção para a nossa geração.
* jsfonseca@pibrj.org.br
Fonte: http://www.pibrj.org.br/
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