Aquele irmão decidiu vir à igreja “assistir” o culto. Não vinha há oito meses e achou que estava na hora. Como nos tempos em que freqüentava (episodicamente, diga-se), chegou às 9h40min, pontualmente atrasado. Viu tudo fechado. Estranhou. A irmã Eliane da Graça dissera que “o pastor tem a pontualidade de um lord inglês”. Foi à casa da zeladoria. Fechada, com mato em volta. Gritou pela zeladora: “Valdene!”. Nada de resposta. Nenhum carro estacionado. Ficou perdido.
Um funcionário da funerária vizinha da igreja veio lhe falar: “O senhor não sabe que a igreja fechou?”. O irmão ficou atônito: “Fechou? Como assim? Ela passou por problemas bem sérios e sobreviveu! Como fechou, agora que, disseram, tudo ia bem?”. Retrucou a pessoa: “Pelo que ouvi dizer, o pessoal desanimou com um monte de membros da igreja que encostou o corpo. Eles acharam que tudo ia bem, e relaxaram com a freqüência e com a contribuição. Os outros cansaram de carregar tudo nas costas. Disseram que era sempre assim, alguns dando duro e outros sem se envolver”.
O irmão pensou: “Êpa, falaram de mim. Mas só por que dei uma folguinha de oito meses nos cultos? E eu não contribuía porque estava investindo em mim, mas tinha gente aí que podia agüentar as pontas…”. Meio sem graça, perguntou: “E o pastor? Ele era apaixonado pela Amazônia! Até mandou fazer uma camisa: Moro em Macapá e gosto disso!”. O funcionário funerário disse: “É, mas ele se cansou, e voltou para Brasília, para aguardar novo rumo para sua vida”.
“E os membros do Conselho? Eles apoiavam o pastor, estavam afinados com ele!”. “É, mas jogaram a toalha”, disse o vizinho da igreja. “Disseram que estavam cansados de carregar a carga e ver gente que se omitia no trabalho e na contribuição só desfrutando e queixando. Foram servir em outra igreja”. Nosso irmão estava morto de vergonha, porque sabia que o agente funerário o estava identificando como um dos omissos. Para piorar, o homem disse, olhando para ele: “Como agente funerário eu já soube de muita gente que morreu por descaso dos outros”.
O irmão ficou rubro de vergonha. Não sabia o que dizer. De repente, acordou. Era um sonho! Apenas um sonho, graças a Deus! Mas não conseguiu dormir de novo. Ficou pensando se ele estava ajudando sua igreja a se firmar, com seu engajamento, ou se estava ajudando a fechar, com sua omissão. Foi honesto consigo mesmo (nem todos conseguem ser honestos consigo, e culpam os outros) e reconheceu que estava sendo omisso e prejudicando a igreja. E assumiu o compromisso de mudar de vida.
Se você tivesse um sonho assim, o que pensaria?
Fonte: http://www.isaltino.com.br
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 19.6.11
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