Coluna no Jornal Completo, de Cabo Frio, 24 de setembro

Mantendo acesa a chama do amor

Pr. Neemias Lima*

Que desejamos com o tema? Não se trata do conceito de amor que muito se divulga hoje, inclusive massiçamente, pelos meios de comunicação. Amor aqui não tem o sentido de relacionamento sexual, embora seja necessário pensar nisso. Textos como o de Cântico dos Cânticos 8.6 (Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme. As suas brasas são brasas de fogo, como as labaredas do Senhor) não podem sugerir outro assunto que não seja o relacionamento marido e mulher.

            Todos se relacionam entre si. Pais e filhos, irmãos e irmãs, esposo e esposa, genros, noras e sogras e sogros. E até podemos estender para outros relacionamentos, como: colegas de trabalho, vizinhos, parentes mais distantes, irmãos da igreja, conhecidos do clube.

Para manter acesa a chama do amor, é preciso que você ame. Isso é óbvio, você diria! E Nelson Rodrigues, “óbvio ululante”. Não basta saber. Um jovem importunava o pastor querendo aprender tudo de uma vez. O pastor disse: “Jovem, não se preocupe com o que você não sabe. Preocupe com o que você sabe e ainda não pratica!”

            Para manter acesa a chama do amor, é preciso que você demonstre isso. Como as pessoas vão saber que você ama a Deus? Ama seus filhos? Ama sua igreja? Como seu patrão vai saber que você ama sua empresa? Como você saberá que seu patrão te ama? Só há um jeito: demonstrando!

            Para manter acesa a chama do amor, é preciso que você respeite o outro. Você respeita quando obedece, quando entende os limites do outro, quando se dispõe a ajudar o outro, quando não assume uma posição de cobrador ou de juiz, quando não vira o rosto quando o familiar lhe pede perdão, quando sua intenção e ação são voltadas para o crescimento do outro.

            Para manter acesa a chama do amor, é preciso que você perdoe o outro. Perdoar não é esquecer, deixar pra lá, colocar uma pedra em cima, fingir que nada aconteceu. Qualquer dessas atitudes terá pouca duração. Mais dias menos dias aflorarão o sentimento e ressentimento e isso será revelado. Perdoar é ter a atitude de Jesus, assumir que nada guardará no coração mesmo que a pessoa não venha lhe procurar, lembrar o que aconteceu com a consciência que o ofensor/a é fraco/a e que agiu exatamente como, via de regra, nós agimos, não considerar a ofensa numa relação numérica.

            Você ama de verdade o seu familiar? Você demonstra que o ama? Você o respeita? Você o perdoa?