Presbiteriano, Reverendo Edson Aguiar é uma das figuras mais importantes no cenário evangélico da região litorânea do estado do Rio de Janeiro e liderança respeitadíssima na Igreja Presbiteriana, tendo sido Presidente do Presbitério Regional por mais de uma vez.
Exclusivamente, falou ao blog sobre a Reforma Protestante e seus desdobramentos:
31 de outubro comemora-se a Reforma Protestante. Como é visto o movimento pela Igreja Presbiteriana?
A Reforma Protestante é vista com muita alegria pela Igreja Presbiteriana do Brasil, pois somos frutos direto da mesma. Praticamente todo pensamento teológico da IPB tem origem em um dos reformadores, chamado de João Calvino. O fundador da Igreja Presbiteriana, foi John Knox, que, em um dos seus momentos mais significativos, orou durante um ano a seguinte oração: Senhor, dá-me a Escócia se não eu morro. A Reforma não foi perfeita, mas ela foi decisiva para mudasse o ambiente religioso, político, social e estrutural da Europa em especial, e posteriormente, influenciasse no desenvolvimento do mundo ocidental.
Uma crítica que se faz é que alguns segmentos protestantes permaneceram com resquícios da proposta católica. Isso é verdade?
A ideia de "resquício" está na maioria das vezes ligada à liturgia. No tocante a teologia, mesmo a Igreja Anglicana, responde de forma totalmente diferente da Igreja Católica Romana. No tocante a liturgia, não há dúvida que temos "resquícios".
Há benefícios da Reforma para a humanidade?
O que falar de um movimento que mudou a geografia política de uma continente? O que falar de um movimento que mudou o perfil educacional de toda uma região? O que falar de um movimento que mudou a percepção sobre a importância da educação, tanto do homem como da mulher. Em todas as áreas é notório que a reforma deixou marcas permanentes. A criação de Universidades, a mudança do conceito de nação, o desenvolvimento da ciência. O reordenamento do pensamento filosófico, dando ao mesmo a liberdade necessária para divergir e o fazendo a partir de uma compreensão bíblica da vida.
Contra-Reforma: qual a análise de um pastor?
O grande erro da contra reforma, foi que focaram nas pessoas e não nos problemas. É aquela velha história do marido que descobre a traição da mulher, quando pega-a no sofá com o amante. O que ele faz? Joga fora o sofá. A Contra reforma poderia ser o golpe fatal contra a reforma, mas pelo fato de não atacar os pontos necessários (idolatria, salvação pelas obras, a teoria da infalibilidade do papa, a adoração de Maria como intercessora, etc....). Portanto, tirar o sofá da sala não resolveu os problemas da igreja católica. Nem na época da reforma, nem na atualidade.
Na visão de um pastor crítico, os ideais da Reforma estão de pé?
Sim! E sim! Hoje em dia mais ainda, principalmente quando vemos "igrejas" evangélicas reacendendo práticas antes rejeitadas pela Reforma, e que assustados, vemos toda uma sacralização equivocada, quando se manipula a fé dos outros, para se tirar proveito para um grupo de pessoas. Lamentamos que na "teologia" de alguns, "o justo não viverá pela fé", mas pela oferta dada, pelo milagre ocorrido e pela prosperidade.
Considerações finais.
A reforma protestante teve seu valor em 1517, não podemos esquecer isso. Todavia ela só terá sentido na atualidade, quando como Igreja do Senhor Jesus, formos relevantes e tivermos nossa vida pautada pelos valores da Palavra de Deus. Eu particularmente vibro pela reforma, pois os personagens, os fatos, as questões envolvidas, me estimulam e desafiam para que eu viva sempre me reformando. Não posso me acomodar e assim como os reformadores, se preocupar em fazer a diferença, de anunciar as verdades, para que o homem seja "liberto" dos laços de engano da falsa religião.
Ainda hoje, a Reforma na visão de um pastor batista. Aguarde!
Excelentes comentários do pastor Edison. Realmente um homem com um grande conhecimento e vida com Deus.
ResponderExcluirprofveberson.blogspot.com