Pr. Jonas Vieira Lima
Texto Bíblico: Romanos 13.1-7
A sociedade organizada pressupõe uma liderança que possa conduzi-los. Nos tempos mais remotos da civilização, os povos já possuíam cada um a sua liderança. O povo de Israel na antiguidade era um dos exemplos do seu tempo.
Quando as autoridades não existem em uma determinada sociedade, o que predomina é a anarquia, que significa o total descontrole entre dominadores e dominados, produzindo consequências ruins para todos.
A instituição da autoridade foi devidamente constituída nos projetos de Deus. Os crentes fazem parte de uma sociedade. Não é um grupo marginalizado, por isso devem sentir-se parte de um todo, com o privilégio de ter a visão de Deus a quem servem.
1– As autoridades foram constituídas por Deus
Quanto às autoridades, o apóstolo Paulo citou três aspectos muito importantes: (1) Todos devem estar sujeitos às autoridades superiores; (2) não há autoridade que não venha de Deus; (3) as autoridades foram ordenadas por Deus. Esses lembretes divinos são muito importantes para todos.
Nós, os crentes, estamos incluídos entre aqueles que devem estar sujeitos às autoridades. Na oração sacerdotal de Jesus registrada em João, Ele declarou: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal” (Jo 17.15). Somos parte da parte do mundo onde vivemos e estar sujeitos às autoridades deve ser uma consequência natural.
Muitos dos governantes não possuem qualquer relacionamento com Deus. No exercício da função pública de liderança coletiva, eles foram ordenados por Deus, mesmo que não tenham qualquer consciência dessa realidade em suas vidas.
As autoridades são dadas por Deus, embora possa acontecer de forma que não entendamos. Deus tem prazer no bem coletivo da sociedade, independente de sua posição religiosa.
2 – Resistir à autoridade é resistir a Deus
Cabe ao crente ter uma visão maior das autoridades que dirigem a nossa sociedade. Quando há uma eleição pode acontecer que os eleitos não sejam aqueles os quais depositamos o nosso voto. Isso não justifica a nossa resistência aos novos governantes. A nossa postura não pode ser político-partidária. Podemos ter posicionamentos pessoais. Mas, declarado os eleitos, estes passam a ser a autoridade na sociedade, porque Deus assim permitiu.
A advertência paulina é que resistir à autoridade é resistir a Deus (Rm 13.2a). Não podemos ser encontrados resistindo ao próprio Deus, ao qual servimos. Complementa Paulo: “os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” (Rm 13.2b). Resistir a Deus é ficar sujeito à repreensão divina.
3 – Magistrados: as boas e as más-obras
Aqueles que fazem boas obras na sociedade nada têm a temer quanto à forma de governar das autoridades. Aos que vivem corretamente, os magistrados não representam qualquer preocupação no seu dia-a-dia.
Aqueles que fazem as más obras têm sempre muito o que se preocupar, porque suas ações estão sempre à margem da lei.
Fazer o bem é o apelo de Paulo para todos. Em qualquer sociedade o magistrado terá diante de si governados com boas e más ações.
4 – Sujeição às autoridades: pela consciência e pelo castigo
A sujeição ou obediência às autoridades precisa ser considerada inquestionável. Essa postura deve ser assumida pelo crente.
Há dois caminhos para se praticar a sujeição às autoridades: por consciência, que deve ser o ideal, ou pelo castigo. Não deve ser por uma imposição. Não devemos aceitar a sujeição como peso, mas por aquilo que Deus quer que realmente seja praticado.
Mas infelizmente parte da sociedade transgride as leis estabelecidas e somente a autoridade constituída pode aplicar o castigo que os documentos determinam. Muitas vezes, cidadãos recebem castigo que não significa ficar privado da liberdade de ir e vir, mas são sanções punitivas também, nas quais o crente não pode até estar incluído.
5 – O que se deve as autoridades: tributo ou imposto, temor e honra
Grandes são as responsabilidades das autoridades, porque elas estão nesta posição principalmente porque passaram a ser parte do projeto de Deus para o bem da sua sociedade.
Os crentes precisam ser os melhores cidadãos e por isso devem estar entreaqueles que compreendem o seu dever diante da autoridade: (1) tributo ou imposto estão entre os principais recursos financeiros para a manutenção da sociedade. O crente deve cumprir fielmente este seu dever e estimular outros a fazerem também; (2) temor – a autoridade deve ser vista com o devido respeito que a função pública merece; (3) honra – aquele que ocupa a posição de autoridade deve ser muito valorizado e tê-lo em estima, porque naquele momento é o líder de todos em sua sociedade.
6 – Crentes no exercício de autoridade
No Brasil e no mundo diversos crentes têm sido eleitos para funções publicas de autoridades.
Será muito útil que no Executivo, Legislativo e Judiciário, tenhamos homens e mulheres comprometidos com Deus para trabalhar a causa pública com os padrões do Evangelho. Mas precisam ser vidas que, no exercício de seus mandatos, saibam fazer a diferença pelo seu caráter cristão. O mundo vive uma grave crise de caráter, que conduz a um sentimento de descrédito para aqueles que exercem a autoridade pública.
O crente tem o seu compromisso muito amplo. Começa pela sua família, sua Igreja e sua comunidade mais próxima. Se for convocado para o exercício de autoridade pública, será um precioso instrumento para o testemunho cristão, porque os compromissos com Deus, onde quer que venham atuar irão refletir o brilho de Jesus Cristoem suas vidas.
Os cidadãos precisam receber de suas autoridades o trato que se exige dos governantes. Há muita decepção nesta relação autoridade e cidadão. As frustrações induzem a padronizar em escala inferior a presença de qualquer pessoa no exercício de autoridade.
Podemos e devemos fazer a diferença! A autoridade cristã não está na função pública para privilegiar os seus irmãos na fé. O mesmo tratamento de atenção todos devem receber, independente de sua identificação religiosa ou política.
O crente que vive como crente também no exercício da autoridade constituída, estará habilitado a começar dos seus irmãos na fé e, por extensão, para toda a população, a ser digno de receber aquele reconhecimento ensinado pela Palavra de Deus: “são ministros de Deus”. Estes possuem a dignidade de serem instrumentos de Deus para o bem-estar da sociedade organizada. Crentes com funções de autoridade pública precisam ser considerados sempre assim.
A Bíblia diz que toda autoridade humana é constituída por Deus. “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13:1)
Jesus reconheceu a autoridade de Pilatos como vinda de Deus. Assim, o voto nos responsabiliza a uma ação consciente.
Se Jesus estivesse de corpo presente como esteve na época dos evangelhos, vivendo este cenário político, consciente de sua obrigação civil, em quem poderíamos pensar que ele votaria? – quais seriam seus critérios, e críticas? Seu voto seria em branco ou não?
Portanto, devemos participar oportunamente e conscientemente usando o voto não somente como instrumento de cidadania, mas também de responsabilidade como filhos de Deus no estabelecimento das autoridades que nos representarão na administração terrena dos recursos públicos e sociais.
Jesus cumpriu seus deveres de cidadão sem abrir mão de seu caráter.
Para pensar e agir
- As autoridades é um projeto de Deus para o bem da sociedade.
- Os crentes também devem estar incluídos na obediência às autoridades.
- O exercício da autoridade na sociedade é um plano de Deus.
- Não podemos resistir às autoridades. Deus não nos quer assim.
- Nossa consciência deve determinar a sujeição à autoridade constituída.
- Boas ações devem marcar os crentes na sociedade.
- Sonegar impostos não pode ser a postura de um crente.
Leitura Bíblica Diária:
Segunda-feira: Tito 3.1; 1Pedro 2.13
Terça-feira: Provérbios 8.15-16; Daniel 2.21
Quarta-feira:1Pedro 2.14
Quinta-feira: Eclesiastes 8.2; 1Pedro 2.19
Sexta-feira: Mateus 22.21; Marcos 12.17
Sábado: Lucas 12.25; 1Pedro 3.13
Domingo: João 19.11; Provérbios 23.29
*Revista Palavra e Vida - Lição 12 - As autoridades e a posição do crente - Convenção Batista Fluminense