No último dia 13, o
jornal Folha de São Paulo publicou pesquisa do Instituto Data Folha sobre a
questão religiosa no Brasil. O levantamento foi feito nos dias 5 e 6 de
dezembro passado, com 2.948 entrevistados em 176 municípios de todo o país e a
margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Numa síntese, os dados
são: 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm
religião. Espíritas são 3%. Umbanda, Candomblé ou outras religiões
afro-brasileiras: 2%. Outra: 2%. Ateu: 1%. Judaica: 0,3%.
Considerando o segmento cristão, 81% da população
são de cristãos.
Uma questão intrigante: os dados são para celebrar
ou para chorar?
Reflita um pouco:
1. Que cristianismo é esse que faz vista grossa para o fato de, em 2018, 10,4 milhões
de pessoas (5% da população) sobreviverem com 51 reais mensais, em média, e,
para os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média
per capita subia a apenas 269 reais?
2. Que cristianismo é esse que produz corruptos envolvidos nos desvios de
bilhões e que são apanhados em flagrante pela Lava Jato (maldosamente, parte da
mídia só identifica alguns evangélicos)?
3. Que cristianismo é esse que aceita os filhos de ricos estudarem em
escolas privadas, a preço de ouro, nos anos iniciais e desfilarem fogosamente
nas melhores universidades públicas enquanto os filhos de pobres fazem o
caminho inverso?
4. Que cristianismo é esse que não chora com os que choram, mas sorri
efusivamente nas celebrações sobretudo que envolvam magnatas e ricos da
sociedade, alguns acumulando riqueza produto da desonestidade?
Diante do quadro que presenciamos no Brasil, é hora
de chorar e não celebrar, até porque, se nos voltarmos para o evangelho,
encontraremos a seriedade com o que o seu Senhor tratou a questão:
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e
destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e
vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando
te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo
que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus
anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes
de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes;
e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na
prisão, e não te servimos?
Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo
que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
E irão estes para o tormento eterno, mas os justos
para a vida eterna.
Contribuindo você para que esse quadro se perpetue,
não celebre, chore. Enquanto houver tempo!
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