sábado, 15 de maio de 2021

Série Família - Diversos - III


Ética na família - III

Cavaco não voa longe do toco assegura o ditado popular. A figura está relacionada ao corte de árvore ou de madeira com o machado. À medida que a machadada feria a madeira, uma lasca era arrancada e ficava sempre próxima do pau ou tronco.

Há filhos desobedientes que trilham caminhos totalmente diferentes dos pais, que são pessoas íntegras a toda prova. São exceções. Sempre há uma semeadura. E a colheita é sempre muito maior do que as poucas sementes lançadas na terra. Daí, a necessidade de se investir no exemplo e cultivar o caminho do bem para que as gerações futuras repliquem o que aprendeu.

Pais que apresentam atestado médico falso, fazem gato para ter uma conta mais barata, pagam propina a alguma autoridade e procuram dar um jeitinho em situação embaraçosa estão pavimentando estrada para grandes crimes praticados pelos filhos ou netos.

Filipenses 4.8-9: “Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente. Pratiquem o que vocês receberam e aprenderam de mim, tanto com as minhas palavras como com as minhas ações”.

Ética na família - IV

A ética na família não é um cumprimento de regras estabelecidas, um manual do que se pode e não pode fazer. É um discipulado em que os princípios são passados de geração em geração, tendo a marca do exemplo impressa na mente e no coração.

A experiência tem mostrado em profusão situações de filhos que, debaixo da orientação dos pais, agem como santos, mas basta experimentar a liberdade para revelar seu lado profano e diametralmente oposto ao que teoricamente aprendeu.

Proibir por proibir pouco ou nenhum valor tem. Aliás, há quem defenda que proibir é o maior incentivo para se fazer, haja vista a tendência do ser humano pela curiosidade, sem falar em sua tendência de desobediência.

O ensino de Paulo contempla essa total liberdade que se tem ao tempo em que se apela para a observação de princípios que devem nortear quem deseja obedecer a Deus. Ele ensinou: “Alguém vai dizer: “Eu posso fazer tudo o que quero”. Pode, sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: “Posso fazer qualquer coisa”. Mas não vou deixar que nada me escravize” - I Coríntios 6.12.

Não proíba, ensine!

Ética na família - Final    

Ninguém tem dúvidas que o resultado de conviver bem ou mau dependerá das atitudes e das escolhas. Muitas atitudes poderiam ser evitadas e escolhas deveriam ser muito bem pensadas.

Mário Sérgio Cortella apresenta três questões éticas: Quero? Devo? Posso? E argumenta: “Tem coisa que eu devo, mas não quero, tem coisa que eu quero, mas não posso, tem coisa que eu posso, mas não devo. Aqui, nestas questões, vivem aquilo que a gente chama de dilemas éticos; todas e todos sem exceção temos dilemas éticos, sempre, o tempo todo: devo, posso e quero?”.

A maturidade na vida acontece quando se tem a capacidade de renunciar a algo desejável para não escandalizar o semelhante que não alcançou a mesma maturidade. Jesus foi enfático ao dizer: “Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas” - Mateus 7.12.

Ética isolada não existe, ética é relacionamento. A ética jamais autoriza você a ferir o próximo, ainda que o conteúdo de sua crença seja correto e do semelhante incorreto.

A família e os vizinhos - I

“Não abandone o seu amigo, nem o amigo do seu pai. Se você estiver em dificuldades, não peça ajuda ao seu irmão. Vale mais um vizinho perto do que um irmão longe” - Provérbios 27.10.

Sou do tempo em que vizinhos eram como familiares, mesmo que não tivessem esses laços. As trocas de guloseimas, socorro em momentos de necessidade e visitas periódicas eram muito comuns. Hoje, mesmo o vizinho residindo a 1,5 m de distância, em contraste com antigamente, praticamente não se falam e, muitas vezes, nem se conhecem.

O povo judeu recebeu orientações bem claras e práticas sobre o relacionamento com a vizinhança. Em Êxodo 22.26, “Se você receber a capa do seu vizinho como garantia de uma dívida, devolva-a antes que anoiteça”.

Em Provérbios 3.29, lemos: “Não planeje nenhum mal contra o seu vizinho; ele mora ao seu lado e confia em você”.

E Provérbios 3.28 orienta sobre socorro ao que está bem próximo: “Não diga ao seu vizinho que espere até amanhã, se você pode ajudá-lo hoje”.

Como é o relacionamento seu com os seus vizinhos? Pense nisso!

A família e os vizinhos - II

Após o café de ontem, recebi uma mensagem de Nilcea Lima, minha irmã, confirmando o valor inestimável do vizinho.

“Quando morei em São Gonçalo, tive verdadeiros anjos, mais de um. Meu filho Pedro era bebê e chorava com refluxo. Minha vizinha do andar de cima, ouvia e descia, percebia que eu estava sozinha. Ela me acalmava e a Pedro. Interrogou-me sobre o tratamento e eu disse que o médico informara que era assim mesmo. Com muito carinho, me disse: ‘Então peça a Deus paciência’. O casal da frente, quando via Pedro engatinhando e a porta estava aberta, eles abriam a porta do apartamento deles para ele entrar. Deixavam uma estante baixa cheia de brinquedos para se divertir, ele pulava no sofá deles e eles morriam de rir. Mudei-me para outro bloco, Pedro já maior. Ele chegava antes de mim, a porta era difícil de abrir. A vizinha de baixo todos os dias abria para ele. Conversei com ela sobre o incômodo, e ela falou pelo ‘amor de Deus, isso é um prazer’. Ah, o nome dela é Fátima. Pedro terminou o nono ano - Ensino Fundamental - e aconteceria uma festa. Ele pegou um dos convites e falou: ‘esse é da tia Fátima! Ela faz parte dessa história’. Ele desceu e falou exatamente isso para ela. Ela chorou de emoção!”.

“Vale mais um vizinho perto do que um irmão longe” - Provérbios 27.10.

A família e os vizinhos - III

Recebi outra mensagem sobre a relação entre vizinhos. Omito os nomes por preservação.

Num condomínio, havia um grupo de oito jovens muito espontâneos, gostavam de brincar e zoavam bem alto uns aos outros. Eles se reuniam na pracinha e era uma algazarra só.

Bem próximo da pracinha, havia um casal de idosos que não gostava de jovens e do barulho que provocavam. O casal não fazia questão de esconder, sempre revelava sua insatisfação.

Certo dia, no apartamento do casal começou um incêndio que se alastrava. Foi um desespero só. A mulher, num surto, não queria sair do apartamento. Enquanto isso, o fogo se alastrava. Ligaram para o Corpo de Bombeiros, que se atrasou.

Os vizinhos pegaram extintores, mas quem entraria para executar a tarefa? Foi aí que os jovens, com o rosto e cabeça cobertos por um pano, entraram no apartamento, arrancaram a mulher à força e acionaram os extintores. Logo depois, o fogo cessou. Houve bastante estrago, mas salvaram-se todos. O Corpo de Bombeiros chegou, justificou o atraso por um engarrafamento, e afirmou que se não fossem os jovens, tudo estaria perdido.

Que lição: os jovens indesejados foram a salvação da tragédia.

“Vale mais um vizinho perto do que um irmão longe” - Provérbios 27.10.

A família e os vizinhos - Final

A relação com vizinhos é sempre muito dinâmica e é possível passar por algumas turbulências. Algumas mensagens recebidas revelavam situações de conflitos e dores que machucaram.

Qual o segredo para ter uma relação abençoadora com aqueles e aquelas que estão bem próximos de nós?

Primeiro, é preciso muita sabedoria. Provérbios 25.17 ensina algo muito prático: “Não vá a toda hora à casa do vizinho, pois ele pode se cansar e acabar ficando com raiva de você”.

Também é preciso repensar o paradigma. Em vez de perguntar “eu tenho bons vizinhos?”, refletir “eu tenho sido um bom vizinho?”. É possível que não damos conta de atitudes ou falta de atitudes que podem atrapalhar o bom relacionamento.

Responda com sinceridade: qual a última vez que você orou a Deus pelo seu vizinho? E quando levou um mimo, quem sabe aquele bolo especial, para tomar um café com ele ou oferecê-lo para o lanche?


Preste atenção: os vizinhos serão bons na medida em que formos bons! Mesmo que a relação seja ruim, construa pontes e não muros, pois “vale mais um vizinho perto do que um irmão longe!”.

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