Tornou-se uma certeza pública a afirmativa que ninguém tem o direito de dizer para o outro o que lhe é melhor.
A brincadeira de Carlos Drummond de Andrade, de que "se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia" tornou-se um truísmo, presente na boca de muita gente.
É tido como verdade serena e tácita o aforismo popular de que ninguém tem nada a ver com a vida do outro. ("Ninguém tem nada a ver com a minha vida" ou "Sou eu quem paga as minhas contas".)
No entanto, os mais ferrenhos defensores de que cada um deve viver a sua vida, sem prestar contas a ninguém, comparecem perante os microfones para afirmar suas crenças (sim, fora disto seria o silêncio: não haveria livros, não haveria entrevistas), inclusive a do "cada um por si", ou para falar de si mesmos. No fundo, estão dizendo: "vivam como eu vivo" ou "é legal ser como eu sou".
Qual a diferença destes para aqueles que buscam compreender as almas dos outros e então oferecer–lhes conselhos para uma vida melhor?
É que estes entendem que a omissão é pior do que a coragem. A concordância com o erro é já um erro. O não-envolvimento com o outro é uma forma de egoísmo.
"Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tiago 4.17).
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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