sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Não Conhecia o Dono

Um homem caminhava calmamente por uma rua quando, de repente, sua atenção foi atraída para uma casa belíssima cuja construção estava em fase de acabamento. Não havia como não se impressionar com aquele monumento. A admiração gerou curiosidade: Quem construíra? A quem pertencia? Resolveu então entrar e conversar com os pedreiros. Chamado, o mestre de obras foi gentil em dar as respostas ao homem curioso. Falando das várias etapas do processo da construção, referiu-se várias vezes à competência do engenheiro responsável, elogiou a qualidade do material utilizado e o bom relacionamento entre os pedreiros.
Já ia saindo quando o homem se lembrou de fazer mais uma pergunta, a última: "E quem é o proprietário desta casa? Mora onde? O que ele faz na vida?"
O mestre de obras meneou a cabeça e disse sem expressar qualquer sentimento: "A esta pergunta não sei responder. Qualquer coisa que o senhor quiser saber sobre esta obra, posso lhe dizer, mas sobre o dono da obra, não sei nada".
Parece uma parábola do que acontece na vida de muitos crentes: envolvem-se a tal ponto com a Obra, que acabam por ignorar o Dono da Obra. Ensaiam, cantam, ensinam, pregam, debatem ardorosamente nas reuniões administrativas e em plenários de convenção; mas se lhes perguntarmos se conhecem o Dono da Obra, serão reticentes. O volume de atividades em que se envolvem é tão grande que não lhes sobra tempo para o Senhor da Obra. O mal do excesso de atividades tem sido chamado de ativismo. E o ativismo é danoso à fé, já que nos priva do que há de melhor e mais salutar na caminhada cristã, que é justamente a comunhão pessoal com Cristo. Ao perceber a agitação de Marta, correndo atrás de muitas coisas, "distraída em muitos serviços" (Lc 10.40), Jesus a repreendeu: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada" (Lc 10.41-42).
Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br

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