Já ia saindo quando o homem se lembrou de fazer mais uma pergunta, a última: "E quem é o proprietário desta casa? Mora onde? O que ele faz na vida?"
O mestre de obras meneou a cabeça e disse sem expressar qualquer sentimento: "A esta pergunta não sei responder. Qualquer coisa que o senhor quiser saber sobre esta obra, posso lhe dizer, mas sobre o dono da obra, não sei nada".
Parece uma parábola do que acontece na vida de muitos crentes: envolvem-se a tal ponto com a Obra, que acabam por ignorar o Dono da Obra. Ensaiam, cantam, ensinam, pregam, debatem ardorosamente nas reuniões administrativas e em plenários de convenção; mas se lhes perguntarmos se conhecem o Dono da Obra, serão reticentes. O volume de atividades em que se envolvem é tão grande que não lhes sobra tempo para o Senhor da Obra. O mal do excesso de atividades tem sido chamado de ativismo. E o ativismo é danoso à fé, já que nos priva do que há de melhor e mais salutar na caminhada cristã, que é justamente a comunhão pessoal com Cristo. Ao perceber a agitação de Marta, correndo atrás de muitas coisas, "distraída em muitos serviços" (Lc 10.40), Jesus a repreendeu: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada" (Lc 10.41-42).
Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br
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