Escrito por Redação on Sex, 06 de Janeiro de 2012 18:20
O governador Sérgio Cabral se reuniu nesta quinta-feira (5) com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e solicitou à União a liberação de recursos para construir três extravasores e uma barragem ao longo do Rio Muriaé, na Região Noroeste. O objetivo é controlar as enchentes nos centros urbanos dos municípios ribeirinhos, quando houver grande precipitação pluviométrica em Minas Gerais, onde o rio nasce.
De acordo com o Governo do Estado, tão logo as verbas sejam liberadas pelo governo federal, a Secretaria irá construir o de Laje de Muriaé, a primeira cidade do estado a sofrer as conseqüências das chuvas e que já conta com um projeto básico pronto. O plano, porém, é implantar o sistema também em Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira, cidades que igualmente sofrem com as inundações.
Pelos cálculos da Secretaria do Governo, a obra, uma vez iniciada, será concluída em doze meses, o que livrará a cidade das enchentes que a afligem toda vez que o Rio Muriaé transborda. O projeto do sistema, feito pela Subsecretaria de Projetos e Intervenções Especiais da Secretaria do Ambiente, está orçado em R$ 40 milhões.
Segundo o subsecretário Antônio da Hora, o extravasor em Itaperuna está calculado em R$ 45 milhões, mesmo valor do previsto para Italva. Já em Cardoso Moreira, em princípio, o plano é construir uma barragem, ao custo de R$ 200 milhões, solução mais adequada devido às dificuldades geológicas da área. A ideia é reter as águas em tempos de cheia e só liberá-las para a jusante em pequena quantidade. No total, serão investidos R$ 350 milhões. Considerando a população dessas cidades, serão beneficiados perto de 30 mil pessoas. Os projetos ainda estão sendo feitos e devem ficar prontos em meados deste ano. Os de Itaperuna e Italva têm um tempo de execução estimado em 12 meses e a barragem em Cardoso Moreira em dois anos.
Laje de Muriaé servirá de modelo para implantação dos extravasores
O de Laje de Muriaé, pronto para ser licitado, servirá de modelo. Com 7,5 mil habitantes, a cidade é a primeira no estado a sofrer as conseqüências das cheias do rio, como no início desta semana, em que o nível da água subiu quase três metros acima da calha e deixou desabrigadas e desalojadas 2,5 mil moradores. O sistema de controle de cheias é composto da construção de uma pequena barragem num ponto dois quilômetros acima da cidade e, a partir dela, da abertura de um canal de cerca de seis quilômetros pelo qual será desviado o excesso de água que, mais embaixo, voltará ao rio, contornando o perímetro urbano.
"A barragem vai regular o limite de vazão, de forma que não provoque enchente na cidade. No ponto em que a vazão começa a transbordar, a água excedente será desviada por este canal", explicitou Da Hora.
O canal terá 40 metros de largura e uma profundidade de até oito metros, variando de acordo com o terreno. Pelos estudos feitos pela Secretaria do Ambiente, a calha do Rio Muriaé, em condições normais, tem uma vazão entre 45 e 50 metros cúbicos ao passar por Laje de Muriaé, mas, comporta até 250 a 300 metros cúbicos por segundo, sem causar danos à cidade. A partir daí, o excesso de água até 300 metros cúbicos por segundo podem ser desviados pelo canal extravasor. Segundo Da Hora, serão construídas pontilhões para não prejudicar a mobilidade de pessoas e animais da zona rural.
Pelos estudos feitos, o extravasor será suficiente para garantir tranqüilidade à população por, no mínimo, 25 anos, tempo que especialistas estimam, de acordo com o subsecretário, para que ocorra uma precipitação de chuvas acima de 300 metros cúbicos por segundo. O projeto básico prevê o controle das águas dentro do perímetro do extravasor mesmo com a expansão demográfica das cidades, desde que a população cresça em direção contrária às margens. "Será uma ação municipal não deixar a população se desenvolver às voltas do rio e, mais ainda, nas margens antes e depois do extravasor", completou Da Hora.
De acordo com os estudos da Secretaria do Ambiente, o problema na bacia hidrográfica das regiões Norte e Noroeste só será definitivamente resolvido quando forem feitas barragens de contenção em Minas Gerais no Muriaé e no Rio Pomba, que também corta cidades fluminenses, como Santo Antônio de Pádua e Cambuci, antes de desaguar no Paraíba do Sul.
Última atualização ( Sex, 06 de Janeiro de 2012 18:36)
Fonte: http://www.cardosomoreira.com
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