Pr.
Neemias Lima*
Esqueça um pouco a teologia e navegue
nas águas da imaginação. Admita que pudesse ser assim. Com temor a Deus e
respeito às personagens.
Pr. Fanini passeia alegremente nas ruas de
ouro celestiais. Medita e relembra experiências inefáveis com o Senhor Deus
enquanto cumpria seu ministério. Seus lábios cantam, consegue-se perceber que a
melodia é do hino “Tal qual estou” e sua mão direita erguida.
De repente, percebe que caminha em
sua direção, ainda não acostumado com as novidades dali, Belardim. Com o
sorriso que lhe era peculiar, Fanini brada: “Belardim, você já chegou por
aqui?”. Um pastor africano, que conhecera o pr. Fanini em cruzadas na sua
terra, olha, mas, indiferente, segue sua caminhada. Não conhecia o Belardim,
efusivamente saudado pelo evangelista.
Começa um diálogo:
“Acabei de chegar e ainda não conheço
nada aqui, mas que felicidade nunca vista, Fanini!”, responde pr. Belardim.
“Ah, Belardim, nós vivemos bem na
terra, procuramos fazer o melhor, tentamos cumprir o nosso ministério com
honradez, mas só mesmo a graça de Deus para nos oferecer isso aqui. E quero te
contar um segredo: preguei muito sobre a graça de Deus, mas, nem de longe,
imaginava que seria assim”.
“Estou percebendo isso e aquele
texto de Paulo ‘as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam’ está
se cumprindo pra mim agora”, continuou Belardim.
Fanini cochicha: “Ih, você não viu
nada! Encontrei com Soren e ele me disse que eu não vi nada ainda... e ainda me
disse que seu pai, o Francisco, disse pra ele que ele não tinha visto nada!
Belardim, o céu é... é o céu! Olha, cheguei a ver Paulo, meio de longe (parece que ele fica num céu mais acima), tentei
me aproximar, mas ele estava ocupado, disse que Pedro fica no pé dele querendo
saber sobre textos difíceis de entender. Um irmão da Inglaterra, que conheci
aqui, me disse que Spurgeon disse pra ele que Paulo lhe confidenciara que nem
ele mesmo sabia, está esperando uma conversa com o próprio Jesus”. E provoca
Fanini: “Belardim, me conte, como estão as coisas no Brasil, como está a nossa
Convenção?”.
Belardim abaixa a cabeça...
“Fanini... as coisas no Brasil... a Convenção... estão bem, todas as coisas
contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, mas...”.
“Mas, e os batistas brasileiros,
estão evangelizando?”, quer saber Fanini.
“Fanini, nem te conto! Aí, sim,
estão bombando...”.
“Estão o quê”, surpreendeu-se
Fanini.
“Uh!, desculpe Fanini, é uma gíria
que os pregadores estão usando lá, eu acabei aprendendo com os pastores mais
jovens. Significa que estão a todo vapor”.
“Sério?!”, deu um pulo Fanini e
completou: “Glória a Deus! É o que eu sempre desejei, minha pátria para
Cristo”.
Continua Belardim: “Apareceu um tal
de Fernando...”. “O Collor?”, interrompe Fanini. “Não, tá maluco, Fanini, é
Brandão, Fernando Brandão. Assumiu a Junta de Missões Nacionais e a coisa tá
bomban... está a todo vapor”.
“Fernando... Brandão... Fernando
Brandão, sim, eu o conheci, a primeira assembleia da Convenção Batista Fluminense
que ele falou foi em Cabo Frio, eu fiquei impressionado. Depois, tivemos alguns
encontros, mas não pude apoiá-lo muito, eu já estava com minhas malas prontas”,
lembrou Fanini.
“Pois é, Fanini, o homem parece
motorizado, não aqueles carros fracos, mas aqueles Mercedes. A cada dia, é uma
visão maior que a anterior, este ano as Trans transformaram-se em Mega-Trans, o
Brasil todo evangelizado, e ainda uma ideia de Cristolândia que está fazendo um
verdadeiro sequestro no inferno, e pelo jeito não vai parar”, informa Belardim.
E emendou: “Agora, temos as duas juntas, JMM e JMN, a todo vapor, unidas, tá
linda a coisa”.
“Ah, que notícia boa! Sempre desejei
ver a Junta de Missões Nacionais cumprindo sua missão, pregando o evangelho...”.
“Fanini, aquele ali embaixo é
Tymchack?”, quer saber Belardim.
“Sim, ficamos batendo longos papos.
Há poucos dias, estávamos nós, aí chegou Rubem Lopes, depois Mauro Israel,
depois o Macalão, depois o João Teixeira de Lima, depois o Sebastião Peixoto da
Silva, o Valdomiro Mota, ah, e também o Reis Pereira, aí foi uma aula daquelas,
fizemos uma roda e o papo rolou...”.
“O papo o quê, Fanini?”, quis saber
Belardim. “Ô, Belardim, desculpe-me, foi o Xavier que me impôs esse jargão...
rolar é que ficamos muito tempo falando de coisas boas”.
“Mas, Fanini, eu tenho algo pra te
contar...”, cochicha Belardim.
“Conta, o soldado raso aqui está
pronto”, brinca Fanini.
Belardim dá aquele seu sorriso,
aquele meio de canto de boca, bate no ombro de Fanini, deixa seu braço descansar
em seus ombros e começa a contar...
Uma multidão, num lindo coral com
vestes brancas, vozes afinadíssimas, interrompe o papo, misturam-se todos e
cada um vai para um canto e é possível que voltem a se encontrar em milhares de
anos.
Aí os assuntos serão outros...
*Pastor da Igreja Batista do
Braga, Cabo Frio
Belíssimo texto ... Faz nos imaginar como será o céu
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNeemias, você escreveu muito bem! Eu penso que criatividade e emoção são ingredientes importantíssimos para um boa comunicação. E este texto, afora a importante, oportuna e feliz homenagem, conseguiu tocar nosso coração e nos remeter à tantan gente preciosa para obra batista no Brasil, que já está "no andar de cima"... Que saudade de Edelto, Tabita, Élcio, Waldemiro, Xavier, Dusilek e tantos outros que, como Fanini e Belardim, batalharam conosco na guerra que ainda estamos lutando. Parabéns. Texto supimpa!
ExcluirLindo e emocionante!
ResponderExcluirMuito bom! Gostei por demais! Muita saudade do "grande soldado raso" Pr. Fanini e do meu pastorzão Mauro. Três grandes experiências que vivi com este homens:
ResponderExcluirPr. Mauro: Tinha 17 anos, fui excluído da igreja e estava me reconciliando na PIBSG, pois havia feito encontro jovem lá. Não era membro da igreja ainda, quando em uma tarde, meu cachorro começa a latir no portão, quando vou ver, havia uma cabeça acima do portão, era Pr. Mauro. Ele entrou na minha casa, orou, cantou, leu a bíblia, comeu bolo, tomou café e foi emborra! Marcou minha vida!
Pr. Fanini: Eu tinha 12 anos de idade, quando vendi garrafas de refrigerante para ir ao Clube Mauá ve-lo pregar em uma cruzada promovida pela ABN e ABG. "O maior amigo é Cristo"! Nunca me esqueci!
E a outra, neste momento de tribulação, após minha exclusão, estava dentro de um carro num domingo, quando passando o rádio pela 93 fm, ouvi aquela voz pregando "A bíblia e a ciência" naquele dia vi como o meu Deus é poderoso!
Fico muito feliz, pois pude falar isso com ele durante uma reunião do conselho da CBF! Assim como Pr. Belardim, Pr. Mauro Israel e Pr. Fanini são minhas referencia de pastorado.
Pr. Diné René Lota não conseguiu postar por aqui o comentário abaixo, fazendo pelo facebook. Posto aqui para ele:
ResponderExcluirDiné René Lóta
Tentei publicar o comentário e não consegui. Creio que sou um "zero à esquerda" nesse negócio chamado "blog". Se você puder, copie e coloque lá o meu comentário. Ei-lo: Você bem avisou no começo para deixarmos de lado a teologia e usarmos a imaginação. Creio que você conseguiu comunicar de forma criativa e emocionante a sua mensagem. Belo e inspirador texto."
Lindo! Como é gratificante ter a certeza que as lutas desta vida, não se comparam a glória que está por vir. Um dia estaremos todos juntos louvando ao Senhor eternamente.
ResponderExcluirEu disse que estava fantástico... Valeu a pena ler de novo... mexe com nossa alma... Muito Bom...
ResponderExcluirGostei muitobommmmmmmmmmmmmmm Esse diálago imaginário.Pastor Ivan Pereira
ResponderExcluirGostei do texto! só ficou uma dúvida! No céu que você imagina não entra mulheres? Onde estaria Margarida Gonçalves e tantas outras. Acho que você acaba de arrumar um grande problema com a UFMBF rsrs.
ResponderExcluirQuerido Pr. Artur,
ResponderExcluirfoi a chegada do pr. Belardim, nem ajeitou as malas. Outros encontros teremos e, certamente, as mulheres serão encontradas.
Pr. Neemias Lima