DECLARAÇÃO

   Eraldo Amay, no livro 
"Revelações (Poesia Espiritual)" *

eu amo a Deus
como a terra
ama a chuva
que a faz grávida
da possibilidade do fruto

eu amo a Deus
como o pássaro
ama a árvore
em que se abriga da noite
e que o nutre de fruto

eu amo a Deus
como a estrela
ama o céu infinito
lá brincando entre as outras
o cósmico brinquedo

eu amo a Deus
como a criança
ama aquela
que de afeto a nutre
ama aquela que é mãe

como tudo que vive
ama a fonte em que surge
e está sendo
assim
assim eu amo
assim eu amo a Deus

* Eraldo Amay é um quase pseudônimo que criei faz uns três anos. Cheguei a Amay repetindo meu último sobrenome, Maia. Maiamaiamaiamai... O "y" me foi dado por um mexicano que, escrevendo meu nome sob um poema do qual gostara, escreveu Amay e não Amai. Costumo brincar, dizendo que esse quase pseudônimo admite duas leituras. Na primeira, Eraldo é um vocativo, recebendo a sugestão de amar. Na segunda, Eraldo é um complemento do verbo anteposto a ele, ou  seja, sugere-se que as pessoas amem Eraldo. Ambas as leituras se completam,  uma vez que, se amarmos, seremos amados.