Pr. Diné René Lota
Burlington, Ontario
30.10.2012
No dia 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero pregou as suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, Alemanha. Seu desejo principal era provocar um debate público sobre alguns temas doutrinários. Alguns desses assuntos doutrinários tinham também desdobramentos éticos. Sua motivação vinha principalmente dos estudos bíblicos que fazia na Universidade de Wittenberg e o impacto da venda das indulgências na sua região.
O Papa Leão X tinha interesse em levantar recursos financeiros para terminar a obra da Basílica de São Pedro (Sede do Vaticano e maior templo católico do mundo). Alberto de Brandemburgo tinha interesses políticos em dominar o Arcebispado de Mainz, o principal da Alemanha. Esses interesses se juntaram para a pregação itinerante da venda do perdão plenário concedido pelo Papa àqueles que estivessem dispostos a pagar por isso.
Uma das 95 afirmações de Martinho Lutero é esta: “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus”. Esta frase está esculpida numa placa de pedra no Museu de Martinho Lutero, na cidade de Wittemberg. Em nossa recente viagem à Alemanha, no último verão, Eu e Leila tivemos a oportunidade de ver de perto esta história.
A “Graça de Deus” se tornou um dos temas fundamentais na pregação de Martinho Lutero. “Sola gratia. Sola fide. Sola Scriptura” (Só a graça, só a fé e só a escritura) se tornou o tema da Reforma. Nesta frase se resume toda a mensagem do Evangelho. É a este tesouro que Lutero se referia em sua 62.ª tese.
Lutero compreendeu o que Paulo afirma em Romanos 1:17: “Pois a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: o justo viverá pela fé”. No sacrifício de Jesus Cristo na cruz Deus condenou todo o pecado da raça humana, satisfazendo assim o justo juízo de Deus contra o pecado. O Evangelho é o anúncio deste juízo de Deus contra o pecado. Não é mais preciso temer o juízo de Deus contra o pecado, posto que a justiça divina já foi feita na cruz.
Na cruz encontramos também a graça de Deus. A todo aquele que crê na suficiência do sacrifício de Jesus, Deus extende a sua graça e justifica. A justificação divina é para todo aquele que tem fé em Jesus. Nenhum sacrifício mais é requerido do ser humano. A fé no poder do sangue de Jesus é o único requerimento divino para conceder a graça do pleno perdão e justificação. Nenhuma boa obra é requerida. Nenhum dinheiro é necessário, porque nem toda a riqueza humana seria suficiente para comprar o perdão de Deus. O preço do nosso resgate já foi pago pelo Filho de Deus. A salvação nos é outorgada pela graça divina quando cremos em Jesus Cristo. Nenhum mérito humano é requerido. Só a Graça. Só a Fé.
Em contraste com os documentos assinados pelo Papa ou emanados dos Concílios, Lutero aponta para as Escrituras. A Bíblia é o registro da revelação de Deus aos homens. Nas sagradas escrituras temos tudo o que precisamos para nossa orientação moral, social e espiritual. O Evangelho de Jesus Cristo é parte das Escrituras. Nenhum escrito humano tem valor igual. Assim, todo aquele que deseja saber a vontade de Deus para a sua vida deveria consultar as Escrituras. Suas decisões deveriam ser inspiradas e orientadas pelas Escrituras. Só a Graça. Só a Fé. Só as Escrituras.
Temos nós valorizado este tesouro? Minha vida e meu comportamento podem comprovar isso?
Vivamos de tal forma que nossa vida seja um cofre onde este tesouro tem sido depositado e esteja à disposição de quem desejar também possuí-lo.
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