Pr. João Soares da Fonseca
Há alguns anos, os telejornais norte-americanos deram a notícia da tragédia que aconteceu a um homem. Ele gostava muito de paraquedismo. Não era novato na coisa. Na verdade, já tinha até alguma experiência. Planejou com os amigos que saltariam certo dia, filmando toda a emoção das alturas.
Os amigos concordaram e, no dia combinado, lá estavam todos. Eles saltariam primeiro, enquanto ele ficaria filmando tudo. Por fim, ele próprio saltaria. E assim fizeram. Os amigos saltaram, um por um. O homem filmava tudo. Por último, ele próprio saltou, com a câmera ligada, filmando todos os amigos bem abaixo.
Seria uma história de filmagem como outra qualquer, não fosse um pequeno detalhe: o homem esquecera de levar o paraquedas. E só se deu conta disso, quando já estava em pleno ar. Foi assim, em pânico e em queda livre, até chocar-se contra o solo. Levou a câmera filmadora, mas se esqueceu do paraquedas. Foi a grande manchete de todos os telejornais daquele dia.
O mesmo se dá com muita gente neste mundo. Vive valorizando o supérfluo e se esquece do essencial. Ocupa-se do periférico e não percebe que deixou de lado aquilo que é central. Ao celebrar os enfeites, ignora o vital. Foi o que Jesus disse a Marta: "Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto, poucas são necessárias, ou mesmo uma só" (Lc 10.41,42).
Os homens improvisam várias maneiras de serem salvos. Alguns supõem que a caridade seja meio de salvação. A caridade é bela e recomendável. Faz bem a quem dá e talvez mais ainda a quem recebe. Mas dar esmolas também não salvam. Orações (At 10.1-6), lágrimas (Hb 12.16-17), remorso, jejuns, penitências, autoflagelos... nada disso conduz a alma para o céu. Na vida espiritual, TODOS precisamos de Jesus. Sem Ele, "ninguém vai ao Pai" (Jo 14.6c). Sem Jesus, ninguém se salva, do mesmo modo que sem um paraquedas ninguém deve saltar de um avião.
* Pastoral da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, Domingo, 28 de outubro de 2012
E-mail do pastor: jsfonseca@pibrj.org.br
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