sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 13 de janeiro 2013*


Lição 2 – Cultuar é necessário
Texto Bíblico: Salmo 100.2

Introdução
Tem crescido o número daqueles que defendem que o culto coletivo não é necessário. Eles afirmam que o culto útil a Deus é aquele que se traduz em serviço ao próximo. É uma espécie de culto “indireto”, ou seja, Deus é adorado por intermédio do serviço prestado aos outros.
Não há dúvidas de que a prática das boas obras é uma ação da fé cristã que glorifica a Deus, quando nascidas na sinceridade do coração, mas não é razão para apagar da “agenda” do cristão o culto da comunidade de fé. É um erro de interpretação bíblica tal concepção! Uma coisa não pode ser elevada em detrimento da outra.
O culto é necessário. Refletiremos sobre quatro justificativas dessa necessidade .

1. O culto é necessário por ter sido instituído por Jesus Cristo
Cristo não só instituiu mas também ordenou o culto. Quando a igreja celebra o culto, simplesmente obedece à ordem de Jesus. Culto não é invenção da igreja, mas odediência: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19; 1Coríntios 11.24,25).
A igreja se reúne para reviver a memória do sacrifício perfeito, da entrega suficiente, da morte e ressurreição do Salvador. Cultuar é anunciar o sacrifício e a volta de Jesus, envolvidos no memorial da ceia do Senhor (1Coríntios 11.26).
Relembrar o sacrifício de Jesus na cruz e o túmulo que ficou vazio faz da nossa adoração uma demonstração de gratidão, que gestos e palavras não dão conta de expressar.
Um culto que não começa e termina em Jesus está carente de propósito, podendo até ser transformado numa reunião social.
O chamado de Jesus ao culto envolve a comunhão com o Pai e entre os irmãos, ambas possíveis pela mediação dele. Em Jesus, as nossas individualidades e preferências dão lugar à coletividade e ao bem comum. O cristão que pensa que o culto é para ser realizado do seu jeito está muito enganado. Há outros que se comportam como se estivessem sozinhos no templo ou como se Deus apenas olhasse para eles. Pobre raciocínio. Quem não aprende a viver em comunhão evidencia que não ouviu o chamado de Jesus para o culto.

2. O culto é necessário porque é suscitado pelo Espírito Santo
Negar a necessidade de culto é contestar a ação do Espírito Santo na vida do salvo (2Coríntios 1.22). É o próprio Espírito que “dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16).
O culto é uma celebração de gratidão daqueles que estão sendo preparados por Deus, na garantia do seu Espírito (2Coríntios 5.5).
A ação de graças daqueles que foram alcançados pelos milagres de Cristo, conforme registram os evangelhos, são notáveis exemplos da necessidade de culto suscitada pelo Espírito Santo: o paralítico, curado, voltou para a sua casa gloricando a Deus (Lucas 5.25); a mulher enferma, curado por Jesus num sábado, se endireita e dá glória a Deus (Lucas 13.13); o leproso, que diferentemente dos outros nove, compreendeu o significado da sua cura, retonou “glorificando a Deus em alta voz” (Lucas 17.15); o cego de Jericó, curado, decide seguir a Jesus, dando louvores a Deus (Lucas 18.43). Não só aqueles que foram alvos das ações miraculosas de Jesus foram movidos a render graças, mas todos que alcançaram a salvação em Cristo. A própria confissão de que Jesus é o Senhor é pelo Espírito Santo (1Coríntios 12.3).
Cultuando a Deus, rendemos graças pelo seu perdão, que nos restituiu a capacidade de adorar, perdida por causa do pecado. Aquele que tem a presença do Espírito Santo de Deus na vida é movido a cultuar.

3. O culto é necessário porque é um dos meios de efetivação da história da salvação
O fato de Jesus ter morrido de uma vez por todas pela salvação do mundo não significa que toda a humanidade está salva automaticamente. Para que o ser humano seja salvo é necessário arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador. É assim que tem prosseguimento a história da salvação.
O Espírito Santo nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8), passamos a fazer parte do corpo de Cristo – a igreja – e nele somos mantidos.
No culto, celebramos a Palavra da salvação, relendo a narrativa bíblica. O ser humano, criado por Deus à sua imagem e semelhança, pecou e foi separado de sua glória (Romanos 3.23). A recompensa do pecado é a morte (Romanos 6.23). Deus mesmo providenciou o meio de reconciliação e o fez conhecido na sua encarnação (João 1.14). Em Jesus, todos têm acesso a Deus. Esse caminho de retorno é celebrado no culto cristão e efetivado por obra do Espírito Santo na vida do pecador que se arrepende.
Portanto, afirmar que o culto não é necessário ao salvo equivale a desprezar a fonte da graça e a esquecer as palavras de Jesus.

4. O culto é necessário porque o reino de Deus ainda não se manifestou em todo o seu poder
A igreja terrena é militante. Somente no céu a igreja será triunfante. Quando estivermos no céu, não precisaremos congregar nos templos, pois o santuário será o próprio Senhor Deus, o Todo-Poderoso, e o Cordeiro (Apocalipse 21.22). Enquanto na terra, é necessário o ajuntamento do povo de Deus para o culto.
O reino de Deus já está presente entre nós, mas não em sua plenitude. Os que se comportam como se tudo na terra já fosse o reino de Deus erram por não considerar a dimensão escatológica da igreja no mundo. Noutras palavras, este mundo passará e a igreja, santa e purificada, continuará viva na eternidade de Deus.
O culto celebra a esperança da volta de Jesus, reafirmando, de contínuo, que não estamos sozinhos na caminhada, mesmo que enfrentemos lutas e privações, tão naturais à realidade humana.
No céu, não precisaremos nos ajuntar para o culto, porque sempre estaremos juntos e em culto diante do Cordeiro de Deus, gloricados por Ele, definitivamente livres da presença do pecado.

Para pensar e agir
Cultuar é necessário, mas não como quem “bate cartão” por obrigação numa empresa, mas com voluntária alegria (Salmo 100.2).
Li uma história narrada por um pastor, como verídica, que dizia o seguinte: “ao final do ano, um irmão (daqueles “cheios de cargos”) disse ao pastor que não assumiria nenhum cargo ou ministério para o ano seguinte, pois queria um tempo de “descanso, sombra e água fresca” (aspiração de quem está prestes a se aposentar, mas de “impossível” aplicação na igreja de Cristo). Mesmo orientado pelo pastor, o irmão manteve-se irredutível em sua decisão. Poucos dias após, exatemente no dia 31 de dezembro, o dito irmão faleceu (como qualquer mortal), mas o pastor observou alguns fatos curiosos: o irmão descansou exatamente no último dia dos “compromissos assumidos”; seu sepultamento deu-se à sombra de uma frondosa amendoeira, e, como só acontece em casos especiais, num calor de 40 graus, ao término do sepultamento, caiu uma pesada chuva (daquelas que, nem correndo, dá tempo de não se molhar) e regou abundantemente a sepultura. Curioso, – deduziu o pastor – o irmão teve seu pedido atendido integralmente: descansou, foi sepultado à sombra de uma frondosa amendoeira e recebeu água fresca em abundância”.
 Não percamos tempo, abrindo mão de participar do culto coletivo por motivos infundados. Valorizemos as oportunidades, priorizemos as celebrações. Cultuar é necessário. Façamos a nossa parte.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 11, 12 e 13
Terça: Salmos 14 e 15
Quarta: Salmos 16 e 17
Quinta: Salmo 18
Sexta: Salmo 19
Sábado: Salmos 20 e 21
Domingo: Salmo 22


*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

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