sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 06 de janeiro 2013*


Lição 1 – O que é culto
Texto Bíblico: Romanos 12.1
Introdução:
Pela graça de Deus, estamos iniciando uma abençoadora caminhada, refletindo sobre princípios para o culto cristão. Um passo necessário é definir o que entendemos por culto.
Há diversas definições de culto, que competentes estudiosos registraram. Selecionamos uma, de Nelson Kirst, que diz que “culto é o encontro da comunidade com Deus e liturgia é o conjunto de elementos e formas através dos quais se realiza esse encontro”  .
Essa definição nos ajuda a compreender algo muito importante: culto é a essência e liturgia, a forma, os elementos.
Embora as formas de culto possam ser variadas, a sua essência deve permanecer inalterada. O culto de anos atrás, quando as igrejas tinham menos recursos – algumas utilizavam lamparinas, inclusive – é o mesmo de hoje, com vários instrumentos, boletim, multimídia etc. O que mudou de lá para cá? Os recursos, as formas, ou seja, a liturgia, mas não a essência que caracteriza um verdadeiro culto cristão.
Se essa essência foi mudada, alguma coisa está errada. Será preciso rever o valor do culto e a importância dos seus elementos.

O que não é culto
Lamentavelmente, não basta definir o que é culto, também se faz necessário dizer o que não é culto.
Denise Frederico afirmou que “o culto cristão não é um show, como se vê na televisão, com um apresentador famoso lá na frente, tentando ganhar pontos no Ibope para a sua emissora. Não é uma performance, com atrações variadas, apresentações pessoais e coletivas para abrilhantar e fazer a plateia sair satisfeita por ter usado bem seu tempo e seu dinheiro”  .
A pluralidade deste tempo tem dominado as mentes. As pessoas estão sendo “engolidas” pela febre do imediato, do descartável e do clientelismo. Essa visão de mercado, se não houver cuidado, acaba chegando aos membros da igreja. São aquelas pessoas que se acham no direito de serem clientes dos cultos das suas igrejas, para usufruir bons produtos “sacros”.
O pior de tudo acontece quando a liderança acredita e transforma o culto em show. Esquece-se de que se deve agradar ao Senhor e passa-se a agradar aos “clientes”. Aí acaba valendo tudo e, por conseguinte, “não tem nada a ver”. Que desastre!

Culto é sacrifício vivo
O apóstolo Paulo exortou os romanos – e a nós, também – a se apresentarem integralmente a Deus, “como sacrifício vivo, santo e agradável” (Romanos 12.1). Esse é o culto espiritual!
Aqui, vale a pena destacar duas nuances do culto: a individual e a coletiva. Ao longo dos estudos, faremos destaques desses dois aspectos.
Prestamos culto a Deus na individualidade. O culto pessoal não tem intervalos, é contínuo, dura a vida toda. Como servos do Senhor, todos os nossos pensamentos e atitudes se constituem em culto, ou seja, devem glorificar a Deus.
É colocar o nosso corpo, a nossa vida, por inteiro, à disposição de Deus. É um oferecimento ininterrupto. É como diz o hino 543 do Hinário Para o Culto Cristão: “em palavras, ações e atitudes refletirei sua luz”.
Refletindo Cristo, cultuamos a Deus, exaltando a sua pessoa e testemunhando os seus feitos poderosos e inigualáveis.
Prestamos culto a Deus na coletividade. Somos família de Deus, integramos o corpo de Cristo. A dimensão do culto é tanto individual quanto coletiva.
A Bíblia é clara ao recomendar: “não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25). Deus sempre externou o seu desejo de ver o povo reunido para cultuá-lo: “deixa o meu povo ir para que me cultue” (Êxodo 7.16).
O culto litúrgico sempre reúne pessoas. A própria palavra liturgia significa “ação do povo”. É uma resposta coletiva ao amor de Deus, que nos faz próximos em Cristo Jesus.
O domingo é um dia muito esperado por nós, pois nele a comunidade de fé, a família espiritual se ajunta para adorar a Deus.
Não devemos vir para o culto coletivo com o rosto fechado, com o semblante caído, como quem é forçado a fazer algo indesejável. Não! A vinda para o ajuntamento solene é motivo de festa, de regozijo espiritual, pois é o próprio Deus, o Rei dos reis, o Criador, quem nos convida.
Servir a Deus e pertencer à sua família é um privilégio que deve ser valorizado ao extremo.

Pra que serve a liturgia
“A liturgia serve para moldar o culto cristão, ou seja, ‘desenhar’ o culto”.  Dela fazem parte todos os elementos que são usados para se ordenar o culto.
Denise Frederico diz que “fazer liturgia é como projetar uma casa”  e sugere imaginar-se como um arquiteto que vá desempenhar um projeto para um cliente. Uma das necessidades primeiras é conhecer bem o cliente. Se a condição financeira for boa, o arquiteto poderá até projetar uma casa grande, mas, se não for, será colocado no papel o mínimo essencial. Logo, assim como no processo de construção de uma casa, na construção de uma liturgia há coisas que poderão ser descartadas e outras não.
Na igreja, no início, não havia uma forma de culto, mas os cristãos foram criando formas próprias de culto, ao mesmo tempo em que frequentavam o templo. A Bíblia era o único livro litúrgico utilizado (parte do Antigo Testamento e, mais tarde, o Novo Testamento). Entre os primeiros cristãos não havia regras litúrgicas precisas. Apenas era mantida uma tradição comum.
A busca da liturgia nas páginas do Novo Testamento será pouco produtiva, pois a igreja primitiva não sacralizou uma liturgia. Entretanto, nas páginas do Novo Testamento, observa-se que a ênfase no culto não está nos feitos dos homens, mas nos feitos de Deus.
Esse assunto não agrada muito, pois, como característica humana, as pessoas querem ser invocadas e aplaudidas. O culto não é para isso. Nele são enfatizados os feitos de Deus.
Resumindo, liturgia é o somatório de todos os elementos que constituem a ordem do culto cristão.

Para pensar e agir
Cultuar a Deus é privilégio e compromisso do cristão. Quando cultuamos, reconhecemos quem Deus é e quem somos.
Uma tendência daninha tem sido difundida por alguns, ensinando o erro de se exigir de Deus o atendimento das vontades humanas. É justamente o contrário. Deus é o Senhor e nós nos adequamos à sua vontade. Ele manda, nós obedecemos.
Cultos que não celebram a Deus e os seus feitos devem ser repensados. É possível idolatria numa celebração evangélica, basta tirar o foco de Deus. Às vezes, pensamos que idolatria só acontece diante de uma imagem, mas a questão é muito ampla. Quando os feitos humanos roubam a cena dos feitos de Cristo, a celebração é idólatra.
Por isso, a recomendação paulina deve estar sempre viva em nossas mentes, pois culto é “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. É para Ele e por Ele que cultuamos.
Não gastemos tempo com questões secundárias, mas aproveitemos bem cada oportunidade de celebrar a Deus, com vida santificada e agradecida pela bênção da salvação.

Leituras Diárias 
Segunda: Salmos 1 e 2
Terça: Salmos 3 e 4
Quarta: Salmos 5 e 6
Quinta: Salmo 7
Sexta: Salmo 8
Sábado: Salmo 9
Domingo: Salmo 10

*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

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