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Pr. Jorge de Oliveira Bezerra
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Ele
foi consagrado ao ministério na Primeira Igreja Batista de São Paulo pelo Pr.
Dr. Irland Pereira de Azevedo no dia 13 de janeiro de 1979. Completou neste ano
de ministério pastoral 41 anos
Por 10
anos foi pastor da Primeira Igreja Batista de Nilópolis - RJ, assumindo o
desafio de pastorear um grupo de brasileiros na cidade de Boston, estado de Massachusetts,
organizando a Primeira Igreja Batista Brasileira da Grande Boston, sendo a
primeira igreja Batista Brasileira a adquirir seu templo próprio, com a compra
de um Seminário Católico - Society of Jesus of New England. Por nove anos dirigiu
a Igreja, assumindo logo depois, como pastor auxiliar, a Glendale Missionary
Baptist Church, no Sul de Miami, e plantador de Igreja da Flórida Baptist
Convention
Por
residir 20 anos na América do Norte, recebeu a cidadania Americana. Fez Mestrado
em Teologia - com especialidade em Urban Ministry. É reconhecido como um dos
fundadores da AIBBAN - Associação das Igrejas Batistas Brasileiras na América
do Norte. Em 2011, retornou ao Brasil.
Atualmente,
pastoreia a Primeira Igreja Batista de Filadélfia, uma comunidade que exalta o
nome de Jesus por 118 anos. É com o pastor Jorge de Oliveira Bezerra que
teremos nesta entrevista as impressões da pandemia.
Como o
pastor está experimentando esse momento de Pandemia?
Este
tempo de pandemia tem sido uma experiência única e desafiadora quando tive que
redesenhar, repensar, buscar novas estratégias e depender muito mais de Deus.
Jamais trabalhei intensamente tanto como pastor. Apesar de ter a idade do grupo
de risco, não houve um dia que não saísse com todas as cautelas. Fui à luta e
até aqui estou rompendo em fé o mar vermelho da pandemia mundial.
No
início nos meses de março e abril foi extremamente difícil, mas tenho visto um
Deus vivo atrás de mim e adiante de mim.
Como
está sendo vivenciado esse tempo na cidade de Salvador e no estado da Bahia?
Estamos
no protocolo 2 aqui na capital e creio que vamos para o protocolo 3 em setembro.
Temos duas lives, cultos on line, por semana, quinta-feira e domingo. Temos
investido cada vez mais no ministério de multimídia, note-books, compra de
equipamentos e câmaras etc.
Temos
uma presença 4 vezes ou mais nos cultos virtuais, principalmente na quinta. Aos
domingos, no culto on line pela manhã, temos tido uma média dia 170 pessoas
presencial e cerca de 6 vezes mais de pessoas acompanhando os cultos on Line e
muitos compartilhamentos após o culto.
O alvo
de Missões Mundiais ultrapassou. Os dízimos e ofertas caíram entre março até
maio e depois tivemos uma boa reação.
Desde
maio, a convite da assembleia legislativa da cidade de Salvador e prefeitura
faço parte do gabinete de crise, discutindo os protocolos e várias situações
pontuais daqui de Salvador
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Pr. Jorge Bezerra e sua esposa Aidinete
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O
irmão que se dedica ao estudo da Escatologia, como interpreta esse momento da
Pandemia? Podemos relacionar os eventos?
Não
estamos vivemos os últimos dias e, sim, os últimos minutos do “kronos”
de Deus para a humanidade. Os últimos dias começaram com o cumprimento da maior
revelação escatológica feita por Deus. Deus revelou aos patriarcas e profetas
que Jesus CRISTO, o Messias prometido, viria e veio. O segundo Adão, o verbo se
fez carne e habitou entre nós. Este foi o maior milagre de Deus manifesto e ao
mesmo tempo a maior demonstração de amor de Deus a humanidade. O Criador se
tornou criatura, o Senhor se fez servo e foi obediente até a morte e morte de
cruz. Jesus veio, morreu e ressuscitou e durante sua vida entre nós, como
Emanuel, disse o tempo todo que voltaria para buscar os seus com poder e
glória. Voltará para julgar os vivos e mortos e estabelecer seu Reino.
Sim,
estamos vendo o “escatom” de Deus se cumprindo há algum tempo e a pandemia
mundial é um megafone de Deus nocauteando toda presunção e vaidade humana e
reduzindo a nada aqueles que pensam que são alguma coisa. Está começando uma
nova ordem no universo e as profecias escatológicas no Novo Testamento e nas
epístolas de Paulo, Pedro e, principalmente, as revelações de Jesus Cristo ao
apóstolo João na ilha de Patmos - o Apocalipse - está se cumprindo de maneira
muito clara. Como estudante há muito tempo de todo material escatológico das
Sagradas Escrituras, que encontramos desde o livro de Gênesis, vejo claramente
uma escatologia já cumprida, outra se cumprindo e as grandes promessas do
desfecho deste universo que em breve se cumprirá.
Quem
não despreza o “escatom” de Deus tem as lentes para fazer a leitura correta
destes tempos difíceis no qual estamos inseridos para a grande tribulação, que
apenas está se despontando. Está começando uma era anti-Cristo e os homens
estão trocando a verdade pela mentira e, por esta razão, começa a OPERAÇÃO DO
ERRO, como diz o apóstolo Paulo escrevendo a igreja em Tessalônica.
Em sua
leitura, Deus está querendo dizer alguma coisa à humanidade?
Sim,
claro. Deus, sempre antes de trazer o juízo, envia suas advertências e sinais
para que haja arrependimento e muitos possam se salvar. A pandemia é um alarme
divino soando, nos convidando para que voltemos a estudar as Escrituras, abastecer
nossas lâmpadas, pois o Noivo está chegando.
Uma
reação comum a praticamente todos na pandemia é o medo? Você experimentou o
medo? Por que as pessoas ficaram com medo?
O medo
é normal em situações quando você não tem o controle absoluto. O medo tem sido
potencializado por uma mídia comprometida com seus interesses velados. Temos um
bombardeio de notícias travestidas de jornalismo que tem sido um fator para
adoecer emocionalmente a população.
Eu
senti não medo, mas percebi bem de perto minha vulnerabilidade e muita tristeza
de ver amigos, alguns colegas e irmãos em Cristo partirem neste tempo. A minha
esperança em Cristo é saber que o alto trono do universo não está vazio e sim
tem alguém sentado no comando deste mundo. A história não está à deriva. Em
Apocalipse 4, Deus abre a porta do céu e nos convida a subir e ver a Sala de
comando de todo Universo.
Quando
o irmão responder as perguntas, o Brasil estará alcançando a triste marca de
110 mil mortos. O Brasil como um todo - governos federal, estadual e municipal
- falhou em suas ações?
Em
relação ao número de mortos durante a pandemia, os números divulgados não
espelham a verdade em muitos aspectos. Aliás, jamais vimos tanta desinformação
e tantas informações contraditórias. Ninguém é especialista em pandemia,
entretanto apareceu de uma hora para outra os “entendidos de tudo, dando
conselho para tudo e criticando tudo.
O
Brasil é um país continental e comparar o número de mortos dos países da Europa
com o Brasil é um verdadeiro absurdo. Os países da Europa são do tamanho e
alguns muito menor do que nossos estados. Outro aspecto é que se o presidente
Bolsonaro fosse ouvido em fevereiro, os governadores deveriam ter cancelado o
carnaval deste ano, pois se trata de uma festa que atrai milhões de turistas
estrangeiros para o Brasil e se trata de uma festa com mega aglomeração. Foi
uma estupidez.
Outro
aspecto é que as desigualdades sociais são enormes e uma grande parte da
população não tem menor condição de ficar em casa. Vivem em pequenos cubículos,
onde mal cabe dois e vivem cinco ou mais. Sem condições financeiras, sem
conforto etc. A campanha “Fique em casa” é muito fácil para a classe média e
rica. Muita hipocrisia. Também, um sistema de saúde sucateado fruto de 16 anos
de desgoverno.
O
presidente e seu ministério fizeram e vem fazendo um esforço hercúleo nesta
pandemia para minorar o sofrimento e o agravamento advindo do problema
econômico, pois retirou mais de 30 milhões de brasileiros da invisibilidade.
Lamentavelmente,
houve muitas mortes, mas já está provado que a maioria aconteceu porque tinham
doenças pré-existentes e de pessoas de avançada idade. Há muitos que não
morreram por Covid e foram incluídos por motivo político e interesses escusos
de governadores e prefeitos. Muita notícia e informação travestida de ciência
também tem sido um fator para aumentar o pânico e os achismos diários nos
noticiários e nas redes sociais.
Considerações
finais:
Espero
que muito em breve as vacinas sejam disponibilizadas para todos e assim
possamos voltar ao novo normal sem muitos protocolos. Que possamos ir à igreja,
aos cinemas, estádios, praias e viajar sem problemas algum. O mundo jamais será
o mesmo e espero que saiamos mais humanos e mais tementes e dependentes de Deus.
Deixemos de correr atrás do vento e valorizemos muito mais nossos
relacionamentos do que as coisas. Que tenhamos sabedoria para separar o
essencial do acidental e assim refazer nossa agenda vivencial. Deus nos conduza
em triunfo para que saiamos sobrevivente e vitoriosos desta pandemia.