sexta-feira, 25 de março de 2011

À Prova de Terremoto

Pr. João Soares da Fonseca
Pr. João Soares da Fonseca
Algo é eterno quando não tem início, nem fim e não sofre mudanças. Mas quem teria tais qualidades a não ser Deus? Num de seus cânticos, Moisés diz: "é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei" (Êx 15.2). A expressão "é o Deus de meu pai" nos lembra uma outra, também famosa e frequente no Antigo Testamento: "Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó".
Que quer dizer isso? Entre outras coisas, significa que Abraão, Isaque e Jacó são personagens passageiros num cenário também provisório. Mas o Deus a quem serviram ainda permanece. Bem o resumiu o salmista: "Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão (…) Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão" (Sl 102.26,27). Moisés tinha tão nítida em sua mente a noção de que estamos passando, que quando nasceu seu primeiro filho, deu-lhe o nome de Gérson. O nome vem de um verbo que significa "peregrinar". Peregrino é alguém que está de passagem. Transeuntes na passarela do universo, todos nós deveríamos nos chamar gérsons neste mundo. Mas o Deus que existia e agia no tempo de Abraão é o mesmo que existe e age hoje. De Abraão até hoje, muita coisa mudou neste mundo. Menos Deus, porque nele "não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17).
Aos 120 anos (Dt 34.7), Moisés ainda teve forças e inspiração para compor seu último hino (Dt 32), onde diz: "...proclamarei o nome do Senhor (…) Ele é a Rocha" (vv. 3,4). Dizer que Deus é uma Rocha talvez nos comunique pouco hoje. Pense, porém, nos israelitas arrastando-se por 40 anos no deserto, onde os ventos sopram fortemente, levando a areia de um lado para o outro. Mesmo as pequenas pedras são deslocadas para lá e para cá ao sabor da ventania. Mas Deus é Rocha. Faça sol ou haja chuva, no inverno ou no verão, na tempestade ou na calmaria, podemos contar com Ele e com a solidez de sua presença maravilhosa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário