Errais II *

Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br

O conhecimento bíblico de alguns crentes lembra um pouco aquele menino na Escola Dominical, que ficou surpreso ao saber que Dã e Berseba eram dois lugares na Palestina, um no extremo Norte, outro no extremo Sul. Ao descobrir isso, o menino confessou: "Pensei que eram duas pessoas, marido e mulher, como Sodoma e Gomorra!". Jesus disse: "Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29).

Para combater o analfabetismo bíblico é preciso ler, estudar, analisar o texto bíblico. Essa tarefa é vital para o crescimento e para o fortalecimento da convicção cristã. Como deve ser o estudo bíblico? Responderei dizendo o que ele não deve ser:

1. O estudo da Palavra não deve ser superficial - Há pessoas que leem apressadamente algum trecho da Bíblia e dali extraem noções e ideias que rigorosamente contrariam o conjunto do que a Bíblia ensina. Isso explica por que grupos exóticos têm práticas estranhas, mesmo usando a Bíblia. O estudo superficial pode fazer tão mal quanto o não estudo. Conselho de Deus a Josué sobre o Livro: "...medita nele dia e noite" (Js 1.8).

2. O estudo da Palavra não deve ser seletivo - É preciso ter cuidado com seleções isoladas do contexto, como é o caso das famosas "caixinhas de promessas". Isolar um texto do contexto pode ser danoso para a alma.

3. O estudo da Palavra não deve ser sazonal - Houaiss define sazonal como algo "que acontece de forma eventual ou inesperada; acidental, fortuito, incidental, ocasional". O estudo bíblico deve ser cotidiano, constante, consistente. E o melhor modo de fazer isso é ter um plano de leitura (diário, semanal ou anual). Ler a Bíblia só de vez em quando seria como alguém tentar alimentar-se lá uma vez ou outra. À semelhança do nosso organismo, a alma também precisa de alimento diário, pois, como afirmou Jesus, "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4.4).

*Pastoral da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, 15.04.2012