sábado, 14 de abril de 2012

Duas Teologias no Encontro da ADHONEP

Em outubro de 2005, escrevi a crônica com o título acima e o texto abaixo. Soube que alguns membros da ADHONEP não gostaram muito. Nada entenderam, não a criticava, apenas o fato de trazer alguém com foco em teologia da prosperidade. O restante, nota 10. 
Sinceramente, não sei como está hoje o Francisco Rossi em sua fé, mas naquele dia me impressionou.
Por favor, leia sem querer colocar chifre em cabeça de cavalo. 

Fui à reunião da ADHONEP (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), convidado pelo irmão e amigo Dirlei Pereira, presidente do capítulo local. Não sei porque, pois não sou homem de negócios. Como negócio é a negação do ócio, talvez explique. Foi no bonito auditório do Tamoio Esporte Clube em Cabo Frio. Um motivador era a presença de Francisco Rossi, ex-prefeito de Osasco, SP, deputado federal constituinte, que faria uma palestra. Na verdade foi um testemunho. Depois de informativos maçantes (sem nenhum recurso de visualização) sobre a associação, tivemos duas falas, nas quais identifiquei duas teologias. Comento abaixo resumidamente. 


A primeira, de um irmão alagoano. Não me lembro o nome, mas não citaria por uma questão de elegância. Em mais ou menos dez minutos, destacou: “Quem aqui tem um sonho e quem tem um amigo?, levante a mão. Eu quero falar de um sonho e de um amigo. Eu sou pernambucano, era pobre e em nossa casa nem sequer fogão tinha. Também se tivesse nenhuma diferença faria, pois não tinha comida. Mas eu tinha um sonho: ter uma Pajero. Mas, como um homem pobre terá uma Pajero? Pois, olha, hoje eu tenho uma Pajero. Sabe por quê? Eu tenho um amigo e pra ele nada é impossível. Esse amigo é Jesus! Ele pode realizar seus sonhos”. Fiquei pensando: foi pra isso que eu vim aqui?! 


A segunda, de Francisco Rossi. Como diz um amigo meu, passou o rodo. “Depois de uma infância muito difícil em função de um pai alcoólatra, assassinado quando eu tinha cinco anos, fomos criados pela mãe e lutamos muito. Optei pelos estudos. Cresci e caminhei pela política. Meu problema não era financeiro. Aliás, nunca tive depois que comecei minha carreira. Meu problema era a falta de paz, de segurança. Vivia uma religiosidade mentirosa. Bem sucedido na vida pública e derrotado em casa. Tudo de fachada. Com Síndrome do Pânico, não tinha paz no coração”. Depois de detalhar como se deu sua conversão, sentenciou: “Olha, senhores, dirigindo-se um deputado estadual que estava lá, depois que aceitei aJesus, nunca mais ganhei uma eleição! Nunca tivera problemas financeiros e experimentei dificuldades! Mas, pra mim, nada disso tem mais valor. Meus valores são outros! Se aprouver ao Senhor que eu ganhe eleição, tudo bem. Se não, nenhuma importância tem, pois eu não troco o que encontrei por nada neste mundo”. 


Fiquei pensando de novo: valeu a pena ter vindo! Duas teologias: uma que mostra um Jesus como aquele que traz as bênçãos; outra, um Jesus que é mais que as bênçãos. Querendo ou não, seremos confrontados com as duas. E será muito bom definirmos porque servimos a Jesus: por causa das bênçãos ou por causa d’Ele? 


Terminada a reunião, dirigi-me, ao ex-prefeito, acompanhado de Dirlei Pereira, apertei-lhe a mão e fiz comentário sobre sua teologia e o benefício que me trouxe, citando Habacuque 3.17-18: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”. 


Com todo o carinho, sugiro ao excelente trabalho feito pela ADHONEP: quando trouxer preletor, traga quem fale que Jesus é mais importante que tudo e que ele não garante Pajero, garante o céu.

2 comentários:

  1. Pr. Neemias

    Não me leva a mal, mas dá pra levar a sério uma organização sem teologia definida, "um bumba meu boi" tresloucado.

    Veja seus presidentes de capítulos, uns caras sem nenhum testemunho cristão, envolvidos com toda sorte políticos corruptos.

    Desculpe pastor, mas eu sou politicamente incorreta.

    Cabo Frio tá virando um pandemônio em matéria de fé.

    Abraços


    Amanda

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  2. Olá, Amanda,
    minha visão é que a instituição é maior do que possíveis diretores e faz um trabalho extraordinário. O fato se deu há algum tempo e nem sei se continuam com tal programa que privilegia a teologia da prosperidade. Ainda o fato de trazer um preletor que nem se sabe o que vai falar.
    O que foi curioso é que um falou dentro de uma teologia e o outro a negou, ficou até meio feio.
    Mas, bola pra frente e seu comentário é relevante.
    Abraços.
    Pr. Neemias Lima

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