quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mais da metade dos alunos em atraso no Ensino Médio

Pesquisa da FGV revela que apenas 47% dos estudantes concluem curso na idade certa

POR MARIA LUISA BARROS
          Nem a metade (47%) dos estudantes que ingressam no 1º ano do Ensino Médio conclui o curso dentro do prazo, aos 17 anos. É o que apontam duas pesquisas encomendadas pelo Instituto Unibanco à Fundação Getúlio Vargas (FGV) e à Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento de Ribeirão Preto. Os estudos chamam atenção para os gargalos do Ensino Médio em seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre), entre 2006 e 2009, e mostram que meninas negras, com pais escolarizados e que moram juntos em áreas urbanas, com computador em casa, têm mais chance de obter o diploma de Ensino Médio.
          No outro extremo, pesquisadores verificaram que os adolescentes, brancos, com distorção idade-série e cujos pais não têm nível superior são os que mais abandonam os estudos.

PERFIL FAMILIAR
          “O perfil familiar influi muito na permanência desse jovem na escola, até mais do que a necessidade de entrar no mercado de trabalho”, avalia o economista da FGV, André Portela. Para o economista da USP Amaury Gremaud, a qualidade da escola também é decisiva para manter o interesse nos estudos.
          “Combater falhas de aprendizagem no Ensino Fundamental é o primeiro passo para reverter a crise no Ensino Médio”, aconselha o pesquisador. O estudo mostra ainda a relação direta entre abandono escolar e o fraco desempenho no Ensino Fundamental. Entre os alunos com as piores notas, só 70% conseguem ingressar no Ensino Médio. O percentual sobe para 97% entre os melhores alunos.
          Para a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel, a crise do Ensino Médio trará consequências para o desenvolvimento do País: “É uma bomba-relógio, pois vivemos numa sociedade que exige o diploma do Ensino Médio como passaporte para o mercado de trabalho”.

Como escola e mestres podem ajudar
          Especialistas avaliam como as escolas e os professores podem ajudar alunos mais propensos à evasão escolar a não abandonar os estudos.
          Primeira missão: adaptar o Projeto Político Pedagógico de forma a prever ações para este público específico. Identificar e informar os professores sobre quantos e quais são os alunos nesta condição.
          Outra atitude que pode gerar bons resultados é criar turmas mais homogêneas, nas quais o professor possa respeitar o ritmo do grupo sem prejudicar os demais.
          Instituir programas de recuperação e reforço. Aproximar-se destes alunos, verificando quanto dos conteúdos apresentados estão conseguindo acompanhar.
          Investir em trabalhos em grupo, fazendo a divisão das equipes de forma a distribuir alunos com maior dificuldade entre os estudantes com melhor desempenho.
          Respeitar e compreender as dificuldades dos estudantes.

Fonte: O Dia
Nota: Retiramos essa matéria do blog do Prof. Salaibe

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