Tudo aconteceu na última terça-feira, dia quinze de dezembro, por volta de uma hora da tarde.
Confesso que foi uma experiência nova para nós e, como toda experiência nova, veio carregada de emoções. A voz embargou e muitas lembranças, em poucos segundos, vieram à mente, desde o dia de seu nascimento (não vou pagar o mico de informar sua idade).
Ela sempre foi cercada de carinho, tanto por mim, quanto por Ilcimar e pelo irmão primogênito João Marcos. Eu pude assistir ao parto e fotografar. Como família, juntos, vimos dar o primeiro sorriso, balbuciar as primeiras palavras (não aceito que não seja o meu nome, era bem nítido: "papa", mas alguns teimam em dizer que era "papá", pura inveja), engatinhar, dar os primeiros passos, ir para a escola a primeira vez e cada experiência era uma alegria.
Nada disso a segurou em casa. Fazer o quê? Embora imperfeitos, tenho plena certeza que não demos motivos.
Ah, estava me esquecendo: esse quadro de sua saída começou a se desenhar exatamente há três anos, em quinze de dezembro de 2017. Até percebíamos que isso poderia acontecer, mas sabe aquele cordão umbilical que insiste em permanecer? Pois é...
E não teve jeito. Por mais que tivéssemos cercado de carinho, ela saiu de casa. Naquele início de tarde do dia quinze de dezembro, nossa filha Raquel saiu pela porta da sala e, quando voltar, não será mais a mesma. Saiu como solteira e voltará como casada.
No momento de sua partida ao local onde se arrumaria para mais tarde estar diante do altar com seu noivo, Guilherme, Deus nos orientou e, juntos, eu, Ilcimar, João Marcos e ela, oramos ao Senhor. Representei a família na oração. Agradeci a Deus o tempo de sua vida como filha querida e exemplar, menina obediente e amorosa, sempre disposta a servir às pessoas e cristã comprometida.
Agora, oficialmente, nossa família cresceu, ganhamos um filho, como se fosse adotado. Nossos cafés, nossos almoços e jantares, nossos passeios, agora, terão colorido especial.
Deus tem sido muito bondoso com a gente, nos abençoando com dois filhos maravilhosos! E, criados no temor do Senhor, como heranças d'Ele, precisam voar e, cremos, tivemos sabedoria do céu para supri-los com orientações para voos altaneiros.
Guilherme, seja bem-vindo, você é como nosso filho!
Guilherme e Raquel, “Que o Senhor os abençoe e os guarde; que o Senhor tenha misericórdia de vocês, que o Senhor levante o seu rosto sobre vocês e lhes dê a paz”.