O entrevistado de hoje é o Pastor José das Neves Oliveira, natural de Arraial do Cabo, membro da Primeira Igreja Batista em Arraial do Cabo desde 1983, sendo pastor auxiliar desde 2005. É Bacharel em Teologia pelo STBSB - Campus Cabo Frio e Licenciado em Filosofia. Casado com Lenir Costa das Neves Oliveira e pai de dois belos jovens: Amanda e Lucas.
Milita na imprensa, assinando o blog http://prjneves.blogspot.com/
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1 - Por que ser pastor num tempo em que esta figura está tão desgastada e muitos a consideram irrelevante?
Certa vez, Jesus olhou para a multidão e disse que ela era como ovelhas que não tem pastor. E a grande massa humana continua assim: sem saber para onde ir nem o que fazer. Então eu penso que cada vez a figura do pastor há de ser necessária apesar do desgaste natural. Há pouco tempo tive um exemplo disso, quando uma pessoa que sempre achou a figura do pastor irrelevante, nos procurou para pedir uma simples visita a um enfermo querido e, depois, voltou para agradecer o bem que esta visita tinha feito aquela pessoa. Outro motivo digno de se registrar é o testemunho de pastores que exercem o seu chamado com a dignidade, a moral e a ética que a chamada exige. Por último, o mais importante, a chamada de Deus é irresistível.
2 - De forma geral, como está o evangelho na cidade de Arraial do Cabo?
Eu creio que existe um crescimento da população evangélica em nossa cidade, mas ao mesmo tempo percebo que isso não está se refletindo na sociedade e isso é preocupante. Parece que só nos preocupamos com a quantidade e ficamos no negativo quanto à qualidade de vida e de testemunho. Outra coisa que percebo é que há uma rotatividade de igreja que estão momentaneamente em evidência e, quando isso acontece, há um êxodo para aquela igreja. E isso, na realidade, demonstra que apesar do crescimento evangélico, o povo de Deus continua carente e a procura de preencher o vazio existencial.
3 - As igrejas evangélicas desfrutam de harmonia e paz?
Creio que desfruta mais de paz do que de harmonia. Acho que as igrejas são muitas isoladas, cada um por si e até olham para as outras como uma “irmã concorrente”. Como existe pouquíssima cooperação entre as igrejas evangélicas (com raras exceções), não dá para afirmar que haja harmonia. Além disso, há as diferenças de doutrinas (e como são diferentes) que impedem muitos dos trabalhos em conjunto com medo de se perder a identidade denominacional.
4 - Sua opinião sobre a questão da homossexualidade e os últimos acontecimentos envolvendo o assunto como o PL 122.
A questão da homossexualidade é um tema tão velho quanto os ensinamentos bíblicos. Tanto o novo quanto o velho testamento tem diretrizes de Deus para tratar deste assunto. Quanto a PL 122, se ela fosse uma lei de combate a homofobia, ela não teria essa repercussão toda. Mas em cima dessa lei, procuraram fazer outra que amordaça os direitos de todos aqueles que não concordam com a prática do homossexualismo. Engraçado que o STF, na semana passada, aprovou a caminhada pela maconha, invocando a liberdade de expressão, essa mesma liberdade que querem cassar dos evangélicos.
5 - Como vê o envolvimento de pastores com a política?
Depende do tipo de envolvimento. Particularmente, não sou a favor de pastor que concorra a cargos eletivos. Acho que o chamado dele para o ministério é algo muito mais nobre e necessário. Mas o pastor, como líder de uma comunidade cristã, tem o direito e o dever de influenciar a política de sua cidade com ações positivas e transparentes. E, também, de pastorear irmãos políticos, preparando-os para exercerem as suas vocações como verdadeiros cristãos. Não sou simpático ao ditado “irmão vota em irmão”, me soa como corporativista. Mas eu gostaria de dar o meu voto a irmãos dignos dele.
6 - Considerações finais:
Sempre é bom refletirmos em como está sendo a nossa caminhada no exercício do ministério pastoral. E essas perguntas por certo me fizeram refletir sobre isso. Agradecendo a oportunidade, coloco-me sempre à disposição para abençoar (e ser abençoado) pelo amado irmão.
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