No metrô um guarda toma uma senhora pelo braço e a ajuda pacientemente a descer as escadas.
Seu aparelho de intercomunicação está ligado. Então, chama alguém e pede:
-- Monitora a sala de controle, que estou descendo com uma DV.
Traduzi logo: ele estava conduzindo uma senhora com deficiência visual.
Eu me senti mal. E aquela senhora: como se sentiu, assim sem nome, apenas uma DV?
Todos nós temos deficiências, umas menos, outras mais visivelmente incapacitantes. No entanto, não devemos ser conhecidos pelo que não podemos fazer, mas pelo que podemos.
Afinal, é a atitude que tomamos diante de nossa incapacidade que nos derrota ou nos faz triunfar com ela ou apesar dela. Nossa atitude nos faz afundar ou voar.
Quanto à aquela senhora do metrô com os olhos escondidos sob escuros óculos, ali poderia estar uma poeta ou uma cantora. Ser DV ou não ser DV não define uma pessoa.
Ser guarda ou ser passageiro do metrô não define uma pessoa.
Não queremos ser definidos assim. Não definamos as pessoas assim. Tratemos os outros como queremos ser tratados.
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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