Pr. Neemias Lima
Se meu pai estivesse vivo estaria com 93 anos. Há 15 não está entre nós. Dá uma saudade danada. Se estivesse vivo, pediria para me responder algumas questões. Ei-las:
1º - Por que vendeu uma propriedade muito valorizada para um vizinho que o perturbava com problemas de limites, descambando na perda de tudo, com um golpe por um comerciante, deixando-nos em grandes dificuldades?
2º - Por que deixou a possibilidade de um trabalho em Ipanema, morando em frente à praia, com um tio nosso, garantindo-nos melhores condições de vida?
3º - Por que sempre nos orientou a não termos medo de qualquer coisa a não ser do erro que viéssemos a praticar?
Conhecendo um pouco da história e seu caráter, imagino que as repostas, na mesma ordem, seriam:
Meu filho, “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus”. Entendi que era a melhor decisão vender tudo e evitar tragédia maior, possivelmente com brigas e confusões. Mesmo ficando com uma propriedade mais valorizada ainda, em função da anexação à sua, aquele homem sempre foi pobre, pois “há quem se faça rico não tendo coisa alguma e quem se faça pobre tendo grande riqueza”.
Meu filho, o trabalho me obrigava morar no Rio de Janeiro, deixando toda a família em Cardoso Moreira, só visitando-a esporadicamente. Eu ganharia dinheiro, mas poderia perder minha família. Preferi o ofício da enxada, da foice, da pá, dos chiqueiros ao conforto do trabalho em Ipanema.
Meu filho, o máximo que alguém pode fazer conosco é tirar a vida física, o pecado nos destrói espiritualmente. Se errar, não tenha medo de confessar, arrepender-se e não praticar mais. De nada tenha medo, a não ser do pecado.
Eu sei que papai não incluiria, mas vou responder por ele, também na mesma ordem:
Aquele homem, o do sítio, terminou a vida sem qualquer crescimento como pessoa. Com muito dinheiro, andava descalço para não gastar. Não sabemos de qualquer descendente com algum trabalho relevante e poucos cristãos. Parece-me que, após sua morte, bastante dinheiro antigo foi encontrado escondido. Eu terminei minha vida feliz!
Hoje, meus oito filhos estão no evangelho e integrados numa igreja local. Dois pastores. Pelo menos quatro estão ou estiveram envolvidos com o ensino teológico. Todos cuidam bem da mãe, que tem oitenta e dois anos. Não há um neto envolvido com vida complicada, todos no evangelho.
Nenhum dos filhos é briguento, mas ninguém abaixa a cabeça por medo. Corajosamente, todos enfrentam os problemas e, embora sejam imperfeitos, nenhum brinca com o pecado e tem prazer nele.
Papai, se o senhor estivesse vivo, gostaria de dizer-lhe: “Muito obrigado. O senhor, com mamãe, nos deram a maior herança que temos, o evangelho”.
É uma homenagem ao Senhor!
Sm dúvida, tudo aquilo - e tudo isso agora - estava no propósito de Deus. A resposta está aí para todos nós vermos. Deus é o maior Pai. A Ele toda a honra e toda a glória!
ResponderExcluir