Quem se assustou primeiro com esta pergunta fui eu. Recebi um telefonema de uma jovem de nossa região, e não foi de Vila Velha-ES. Era um convite para uma reunião com jovens da igreja tal, numa quarta-feira na casa dos pais desta adolescente. Tema? Nenhum. Levar Bíblia? Não. Música? Não vai ter. Oração? Quem sabe, no final.
“Mas como é isto?” – perguntei.
E a jovem me disse: “Estamos chamando de “quarta irresponsável”. Queremos fazer perguntas sobre a vida, queremos fazer aquilo que vocês psicanalistas chamam de terapia de grupo, mas visando o nosso dia a dia. Não vamos dar gasolina para o senhor, nada de oferta e o máximo que conseguimos foram três pizzas gigantes e coca-cola à vontade com nossos pais. O senhor topa?” Topei.
Semana seguinte, com certa dificuldade, achei aquele prédio onde ficavam belos e grandes apartamentos. Um a um, dois a dois, três a três foram chegando e quando a dona da casa ensaiou participar foi convidada a não ficar pela galera. Afinal, era coisa de só nós, os jovens (pastor não tem idade). Ficamos conversando abobrinhas, falando mal do FLA, bem do Vasco e vice-versa (este vice não tem nada a ver), quando a jovem que me convidou se apresentou e argumentou: “Pastor, sabemos que o senhor é também psicanalista e pelo seu jeito não deixa perguntas sem respostas. Nós, os jovens, passamos algumas horas, quando passamos, nas igrejas e a maioria do nosso tempo se passa em colégios, faculdades, trabalho além do acesso que temos na internet em qualquer lugar. Na igreja tudo é pecado e não nos explica porque e nem quando, por isto, esta galera está aqui para lhe fazer perguntas de toda ordem, podemos?”.
Eu disse que sim e a primeira pergunta foi esta, que encima este. Gente, os nossos jovens não querem (na igreja) escatologia, antropologia, filosofia, hedonismo, antropomorfismo, genealogia, etimologia, palavras gregas e ou hebraicas. Eles querem saber o que podem, o que não podem, quando pode, quanto podem e no idioma deles. Querem ser orientados sobre sexo e drogas, porque é isto que o diabo lhes oferece de bandeja nas ruas, becos e valados. O famoso Pr. Fabio de Melo disse: “Tento resolver todos os dias a minha sexualidade”.
Ah, sim, o sexo anal, oral tiram a virgindade, não pelo ato em si, mas pelo comportamento. Deus não está preocupado com o que, mas como, exatamente como no caso de Caim e Abel: as ofertas eram iguais, mas o coração deles era diferente e aí Deus disse a Caim para mudar o comportamento: “se procederes bem, não é certo que serás aceito?" - Gênesis 4.7.
Sexo é um dom de Deus, mas a impureza não! Perda de virgindade hímica não é o ponto central, mas o comportamento que damos ao corpo: “Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo, mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” - I Coríntios 6.1.
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