quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ASSIM SE PAGA UMA DÍVIDA QUE NINGUÉM COBROU


No tempo da ditadura militar brasileira, Delfim Netto era o ministro da Fazenda e dizia que o governo precisava fazer o bolo crecer e depois dividi-lo. Um dia, estudante, assentado na grama do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, perguntei a um colega:
-- Será que o Delfim acredita nisto que ele diz?
Guardei a resposta e a recordo agora, 40 anos depois:
-- De tanto falar, ele acredita.
Na democracia, o homem se tornou um dos principais conselheiros informais do presidente Lula.
Agora, ele se excede:
Antonio Delfim Netto, octogenário, decidiu doar toda a sua biblioteca, de 250 mil volumes, à faculdade de economia (FEA) da USP. Sua explicação: "estou devolvendo para a FEA tudo aquilo que ela me deu".
Apago minhas memórias e, repudiando o maniqueísmo, louvo o ex-ministro.
A quem devemos o que sabemos?
O que fazemos para retribuir àqueles (pessoas ou instituições) com quem aprendemos?
(Quanto a mim, devo tudo o que sei ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Fiz outra faculdade, mestrado, doutorado, mas, parodiando Delfim, o que sei foi o Seminário que me deu. Obrigado!)
Desejo-lhe um BOM DIA. 
Israel Belo de Azevedo

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